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quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Poeta,Edgar Alejandro!





Em de sua humildade e simplicidade, o poeta Edgar Alejandro vem despontando
dentro da literatura, buscando um sonho na vibração de sua inspiração. Como dádiva divina tece seus versos como quem tece sonhos, talento reservado a gênios.

Marta Peres



Nasci nos altiplanos dos Andes do Equador, aos 15 anos comecei o vôo do condor na poesia, impulsionado pelos ventos dos sentires desta linda vida, enlevei-me no mistério óbvio das palavras, sempre em busca da afinidade com meu íntimo...



“ Um homem não é aquilo que fala ou escreve e sim, aquilo que transmite em sentimentos, pois que a sua essencial esta guardada e gesticula no casulo das palavras”



Edgar Alejandro



Rego-si-yo


Regozijo-me na solidão
no âmago da árvore do anseio
que talvez na primavera mística
do sublime amor que sentes por mim
e ainda não percebes...
lances olhares cálidos de ternura
amadurecendo seus frutos verdes
reavivando flores novas vistosas
ajeitando em ninhos macios
os sonhos fluidos que nascerem...

... alumiando os caminhos úmidos
que levam as raízes a ti
em re-conectares elos segredos
de um antes pressentido
para juntos respirarmos a alegria
momentâneo plena lira!
na atmosfera densa do libido
deste céu a dois vibrante que delira...

Edgar Alejandro



EMBRUJO

Acumulado en el deseo traidor e casual
que alastra el infierno en mi cuerpo
como opio alucinante en mi cerebro
sueño entrar en el cielo embriagante
del cupido que viene de ti misterioso y sensual.

santo y pecador camino en las nubes a soñar
por el si de tus labios sensibles noble dama
diga que me ama como el musgo ama la piedra
suelte su beso en la brisa y espante las hienas

de los temores que me ahogan como hiedra

exorciza estos encostados de tu duro juego
para tener un guerrero a tu contento rendido
mira aquí… mira para mí y verás alguien
que sin tu amor… su corazón será partido.



Edgar Alejandro



COMUNIÃO COM A INTUIÇÃO...


Abri o horizonte da boca pra lua rubra
depositar seu pão e mosto de luxuria
ela com um gesto de ternura
ofereceu teus lábios de delicia pura
... mostrava os teus carnudos, sem juízo
afastando de mim o ser lamúria...

lêmure ainda no amor não entendi o léu
da estrela fugaz brilhante que vem do leste
o lene que irradiavam os seus olhos alegres
de tuaregue acampado num oásis...

nem a noite que a deixaste mais curta para mim
e não mostraste ainda como imagem... lembras?
pois tua linguagem de gestos à distancia são sutis
só se pressentem num suspiro que brota de repente

Quem me dera o delírio de poder alcançar
orquídeas estelares com a mão e juntá-las
no fio da paixão para adornar a beijos
teu colo e teu pescoço de gazela orgulhosa.

Edgar Alejandro




POESIA

Poesia é pisar na lua diva estendida insone pela rua
ouvir o flanar afinado das folhas em queda livre
na psique silenciosa da noite-madrugada...

Aspirar e sentir a doçura vibrante
da vida que se molda nas entranhas...
expirar e ainda sentir-se salvo!
da morte que paira sobre nós mal-assombrada...

É provar o mel das frutas sem mordê-las
tocar o veludo das flores sem tocá-las
apaixonar-se por uma musa não nascida
enlouquecer-se com pequenas emoções.

Viajar ao fundo-mar do coração
sentir seu amor sofrer suas dores
afogar-se em uma gota de chuva de verão
brincar de cama elástica nas nuvens.

Olhar o céu e ver o oceano transmutando...
andar no bosque e somente!
ouvir o canto dos pássaros...

Edgar Alejandro


SÓ… C(F)ERRADO


Sulcos no rosto refletem

a sede do árido serrado tristonho

minha alma esta inconfessa maltratada

rendida a sede que há em mim por nada
envolta em sufocantes ondas de desejo
teimoso que vem e vai como estações
atenuando o brilho em meus olhos

pelos anos já vividos em emoções
erosões vem... e matam o sensível

sonhos de borbulhas pensamentos
estouram lágrimas na praia, areia

da desdita pálpebra do abandono

que chora a única chuva nestes cantos ermos
porque tu não estas... tu não ancora.


