Poesias e Amigos!
Momento Mágico
agora é tanto
que tudo é pouco
para dizer o quanto
Luiz Fernando Prôa
Insone
sempre à noite
as sombras têm
mais cor
a falta
é mais dura
o silêncio
é um grito
de dor
e as pálpebras
gotejam cristais
urgências
desejos
sopro da alma
que rola na face
e lhe dá
um beijo
e insone
como as horas
nu de luzes
e certezas
bordo
um poema
e não
me culpo
sempre à noite
o querer é
voraz
o possível
é tardio
o grito
é silêncio
nada mais
Luiz Fernando Prôa
De braços abertos
esse par de braços
que estendo
abraça o mundo
enquanto é tempo
sei que cada momento
é tudo o que tenho
e o agora tudo que existe
de braços abertos
me entrego
e abraço os amigos
enquanto os vejo
no recanto seguro
do que amo e sinto
a alma, espaço sem limites
mesmo quando estou triste
e o pranto é tanto
e a dor é toda
não sei como nem quanto
guardo nos braços um abrigo
me curo, me dando
esse é meu gesto
exponho o peito sem medo
sem dúvida, inteiro
e a quem queira
me entrego
Luiz Fernando Prôa
Heróis de espelho
somos feitos
de tudo que nos cerca
de argila, madeira
poeira e pedra
somos palco
de uma peça
normais, humanos
loucos ou feras
somos aquilo
que não somos
artistas, retratos
heróis de espelho
somos nosso
maior receio
pior do que tudo
contágio do meio
mesmo que loucos
perdidos no verso
feiticeiros da vida
poema incerto
somos parte do todo
grãos de mistério
construtores do sonho
em busca do eterno
Luiz Fernando Prôa
Cárcere
cada dia
que passa
a sentença
minha alma
condenada
ao poema
Luiz Fernando Prôa
Submerso
tem dias
que a tristeza
tem o peso
do universo
sinto-me
náufrago
preso
às correntes
que me cercam
queria o ar
como bálsamo
a meu peito
submerso
queria apenas
amar cada dia
dos dias
que me restam
Luiz Fernando Prôa
Ideal
tem gente
que é tão doce
que se mais fosse
era poesia
Luiz Fernando Prôa
Paciência
diz agora
a palavra que cala
essa ânsia da alma
infinitos segundos
minutos
e horas
diz pra mim
uma prece sem pressa
que acalme a espera
desse início
sem meio
nem fim
fala tudo
sem meias verdades
sem metáforas/imagens
sobre caminhos
atalhos
e rumos
sussurra ao vento
como aplacar a ferida
nessa urgência de vida
enquanto o instante
é apenas
um grito
Luiz Fernando Prôa
Vivendo assim
todo dia
quando o sol nasce
nasce também
dentro de mim
como milagre
me descubro vivo
toco a luz
assumo os sentidos
todo dia
morro e sobrevivo
me apego ao que sou
desapego dormindo
como arte
vivo por um fio
cada minuto
o ápice de tudo
todo dia
quando o sol nasce
é assim
agradeço
e peço bis
Luiz Fernando Prôa
Velho Mundo
Aos poucos desconstruir....
A Terra
Retirar
Calcários, fósseis
Hieróglifos, pergaminhos
Pescar
Metais, pedras, ostras
De uma cidade a outro país
O que pertence a vocês?
A ponte de Bambu da Índia?
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O Velho Mundo
Sábio destinado a produzir...
Lixo hospitalar
Lixo orgânico
Lixo sideral
Incinerar os pensamentos
Dos enfermos da má vontade
A fé do Himalaia não derreteu
Existe a Ponte da Amizade
Entre você e eu.
Claudia Almeida
Devolva
Não sabes do meu coração que chora,
Do amor que tenho guardado,
Da saudade que apavora
Pelo muito que tenho te esperado.
Não sabes da alegria que foi embora,
Do soluço que chega desesperado,
Da solidão que tenho agora,
Quando somente te quero ao meu lado.
Ainda assim continuo na esperança,
De que permaneça na tua lembrança,
Algum vestígio do quanto te amei...
Talvez então voltes com a felicidade,
E junto com ela doce serenidade,
Devolvendo-me a vida que na tua deixei!...
