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segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Poeta Enemércio de Moura !



BIOGRAFIA

Chamo-me Enemércio de Moura Silveira, assino como Enemércio de Moura, moro em São José do Rio Preto – SP.

Sinto a poesia em minha alma desde tenra idade E por ter vivido minha infância em contato com a natureza, faço dela minha fonte de inspiração.

Ao sentir a brisa em meu rosto, o ar puro das matas, o aroma da terra e o colorido das flores... Tomo de uma caneta e um velho bloco de anotações. E assim nascem meus poemas!


Enémercio de Moura


BUSCO O AMOR


Busco o amor de forma amena,
Plena...
Onde a calmaria reina.
Suavidade nos tratos,
Serenidade no olhar,
Cumplicidade.

Busco o amor que enleva,
Fascina...
Não o que prende,
Domina.
Quero o amor que floresce,
Germina...
Não o doentio que cala,
Termina.

Busco amar de forma doce
Pois o amor tem o aroma da baunilha silvestre
Busco amar perfumando
Pois nele há o gérmen das flores
Que necessitam de um campo imaculado
Um simples coração apaixonado!

Enemércio de Moura



ÚLTIMO PRESENTE

Eis o último presente que te dou mãezinha querida.
Creia-me, antes não precisasse tê-lo dado.
Um leito de madeira lustrosa a conduzir-te para o além...
O pranto corta o peito e lágrimas extravasam a dor.
Queria eu não ter lhe ofertado um presente assim.

Acima do seu sofrimento deste-me luz e serenidade no olhar,
Cúmplice de minhas peraltices, acobertava minhas pequenas faltas e,
Com gestos meigos, doces, me ensinastes a andar...
Dizia que a vida era bela... Bastava sorrir e estrada afora caminhar.

Eu era apenas um rapaz começando a viver o amor...
Sofrendo o mais triste dissabor ao vê-la partir sem me levar.

Se do teu ventre saí, por que agora tenho que ficar?
Não me deixe só neste mundo mãezinha terna,
Buscar-te hei na luz do luar
Pois não saberei viver sem ter teus olhos a me guiar!

Enemércio de Moura



RECOMEÇO

Hoje a vida recomeça
Sinto em mim a força da lua
Não mais sofrimento e tristeza
Chega de decepções e desencantos

Um novo dia se faz agora
Doce melodia revigora a alma
Alegria de um menino feliz pela volta ao tempo
Quero reviver...

Passear por caminhos outrora alegres
Ornado por flores de todos os tons
Correr descalço sob a chuva
Pelos quintais subir em árvores...
Colher seus frutos

Peito desnudo ao nadar no rio
Sentir o aroma dos campos
Cantar com passarinhos
Ver o pôr do sol
Sentir o brilho da lua...
Ouvir o som do vento acariciando meu rosto

Ah... Doce felicidade!
Porque tem que ser assim!
Deixo de ser criança e tu foges de mim!

Enemércio de Moura



O Andarilho


Com lentidão caminha um homem solitário
Perdido no tempo é o seu olhar
Na mente vagam lembranças
Pedaços de uma infância sofrida marcada pela miséria e dor
Talvez a mais terna seja a canção de ninar
Que embalava seus sonhos de criança
Seja o beijo no rosto
O ventre macio da mãe que o gerou

O homem segue driblando a pobreza
Em sua volta só tristeza na qual se acostumou
Mora no jardim mais lindo
Vê as flores se abrindo e não as pode colher!
O homem segue...
Maltrapilho... Pés no chão
Faminto e cabisbaixo mendigando seu pão
Sem oportunidades lá vai ele a caminhar
Ouvindo o som estridente da porta a se fechar

Dorme ao relento, no frio... Que sofrimento
A fome aperta
A morte espreita
Uma lágrima desce
O homem sem esperanças agora tem esperança...
O sofrimento vai acabar
A terra recebe seu corpo... O céu recebe sua alma
Em sua campa repousa
Aqui todos o esqueceram
No infinito o receberam
Junto aos anjos e clarins...

Enemércio de Moura

MEU EXEMPLO

Pai...

Meu exemplo no bem
Trouxeste-me luz, só eu não percebia!
Hoje porém entendo seu esforço honrado
É o exemplo vivido ao seu filho deixado
Nas horas difíceis onde havia tristeza
Ao meu lado seguia transformando em beleza
A mão estendida indicava o caminho
Repleto de flores

Sem nenhum espinho...