Edgar Alejandro



A
M
A
R

T
E


... São as vertigens das minhas sombras
sobre tuas águas intimas em ebulição
é deixar-se cair sobre todas as orquídeas
que chamam o beija flor dos meus desejos
amanhecer úmido de orvalho do caule a flor
sem ter amanhecido ainda... sonhos

é ter certeza de saber que meu carinho
tem aconchego, tem seu ninho...
sobre teu estuário, fazendo mil piruetas
caretas e tatuagens me desdobro por teu gozo

... avião em kamikase declarado a morte
no abraço, no laço de pernas, braços, púbis
tudo em sincronia, no incêndio mútuo
e depois boiar... boiar bêbado em delírios
deixando-me encorpar no vinho de teu carinho
porque assim é amar o amor... amando-te

Edgar Alejandro


Doce amanhecer

Que importa se o domingo
eles vêem maravilhoso...
no sábado extenuado
o zênite do sol maior
acordou mais cedo
madrugava se abraçando
em suas próprias lavaredas

ainda que estava escuro
iluminava tudo no adentro
no centro a alma entoava
a musica dos lírios
em delírios penetrava
nos ouvidos da noite...

Edgar Alejandro


FRAQUEZA


A duvida cruel de uma mulher... ela pensa

ser seu amor sagrado não correspondido

O desatino absurdo de um homem... ele teme

não saber dizer e conter sua paixão sentida

deixar que se transforme num amor bandido.



Neste vai e vêm vão se perdendo as emoções

Todas as razões e conclusões claras escurecem

Declarações de amor silenciosas desvanecem

Na tristeza de um devir de mudas sensações...



Deixar soçobrar o amor no barco do egoísmo...

Nossa história não passa de um desejo sem molda

Nunca chegará a ter a força da paixão vivida

Nem vencer as desventuras de Tristão e Isolda.



Edgar Alejandro



POR ENQUANTO...


Passeias, analisas brincalhona assobias

confiante sentas sorridente

como quem diz: já o tenho
acomodas os quadris, te estende
queres conforto no meu trono imaginário
ao teu pretenso domínio instalas as teias...

a doçura dos teus versos promete
esconde um sutil veneno
em minha carne e esperma
como uma febre permanente, derrete.

em teus lábios meu nome passeia

saboreia teu celibato austero

em tua mão intimida o chicote...

mandante déspota e carinhosa
ditas tuas regras de cupido
com um beijo e uma bofetada
que por enquanto aceito submisso
ate que um dia te possua... toda lira
então será minha rainha e serva apaixonada.

Edgar Alejandro





NUNCA MAIS?


... Nunca mais verei minha cueca
e tua calcinha no varal... imaginário
tampando o sol do agreste dourado
mudando a cor na poeira
dançando ao som do vento
do verdejante serrado...

... do dia só me restam os poemas
os rabiscos lilases que te fiz (e não acreditas)
com lágrimas de tinta insônia madrugada
agora são só lembranças inocentes
cunhadas foram em folhas frescas

agora quietas secando ao relento
como sombras que espantam
o calor e o tédio movido pelo apego.



... mas, ainda que queira... jamais!

não sei dizer nunca mais!

Edgar Alejandro


DEPOIS QUE O SOL SE VÁ


Sol, deixa-nos livres para amar o que na noite nos rende
Ainda que seja curto como um arpejo de estrela imaginário
Que seja, pois como nuvem que passa e não se prende.

Mas, que seja verdadeiro em satisfação e prazeroso
O colapso formigante dos poros do teu corpo acenem logo
O que em teu ser e no meu é segredo amor em fogo.

Sejam nossos lábios, mãos, pernas, púbis, tudo
As compartilhas que dancem ao redor desta fogueira
Que no coração em frenéticos palpites... o momento espera!

Edgar Alejandro

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