(Cida Luz)
Delicadeza
Desfilo em teu peito
toda a sutileza de meus versos
acato todos os teus pedidos
suplicando que te faças
o homem mais feliz do universo
amo-te inteiro, pleno, por completo
não deixo de tocar
nem um pedacinho de ti
cubro teu corpo com o meu
serenamente, levo-te ao apogeu
na delicadeza de meus atos
concluo meu jogo de sedução
sinto que és meu, e sou tua
unidos estamos por tanta paixão
desejos envoltos em véus de ternura
sublime querer, que os sentidos apura
e na entrega sutil e delicada
as almas se fundem, e se confundem
como se tivessem nascido juntas
e agora se reencontram
para nunca mais se deixarem
e a mesma estrada trilharem...
Flor Poeta
Viver Sem Poesia
Ana Perissé
Viver sem poesia
é funeral à espreita
é dor maior do que a chama da intensidade
que me arde
sempre, por inteira.
Viver sem poesia
é achar um sentido
para o movimento das nuvens
é desmanchar minha loucura
que me aprisiona,
deliciosamente,
por inteira.
Viver sem poesia
é matar minhas paixões
com normopatia
é aniquilar meu não saber,
ambiguidades
fragilidades
que me inquietam
por inteira.
Se sou
sou porque sofro
ao pensar
nas letras a dançar que ainda estão pra serem escritas.
se sou
sou porque sou ardente
por inteira.
Despedaços Inteiros
Ana Perissé
Eis-me em despedaços
porque parte de mim é inteira
posto que desconheço aquilo que sou
ao me reconhecer em fragilidades
que me revelam
em suaves borbulhas de ondas
partes de mim.
Sou frágil!
mas ardo em fortalezas
ora tórrida e decidida
ora cálida e insana.
Partes partidas
Despidas em pedaços
Entregues ao acaso
Ao sabor do teu amor.
Eis-me em despedaços
desconhecida
a ser desbravada
em incessantes descobertas
deitada ao teu lado
com a vida em curso.
Sou inteira!
posto que me faço em mosaicos
vitrais coloridos
que se complementam
no escuro de nossa imensidão.
Amor coisa maluca
Amor lamento sentido
Que transforma
Ataca sem direção
Amor
É um louco desejo
Que contaria os anseios
Quando é desejado e flechado
Amor é uma ferida que sangra
Faz bater forte o coração
Amor tem maldade bondade
Tem beleza verdade mudando
O coração de direção
Amor tem olhar cego amargo
Ofensivo mimoso
Tem uma fúria paixão
Amor é uma mistura maluca
Juntando tudo é gostoso
Mata dá felicidade
Amor é tudo na vida ajuda cicatrizar
A ferida
Ou sangrar coração...
Marina Nunes
Melancolia
Por: Marina Nunes
Terna alma se apaga
Na escuridão que envaide
Minha alma crua
São sobras obscuras
Tremulas almas sinistras
Que espanta e fogem
Vêm fantasias
Centelhas que espreme
Dentro do espelho
Reflete alma abatida
Um azedume âmago
Estanhas presenças
Na alma abriga
De um raio que raspa
Lanças sangrando feridas
Escorrem fuzilam
Sombrias travas no céu
Da noite
Escondidas do mundo
Que limpam feridas em
Chamas
Deitada numa cama
Esperando, brilha
Com alma que clama
No véu da morte
Uma alma morrendo em vão....
A PAZ DA ALMA
Lava-me a alma
De amor
Envolve-me
Alma
Minhas lágrimas
A paz em silêncio chora
Reclama demais alma
Sente claras reluzentes
Paz, branda e pacífica
Alma dolorida chora
Doces e perfumados
Amores, e distante
Das Ilusões, perdidas
O canto das lágrimas
Encantam minhas ansiedades
Alma onde anda
Ele?Eu não sei dizer!
Paz vem me diz agora?
Dá uma esperança
Saudade insana
Desse teu calor
Alma escuta-me?
Poupe-me um pouco
Cinto está definhado
Desse louco amor
Que tortura o peito
Nunca mais passou
Paz alma!
Meu lamento é grande
Alma! Eu sofro de amor...
Marina Nunes
Brigar ou amar?
Por quer essa cara amuado
Responda-me amado
Não fique calado zangado
Pois o meu coração
Só fala de amor e paixão
Você quer brigar ou amar?