Soubeste perdoar
Também pediste perdão
Seu gesto humilde exaltou seu coração
Estampando-se o brilho em seu rosto sofrido
Qual chuva de pétalas
Num jardim esquecido
Meu pai sou teu filho
Que aqui está perdido
Sem teus passos seguros não encontro direção
Sinto-me sem forças
Neste mundo esquecido
Quero sua luz... Sentir-me fortalecido

Ahh!. Papai se eu tivesse
Sua força, seu valor
Minha vida seria repleta de esplendor
Sua vontade atroz, dedicação e carinho
Sua fé e certeza
Desbravaria os caminhos!..
Papai eu te amo
A você sou grato
Tuas mãos no trabalho é o exemplo nato
Da família cuidou com zelo dos amigos com ardor
Sua missão foi cumprida
Com trabalho, luz e amor!!..

Enemércio de Moura



LEMBRANÇAS... ANTIGAS LEMBRANÇAS.

Quando velho ficar e o coração relembrar doces momentos vividos
Meus passos vacilantes e indecisos conduzir-me-ão à varanda
Numa velha e tosca cadeira de balanço descansar...

Chinelos de tranças e meias nos pés pra aquecer o frio da solidão
A bengala encostada ao lado será meu apoio e guia.
De meu peito sofrido então abrirei sobre meu colo o
diário de minhas recordações
Mensagens outrora trocadas
Guardadas nas páginas amareladas da memória envelhecidas
pelo tempo impiedoso...

Novamente encontrarei quem um dia foi minha alegria
Meu anjo, minha luz! Com seu sorriso inebriante
O grande amor que me aconteceu!
Com o passar dos anos foi embora, morreu...
Somente as lembranças das lembranças ficaram
Dos beijos que não me deu.
Carícias que não aconteceram.
Meu erro, em sua busca não parti...
Fiquei a esperar!

Hoje só com meus lamentos vivo a chorar por dentro
Tudo é tristeza tudo se perdeu
A saudade do que nunca aconteceu de fato.
Eu e você sobre a relva as margens do regato
E as mensagens na mente gravadas
Serão meu lenitivo por nunca ter tido um adeus
Nunca ter olhado nos olhos teus!

Enemércio de Moura




INFÂNCIA SINGELA

Quando criança morava num castelo
O rei era grande e tinha o rosto avermelhado
A rainha... Bonachona e alegre
Ambos sorriam muito... Éramos felizes,
Nosso castelo tinha muitas flores!
À noite o rei vinha aos meus aposentos e beijava meu rosto,
E eu dormia o sono do encantamento
Sonhava com batalhas
Vencia todas!
A recompensa era o colo da rainha.

Nos imensos jardins floridos repleto de besouros e mariposas
Avante eu seguia escoltado por beija-flores
Nos verdes campos galopava com o vento batendo em meu rosto
Cigarras cantando na mata e eu da vida sentindo o gosto
Nas águas do reino mergulhava purificando minha alma infantil
Ungindo-me de seus poderes mágicos tornava-me sábio, feliz, pueril...


Acordava ao canto das aves no bosque ao redor do castelo
Meus pequeninos pés não tocavam o chão
Sonhar restava-me então...
O porquê em meu caminho aquelas pedras?
O choro sufocava-me o peito.
O rei tomava de minhas mãos
A rainha acariciava meus cabelos
E com ternura beijava minhas lágrimas
Em meu leito ainda envolto, porém agora feliz e liberto.
O olhar além da grande janela a se perder no horizonte
A contemplar a paisagem bela
Divino quadro...
A emoldurar minha infância singela!


Enemércio de Moura




ESTÁTICO

Sem respostas que aquietem o coração
Dilacera meu peito em agonia.
Melancólica é a tarde,
Vislumbro a quietude do mundo lá fora.

Tudo estático eu vejo!
O sol a dourar montanhas inertes
Velhos jardins com suas rosas seculares
Pássaros melodiosos e suas eternas canções

Aparente calma intriga
Conflita com meu mundo interno
Avalanche toma forma em meu peito
O sangue nas veias pulsa
E algo diferente acontece!

Desperta em mim bravura adormecida
Com novo sabor de aventuras...
A busca agora é objetiva
A inércia já não existe
Necessito viver...
Ressurgir das cinzas
E a gloria conhecer...

Um novo eu acaba de nascer!

Enemércio de Moura


“BERÇO FECUNDO”

Brejos floridos... Igarapés!
Ninho imaculado e fecundo... Campo sagrado e fértil
Fortaleza frágil!... Necessita preservação
É o berço dos rios...

Natureza oferece seu colo onde a seiva da vida nasce
O céu desfaz-se em pranto
A brisa desce em forma de manto irrigando os veios
Alagando a terra...
Borboletas são anjos divinais que a mãe natureza adornou
Pra saudar aquele que traz vida aos homens
Filhos do amor!