Por que me olhas assim
Fingindo que não me ver
O que pretende fazer
Vai ficar sem falar
Vai me abandonar?
Estou quase chorando
Meu amor é regado á canção
Serenata de amor e calor
Seu lugar e cativo presente
Mora bem pertinho
Do meu coração
Vamos parar de bobagem
Já estou com saudades
Faça-me um favor meu amor
Á cama está te esperando
Só falta você ao meu lado.
Marina Nunes
LUA
Lua que
Fascina,
Tua beleza mim. ilumina
Sua luz de diamante,
Os amores pratear,
Lua minha linda encantada
Vem mostrar como é amada
Serenatas á se beijar,
Lua amiga mim ensina,
Um amor eu conquistar,
Lua eu estou,
Apaixonada,
Por favor, dá uma olhada,
Como é triste o meu olhar,
Lua linda e companheira,
Estou pedindo,
A sua ajuda,
Majestosa e brilhante...
Desejada,
Suplicante,
O amor faz suspirar
Marina Nunes
Estrela partida
Sem rumo sem vida
Perdeu o semblante
A estremecer querer resistir
Á renunciar deslumbrante
De um dia foi “Estrela”
Perdida caiu na falência
Em derrotas-se
Partiu.
A tombar
Infeliz inútil!
Em pedaços ficou a chorar...
Estrela ressentida apagou
Perdeu seu encanto virou
Pedaços de esperanças
Na vida de amar com delírio
Perdeu sua cor de atrair amor
Estrela partida perdeu o reinado...
Apagou-se, saudosa e desiludida.
Ficou deprimida de tédio esquecida
Lagrimam risos brincar de sofrer
Sua luta é constante se agarra
A tudo pra sobreviver e sorrir
Estrela sombria,
Sem rastos e sem rosto,
Hoje é uma, estrela partida...
Marina Nunes 12 /3/07 0038
Enamorada eu estou sempre
Com amor com ardor, te dei meu coração
É tão afável gentil, te quero, demais
Com paixão tudo faz sentido, com amor
Á tua luz é verde, azul, rosa lilás
Apertam-me com intimidade e prazer
Despertando, com afeto, calor e paixão
Viveremos um só corpo, um só amor
Eu também venho, com loucuras, me toca
Com ânsias, extravagante, delirando desfrutando
Apertam-me com, torturas, e beijos,
Faz-me feliz, leva-me ao paraíso, no céu
Perdida, de felicidades e sinceridade
Por desfrutar, o seu amor, de anjo safado
Absortos, amantes amigos, temos sorte demais
De viver desfrutando, de tudo, que ainda existe...
Autor: Marina Nunes
DELÍRIOS EM SENTIR O AMOR
Abraça-me meu amor perfeito
Fascina-me com seu olhar de amor
Prepara-me um banho com flores
Perfuma-me, pois quero sentir você
Avança com vontade, tira de mim toda
A minha castidade, meu corpo arde, com loucura
Explora esse campo verde, e virgem, como
Uma flor, os meus olhos, te admira e sente medo
De sentir o doce amor
Prepara-me, um cálice do mais puro vinho do amor
Banha-me em lençóis, de ROSA lilás
Com água dos lábios molhados o canto
Que perdura em silêncio, só se escuta
Murmúrios, de um gosto que sai, sem pudor
Que excita, implorando acalma, em abandono sente
Amor mostra e sofre uma imagem bela
Exaltados exalando que acalma um olhar em chamas
O perfume, de uma ROSA em lençóis, do amor em paz...
Por: Marina Nunes:
Metamorfose
Agora me encontro de frente ao espelho
De cara limpa, como borboletas, minha
Transformação, minha metamorfose
Delicadamente uma pintura poética
Entra em ação, uma figura imaginável,
Doce, solene veste-se, com perfeita
E extravagante, pinta sua boca graciosa
Chamando atenção, entra em sintonias
Abre as cortinas, de um vermelho forte
Pomposa, espetacular sente-se seduzida
Pelo placo, uma inebriante,voz rica e macia
Enche o ambiente, em ritmo suave, canta
Uma melodia, que excita um quadro doce
Abriram-se às asas, como um pássaro, voa
Canta uma canção poética, com lindas frases
Uma sonata de amor entra em um sonho
Uma utopia, bravo! O palco se agita, rodeada
Sente uma emoção gigante, que sai do peito
Cordial se curva, agradecida, chora calada
Lágrimas pela face rolam parte da emoção
Mais linda, uma poesia, de uma atriz poeta...
Marina Nunes...
Arte do saber amar
Força verdadeira força
Caminhos inconfundíveis seguem
Sem saber porquê
Pés companheiro firme
Caminhando sequem
O amor se faz presente
Eu sou o amor
Força que me dá sentidos
De perceber cada miragem imagem
Da arte de amar
Gotas que umedece a terra
Na parte mais seca da serra
Que não chove nunca
Vem drena seca
Mesmo espaçadas gotas.
Arte parte que me cabe vivo
Á digitar com um dedo
Sensíveis toques
Forçar que me deixa muda
Inaudível fica
Com as desigualdades
Espalhando sorte
Vida fonte do prazer do amor
Não aceito inveja
Fujo do supérfluo corro
De tudo que não seja humano
De sentimentos frágeis, gente
Que não sabe, dá receber o amor...
Autor: Marina Nunes...
Cheirando perfume flor
Te pego do meu jeito te chamo
Vem regar á terra meu bem!
Vamos o dia está raiando
Amanhecendo
Vamos andando trocando idéias
Respirando o ar puro
Sem pensar no tempo
O aroma tem o seu vicio
Espalhando – se no ar
O cheiro da terra, da flor do mato
Olhando, o vento assobiando frio.
Um friozinho bate no rosto
Gente da roça, simples mais digna
Honrada que trabalha
Na lida da terra
Vivem na paz
Longe das cidades
Onde só beleza, natureza existe
Um lampião uma luz
A tarde vem caindo anoitecendo
À noite, uma oração, o descanso
Cedinho, já com um café quentinho.
Pra tudo começar na roça orando, cantando.
Autora: Marina Nunes...
Ela é fascinação
A noite que me encanta
Tem o seu perfil imaginável
Cheia de sedução
Ostenta beleza fascinação
Horas calma e alegre
Sempre tem tentação
A noite que tem tanto brilho
É cruel e delicada mágica
Tanto clamour paixão
Mostra-se elegante vestida a capricho
Com letras que piscam nos bares
A noite que me dá prazer de sentir
Mais amada romântica
Que chama atenção
Das lindas mulheres que desfilam
Corpos esculturais que inflamam
Os olhares dos cavalheiros...
Que se perturbam e fumam bebem
Descontroladamente se sentem
Um dom Juan apaixonados...
Autora: Marina Nunes
PAIXÃO ( celina vasques)
AH deixa que a saudade dilacere meu coração
e nos pedaços - mil pedaços -
escreva versos tão apaixonados
que o mais imortal dos poetas, sinta inveja de mim!
deixa que esta febre ardente arrebente o meu peito
e que este amor se transforme em flores
- de todas as cores -
eu as ofereço pra ti...
deixa que no meu piano - saudoso em harmonias -
eu toque canções infindas e as melodias divinas falem
da minha PAIXÃO por ti.
deixa que eu siga teu rastro - como se foras uma estrela que
transpondo a sombra ilumine o meu caminho -
e todas as trilhas me levem pra ti!
AH visão do meu amor, fulguras meu doce amante
em todos os meus sonhos e fantasias... deixa que eu
te afague, quero respirar por tuas narinas todo o meu alento
nem que seja só neste momento....quero tua alma ....
teu pensamento ...todo o teu sentimento...
Ah deixa que eu morra por ti !
ALMA GEMEA
AH como te busquei, desesperadamente
e pelos caminhos da vida imensos
e intransitáveis teu rastro segui...
em cada estrela que fitei
- na mais bela -
o brilho do teu olhar bebi...
encontrei-te afinal, te buscando
nas dores e nos meus amores
pois em todos tua imagem eu via...
alma gêmea da minha, deixa que eu te abrace
-que este momento seja eterno-
e na comunhão dos teus pensamentos
com os meus anseios eu possa me entregar
á felicidade de poder estar contigo!
Ah como te esperei...sabia que virias...
acho que te amei noutras vidas!!!!!
celina vasques
LOUCURA (CELINA VASQUES)
sou louca...louca!
acredito na fantasia desvairada,
em lua ensolarada...melodias dedilhadas,
em palavras de amor!
caminho na multidão apressada, sorriso
aberto quase gargalhada... penso que sou forte
pierro até da morte, tola poesia de amor!