Fecunda é a rocha,
Como num parto faz florescer o chão
Escorrendo inocente pela terra inóspita a água
Por onde passa oferece vida que traz em sua essência
Doando àqueles do caminho
Sua viagem prossegue rumo ao grande pai
O mar azul imenso a espera e abraça
O ciclo então recomeça...

No infinito das ondas
Na profundeza infinda do mar
Cadeias de algas...
Fontes de oxigênio que garantem juventude à velhice

Mas ainda há tempo!
Equilíbrio e razão superam os imperativos da má distribuição
No futuro água não poderá faltar, pois dela dependemos,
A água que bebemos é um presente... Um legado
De nossos antepassados vindo
Aos nossos sucessores deixados!

Enemércio de Moura




AMOR DE MATUTO

Ao raiar o sol o matuto se levanta
No fogão a lenha faz seu café
Toma um gole bem sortido
Sobre a mesa broa de milho e fubá
Corta fumo com o canivete amolado na pedra
No cigarro de palha tira uma fumaça
Olha pro céu e suspira confiante
Pega a capanga com o “armoço” e cabaça d’água
Dobra a enxada na cacunda e pro roçado vai satisfeito
Cuidar da terra... Plantar seu eito


Ranca toco e roça pasto
Prepara o chão pra semente
Trabalha o dia inteiro sem descanso
No semblante a confiança
De que o céu proverá seu sustento
À tardinha quando o sol se põe no descampado
Levando embora o canto dos pássaros
Volta pro ranchinho, parece tão sozinho.
Porém anjos estão ao seu lado

Toma banho na bica que vem do riacho
Canta moda no compasso
A viola é seu regalo... Faz poesia pra lua
Sua reza sempre faz
Não o incomoda o cansaço
Lá na curva da estrada
Numa tosca cruz de aroeira
Perto ao pé de angico
Jaz a cabocla!
Ecoa no infinito o silêncio, o grito.
Angustia que sufoca o peito dolorido

À noitinha depois do jantar
Na varanda proseia
Com a cabocla em pensamento
Testemunham as estrelas no firmamento!
Lágrimas lhe vêm à face
Com suas lembranças vem a esperança
De com ela sonhar...
Num choro de criança
Canto de amor puro de este angelical ser matuto
Adormece...
Do mundo se esquece
Até novamente o sol raiar!


Enemércio de Moura


A PÉROLA QUE ENCONTREI

Numa noite de sonhos,
Perdido nas ondas de um mar misterioso.
Manso, calmo...
Mas, sujeito às tempestades que o tornam bravio,
Revolto...
Eis que após uma onda em desalinho,
Surge à minha frente o brilho que vida afora procuro!

Já havia desistido,
Caminhava ao léu,
Perdido...

Aproximei-me temeroso
Estendi-lhe minhas trêmulas mãos!
Tomado de um impulso trouxe-a pra junto de mim,
De encontro ao meu coração.
Senti-a por inteiro...
Sua vontade de viver,
E intensa capacidade de amar!

Seus dóceis dedos tocaram-me com suavidade o rosto!
Beijei levemente seus viçosos lábios,
Desfaleceu-se em meus braços
Tão cansada estava...

Pérola, simplesmente pérola...
Alma rica de sentimentos puros que brilham em teu seio!
E a luz que passa por teus olhos,
É a essência do amor
A fina pérola do seu amor!


Enemércio de Moura



A LUA NOS TEUS OLHOS


Em noites de luar
Sento-me ao terreiro
Ponho-me a contemplar
A lua tão faceira
Sobre a copa da figueira
Esquecida na imensidão
Comovida com meu olhar
Seus raios tocam minha alma
Seu luzir minha direção
Chego à luz... Deixo a escuridão!

Sinto-me um menino que vago sozinho.
A procura do carinho esquecido
Nos braços de minha mamãe
Que hoje são saudades!
Saudade que brota forte no peito
Fazendo lembrar seu sorriso sem jeito
Quando travessuras eu fazia
Saudade que dói gostosamente
Quando da varanda contemplava a gente
Numa alegria sem fim

Até hoje me lembro
Aproximava-se dezembro, era natal!
Um brinquedo eu esperava
Com o coração me entregava
Um carrinho de mão!
Jamais esquecerei a ternura do seu olhar
O seu beijo doce
O seu abraço amigo
O apelido que me davas
As suas bênçãos sobre mim

Por isso quando olho a lua
Dissipo a escuridão
Meu pensamento te busca no infinito
Meu coração te sente em outra dimensão
Agora meus olhas já te vêem, mamãe
A sua imagem lá está!
O luzir são seus olhos brilhando
O caminho que devo passar
Seguindo por este caminho
No céu vou te encontrar

Enemércio de Moura



A CHUVA


Benção divina,

Chuva pura e cristalina

Do seio do Senhor

Cai mansamente no sertão

Molhando o sertanejo

Germinando a semente

Que brota em seu coração


Nasce a esperança em seu peito

No amanhã... No porvir

Uma vida melhor terá

De agora em diante só plantar

Os frutos crescer... Esperar

Com o pão que colher

A vida brindar!