Louca ...louca alienada!
e na minha alucinação faço poemas...na madrugada...
canto ilusões e desilusões onde não há nada!
em meus delírios vejo trilhas nas calçadas, longas estradas;
as estrelas-luzes que iluminam esta caminhada - em busca da lucidez:
o homem amado
sim sou louca...perambulo pela vida
vislumbrando energias e reações em esperanças - desesperançadas
aventuras - desaventuradas... grito nos meus versos
- em berros tresloucados-
toda a amargura deste amor triste abandonado!
Dou o nome de amor ao desamor
amo as flores e até as dores pois nas chorosas rimas
falo desta paixão desventurada...
sonho todos os dias- que loucura!
e estou acordada, triste poeta
apaixonada....louca de amor!
ICARO
uma melodia ressoa é
como se todas as orquestras
tocassem ao mesmo tempo,sinfonias
doces profundas, tristes!
o céu de um azul intenso...o firmamento
e tu dás o teu ultimo vôo... tuas asas fracas,
tênues...tentam equilibrar o teu corpo,
ferido de morte!
um ultimo olhar para a vida...é a despedida!
teus olhos vidrados, choram, vislumbram
a natureza tão por ti querida!
teu canto derradeiro como num lamento
confunde-se com o choro...
canto triste de teus companheiros!
Vais caindo...caindo...
e jazes no chão e a natureza continua,
viva, bela!
o marulho das ondas, a sinfonia, a areia alva
e tu estas aí inerte!
no meu coração passaro ferido,
morre a ilusão, a paixão, a esperança de ser feliz.
como tu busquei, voei por ceus azuis...
sonhei...cantei e amei!
hoje jaz no meu peito silencioso,
inerte....e a vida continua!
(celina vasques)
TORTURA
porque me torturas? que prazer
morbido cruel teu sorriso de
escárnio a cada gesto meu?
o meu sentir maior é a solidão
e da minha suave paixão és tu
a fonte de inspiração
meu sentimento mudo...mistério do amor!
porque me torturas? não vês que meu
coração frágil morre de amores por ti?
minhas lágrimas orvalham meu rosto
e em cada desgosto o desespero
toma conta de mim...
Ah porque me torturas? maltratas...detratas?
que fiz eu a ti?
como se eu fora culpada de tuas amarguras e desventuras....
se eu apenas te amei!
(celina vasques)
DEVOÇÃO
Se te amar é minha ruína...
que venha então essa triste sina...
pois sem teu amor
que gosto pode ter a vida?
Sem ti meus olhares não têm
mais encantos...
passo pelo dia e pela noite...
não vejo estrelas
céu...lua... nem dos passarinhos
o suave canto!
quase te perdi...
e nessas horas de profunda solidão
tristeza e dor
eu até podia ouvir os suspiros
dessa saudade...saudade do teu amor!
(celina vasques)
QUEIXAS
MINHALMA CHORA
ILUSÕES PERDIDAS
É TRISTE COMO A VOZ DO SINO
E COMO NOTAS DE CHOROSAS ENDECHAS
O SEU GEMIDO É IGUAL Á QUEIXA!
MINHALMA TRISTE COMO A PRIMAVERA
QUE SE ESVAI
NEM A SINFONIA, NEM O
DOCE CANTO DOS PASSAROS
CONSEGUEM ALEGRÁ-LA!
MINHALMA NÃO MAIS SE
ILUDIRÁ COM SONHOS
NEM COM TUA IMAGEM FALSA,
DUVIDOSA... INCERTA!
NÃO MAIS TE OLHAREI SAUDOSA
E NEM POR TI DECORRERÃO PERENES
LAGRIMAS DO MEU SINCERO PRANTO
EU CRI UM DIA NO TEU OLHAR
MENTIROSO...
ACHEI NO TEU SORRISO
O PARAISO ETERNO, JULGUEI-TE
UM TESOURO E VI NO TEU ROSTO
A EXPRESSÃO DA FRANQUEZA!
......................................................................
NÃO MAIS TE AMAREI NOS CAMPOS
NEM OUVIRÁS DA MINHA VOZ
SUAVES CANTOS!
(celina vasques)
noite de amor
Fim de noite e estavamos
ali deitados no chão...
juntos, tão perto quase enamorados
e falavamos de encantos de vida
e ouviamos musicas e tomavamos
vinhos...
eu contava das minhas dores, amores,
e chorava minha solidão!
ele me escutava, me olhava consolava,
acariciava, olhos nos olhos,
cumplices estrelas brilhantes que liam
meus pensamentos e em
solilóquios mudos...profundos...
magnetizavam minha razão!
triste ironia atroz que ao
senso humano irrita,
as horas passavam velozes
aconchegavamo-nos mais...
eu até podia ouvir forte as
batidas de seu coração.
deitei minha cabeça em seu peito,
quente , ardente, paixão!
e falamos de amor, beijos,
amplexos, caricias.... desejos
sexo!
há tantas coisas misteriosas que nos
cercam e escapam á vista!
e como num lamento
sussurei baixinho:
essa é a noite mais linda da minha vida!
(celina vasques)
SOLIDÃO
Noites de solidão, melodias ao longe
dedilhos de violão...que vão rasgando
minh'alma dilacerando pouco a pouco
o meu coração...
Desfaz-se a ultima chama morre a ilusão
e como sussuros, lamentos
os gemidos se perdem e são
levados pelo vento...
noites de solidão... soluços ao luar
eu choro tristes lembranças e em
meus delírios relembro momentos tão saudosos
com o gosto amargo do abandono...
A noite é longa... vazia e fria...
mas há que se faz nascer um novo dia...
Ah faltam poucas horas... meus olhos perdidos
ao longe esperam com ansiedade o
romper da aurora!
(celina vasques)
desilusão
(celina vasques)
o que fazer com este amor
que me corroi, que me destroi?
o que fazer das minhas noites vazias...
tão frias,se até os sonhos não existem mais?
o que fazer da saudade que me invade
vai me consumindo, destruindo,
desiludindo e que a todo momento me trai?
o que fazer da minha agonia
das palavras vazias que não adiantam mais?
o que fazer das minhas fantasias,
do meu piano, do meu canto,
do meu pranto, dos meus encantos,
dos nossos encontros...
se não voltarás jamais?!
Sonho de sábado
Naquela tarde de sábado entre árvores e céus azuis...
tudo era poesia e esplendor...beijei teus lábios com
tanto ardor...naquele momento nascia em mim
este amor!
e eu te queria...te ouvia... me encantava e te olhava
e entre sorrisos - incrivelmente tímidos -
decidi ser tua amante muito mais que amiga!
e era tudo tão bonito que eu achava
meus anseios reciprocos
e eu já te amava!
E veio a noite fomos dançar, ceu estrelado... luar....
e entre luzes, sussuros ...risos e canções, fui feliz
nos teus braços que emoção!
Mas, a realidade da vida...dos sentimentos...
a agonia...não podia me entregar...não podia!
era só aquele dia...não eras meu... pura fantasia
foi um sonho
acordei
já era dia!
(celina vasques)
Confidencias
(celina vasques)
Eu tentei amor...
Procurei te esquecer
Me interessei por outros homens
Até fiz amor.
A saudade tão forte
pior de todas as mortes sempre me acompanhou...
Eu tentei amor...
Fitar outros olhos, beijar outros
lábios,
Até jurei amor!
Já passou tanto tempo...viajei
por
céus e mares, mas de nada adiantou,
Tua imagem por mim tão amada
Esta desenhada nas minhas
Noites de Amor
Meu Amor,
Nosso cais de encontro
é um labirinto de partidas...
Chegaste tarde demais
na bússola do meu tempo,
no ancoradouro
do meu carinho,
e na geografia do meu corpo,
há sempre um cais vazio
à tua espera,
e um velho calendário
marcando uma data antiga.
Porque
Partes sempre
antes de chegares
Luiza Caetano
CONQUISTA
Sônia Maria Grillo
(Baby®)
No sideral espaço
em descompasso
do teu abraço
enrosco-me feito laço
em total embaraço
e com felina graça
bem devassa
meu amor ultrapassa
e ganho-te na raça.
Vejo-te entregue no leito
é o homem perfeito
que com todo direito
e do meu jeito
aconchego no peito
inicia-se assim a evolução
e, num clima de total sedução
extravasamos a paixão
esquecendo a razão!