A chuva que veio o chão molhar

Transformou seu ninho em flores


Afastou o medo, levou as dores.

O sertanejo reverencia aos céus

Em seu olhar há felicidade e certeza

De manhãs radiosas em torno à mesa,

A família a se fartar...


Enemércio de Moura

10 Comentários:

  • Olá Moura !!!

    Quero te parabenizar pelo lindo trabalho> E dizer que fico feliz de ver um sonho seu realizado.

    Bjs Iris

    Por Blogger Unknown, às 6 de outubro de 2008 às 19:55  

  • Mais uma vez venho parabenizar a Marta pela escolha do homenageado.
    Lindas poesias, poeta de alma nobre, fala com o coração o que escreve.
    Realmente é o sonho de todo poeta ser reconhecido, principalmente quando uma grande poetisa e conhecedora da alma humana é quem o faz.
    Obrigada poeta por nos presentear com tao lindas poesias...
    Parabéns Marta por tão acertada escolha.

    Beijos na alma de cada um!

    Pérola

    Por Blogger Pérola, às 7 de outubro de 2008 às 08:15  

  • Parabéns poeta Enemércio de Moura por tão lindos textos.
    Parabéns Marta Peres por nos permitir conhecer mais deste homem poeta, é porque, além das poesias tem a biografia dele.
    Fico feliz em vir aqui sempre, para ver os homenageados.
    Olha moço, quero vir mais vezes viu??? Eita que é muito bom ver voce por aqui.

    Beijos

    Deusa

    Por Blogger Unknown, às 7 de outubro de 2008 às 11:07  

  • primo,nao sabia e nem imaginava o que a cachaca e capaz de fazer,parabens pelos poemas,ja to pensando, quando tiver manguacado,vou pensar nuns poema tambem.rrsrsr.

    Por Blogger Unknown, às 7 de outubro de 2008 às 13:05  

  • Meu doce amigo Enemércio

    Quanto orgulho sinto em ter amigos tão criativos!
    Não me canso de agradecer aos deuses por esta dádiva:
    Ter você na minha vida é um presente.
    Obrigada por me presentear com tão belas e emocionantes poesias.

    Eu amo você!

    Muitos beijinhos da mamys!

    Por Blogger Unknown, às 7 de outubro de 2008 às 13:18  

  • _____felicidd é pouco o q estou sentindo neste momento!...pois, escrever me faz feliz.....e ver os meus escritos sendo apreciados por tantos amigos!.....sinto minha alma em festa!.....
    ___querida MARTA, agradeço-lhe imensamente pela oportunidade de aqui estar!.....humildemente beijo-lhes as mãos!....

    Por Blogger Enemércio de Moura, às 7 de outubro de 2008 às 17:43  

  • Boa noite poeta Enemercio, vim parabenizá-lo por tao linda conquista.
    Estar no blogger "O REBATE" da poetisa Marta Peres, não é para qualquer poeta nao... é para o melhor, os melhores... ela conhece, tem a alma de poeta. Fico feliz por ver seu sonho realizando e voce sobressaindo no mundo poetico. Que Deus em sua infinita bondade, possa estar com suas mãos sobre seu caminho, para que consiga galgar seus ideiais e seus sonhos e sinto que Deus é com voce, pois já está conseguindo...
    Beijos poetisa linda... Parabéns pelo seu espaço.

    Rô Lopes

    Por Blogger Unknown, às 7 de outubro de 2008 às 19:44  

  • A pureza da alma do poeta, reflete nas palavras e nas histórias que o Enemécio retrata em seus poemas. Fico feliz e orgulhoso com seu sucesso, e parabenizo a Marta pela escolha da homenagem. Espero vir aqui muitas outras vezes para degustar de tão belas palavras. Parabéns "Memeço", e acredite cada vez mais no seu potencial.

    Por Blogger Unknown, às 8 de outubro de 2008 às 07:16  

  • Olá Enemércio!!!!

    Parabéns pela as lindas poesias,vc sabe que tem potencial, continue, não pare jamais.

    Boa sorte em sua caminhada..

    Abraço!!!

    Por Blogger Unknown, às 10 de outubro de 2008 às 11:00  

  • è meu cumpadre,quem diria q vc na sua simplicidade seria um grande poeta,e dga-se de passagem dos bons,espero que você seja muito feliz nessa empreitada,boa sorte...Alexandra Cunha

    Por Blogger Unknown, às 13 de outubro de 2008 às 15:02  

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