30.01.2008
Rio de Janeiro
Disfarce
.
Sigo
Disfarçando
A dor...
Sorriso
Fingi
Sufoco...
Lágrimas
Por ti
Sigo
Lembrando
Você
Saudades
Martírio...
Promessas
Não esqueci
Sigo
Esperando
Você
Lembranças
Alento...
Esperança
Razão de seguir.
.
(Sirlei L. Passolongo)
TEU – Arethuza Viana
É teu, paixão minha,
o que agora escrevo,
com as mesmas mãos
que te tocam mansamente.
É Teu!
Guarda-o contigo
porque eu o fiz
lembrando que és magia...
Que este poema,
desperte o teu sorriso lindo...
Ah! Ninguém sabe sorrir
como você...
Que ele seja conforto
para qualquer tristeza
e que ele te lembre
os meus olhos felizes
brilhando de amor...
Este poema é teu!
Eu o fiz para a tua compreensão
e junto com ele,
meu amado, minha vida,
mando-te beijos,
beijos e mais beijos!!!
É teu!
Eu o fiz apenas
para o teu entender...
Só sinto verdadeiramente,
amor meu,
que nunca, ninguém,
poderá saber
que ele é teu...
Unicamente teu!!!!
Desmascarando Minha Alma
Lembrei o que não queria
No fundo lembrei do nada
Lembrei que não tenho histórias
Que não guardo mais memórias
Que minha vida é bem velada
E nessa lembrança velada
Caminho à margem da estrada
No labirinto da vida
Não acredito em acaso
Nem tampouco em belas fábulas
No fundo eu somo passagens
Só somo pedaços de esboços
Somo horas maquinadas
Desmascarando minha alma
Tentando achar o meu rosto
E nas horas maquinadas
Vou guardando tantos temas
Tentando achar o meu rosto
Vou desmascarando minha alma
Das máscaras fazendo poemas
Adriano Hungaro
O Mundo, o Homem, e o Caos.
Ruas maquinas,
Fabricas, e o homem concreto.
Correndo apressado alucinado.
Indo para lugar algum.
Emaranhados de valores
Alheios aos reais valores humanos.
O sol a lua, timidamente fazem um apelo,
Um esforço de chamar o homem a razão.
Que sem razão segue perdido em seu labirinto
De babel, de maquinas, e explosões.
Perplexo o homem observa
O mundo, o próprio homem, e o caos.
E pasmado tenta decifrar a sua criação
Calado, parado, confuso introspectivo.
No circo que o transforma em palhaço
Segue incerto de si.
Perdido no universo perfeito
Constrói o seu fim.
Definindo sua total impotência.
Pasme caminha, caminha, e caminha,
E encontra nada, nada, nada.
Sobram-lhe as lembranças, só as lembranças,
Hecatombe, aneurisma total.
Acorda Homem.
Dora Dimolitsas
Além!
É na distancia que se encontra meu amor
São écos de um passado, hoje dor
Que me enchem de saudades e ainda amor
Essa flor já não tem mel, sou beija flor!
Vivo então, procurando pelos ares
Aquilo que sei, se encontra em outros mares
Quisera eu poder ter sonhos e voar
Transporia esses montes e esse mar!
Te encontraria ao fim da ponte em meu sonhar
Teria então, a eternidade para te amar
Tempo que passou e não quer voltar
Mas que será presente ao te encontrar!
É na distancia que te encontras no memento
E se ouvires choros, são partes de meu lamento
Posto que ainda estas em meu coração
Mesmo que tenhas se soltado de minha mão!
Santaroza
Amar é luz!
Esperei a lua chegar e deixei que minh’alma cavalgasse pelo potro alado da noite,
Nem o sereno, nem o frio dessas eras de outono, me impediram de alcançar as estrelas,
Encontrei uma de luz azul, que brilhava sem parara e de lá pude te ver dormindo,
Embrenhei-me por teus sonhos, cavalguei contigo pelos céus, visitamos todos os desejos,
Encontramos o oásis do amor, bebemos de suas fontes, deitamos em sua relva,
Esperamos o nascer do sol, para que diante da luz estivéssemos certos de nossa paixão!
Santaroza
DÚVIDAS
Oswaldo Antônio Begiato
Nos cômodos incômodos
de uma casa em ruínas
eu acomodo minhas dúvidas
em cômodas infestadas de cupins.
Que fiquem elas lá, guardadas,
como roupas velhas no guarda-roupa
aguardando a hora de serem doadas,
ou a hora de vestirem judas no sábado santo.
Não quero mais ter dúvidas.
Quero a imperturbabilidade das rochas
e a clareza das águas frescas
das cachoeiras da Serra do Japi.
Não dá para imaginar
como são claras e frescas
as águas das cachoeiras
da Serra do Japi.
GRITO ABAFADO
O meu grito é sufocado.
Não parece que é grito.
Parece um grito falado.
Mas ele nunca foi dito.
É a pedra sob as águas
é mágoa de sentimento
é um grito de palavras
retidas no pensamento.
Corpo a corpo desafia.
É faca que cai da mão.
É como pedra que afia
os punhais do coração.
Como resto de festins
sobrevive dos jejuns...
Ele é a fome de todos
e mesa farta de alguns.
Sob a mira dos fuzis
é muralha de granito.
Ressoa a bala no eco
e retorna como grito.
E se me tiram a voz
é daí que me revolto...
O que se fala calado
ecoa muito mais alto.
A. Estebanez
Avis Rara
quero te ver irrigando como mina
de água pura, vertente preciosa.
tua presença, um raio verde que corte o céu
trazendo à luz a marca guerreira de um deus capital.
te ver no morno clima de tarde airosa
tu, oh pássaro raro do puro apego
oh nave-mãe que cruzas plena e generosa
o circunscrito e infinito mar egeu.
meu cardo aflito se debate e ainda arde
como o martírio do infeliz prometeu.
lança-se ao céu o movil inquieto
de um eterno tempo grego
pare-se agora este horizonte que incandeia.
chegar tão perto, que tão perto assim se pare
e emparelhe o teu corpo junto ao meu
chegar tão perto que nunca mais que repare
neste meu jeito inseguro ou tão incerto.
RicardoSReis
Amando
Amo, e o meu amor
Vai por aí amando sem saber
Sem saber o como e o porque.
E sigo pela estrada sozinho
E vou ficando pelo meio do caminho
Em solitário devaneio
Sempre esperando por ti.
Se for o amor que afinal me explica
Vê se não vai embora, mulher
Vê, amor, se não complica.
Só me ame e fica.
RicardoSReis
Ninfa em sono na relva
Dedico-me a observa-la em seu plácido sono
com o corpo entregue, lânguido
em negra gaze envolto
um corpo etéreo, mais até, adormecido.
Vê-la entregue à navegação dos sonhos
é vislumbrar em um só instante, no agora
o que, por meu desejo houvera sido
ausente as neves da mútua incongruência.
Destarte, mesmo o acaso
de alguns suaves e ternos beijos
longe das luzes de uma qualquer ciência
vê-la assim menina, boneca de louça
entregue ao seu próprio levitar
sem mínima ruga que lhe turve o sono fundo
devolve-me a crença
sem que deus nenhum me ouça
e faz-me logo entender porque simulo tanto
e tanto que a mim eu minto
e de pronto, porque te amo.
Ao observá-la, e já velando
ao seu doce adormecer
em que pese que a sinta como
ninfa tormentosa do oceano
creio que posso compreender
o desencanto à que tornamos.
RicardoSReis
A vida preclara*
Ah, o salivoso verdor dos púberes anos!
Ah, as primícias do amor, da chama intensa!
Justo é que se as passe ao sol que abrasa,
Onde a graça é franca, leda e não se vê enganos.
Outrossim, quando és a pura e formosa,
Qual lânguida ninfa que fogueia nos planos,
Coberta de berloques e em ricos panos,
Fazendo nascer o azul na manhã abrumosa.
Sê feliz, meiga menina, dona de todo encanto.
Vá, que não seguirás sozinha. A vida preclara
Que terás, não te dará a conhecer o pranto.
Os alumbrados que te privarem a amizade,
Sem anteparos, fará-os-á padecer de amor,
Quando fluíres livre, deixando-os à vã saudade.
RicardoSReis
*(soneto para uma menina, adolescente)
Amor Simplesmente Amor
Patético!? Sim eu sou...
Porque amo pateticamente.
O amor me deixa sem limites
Sem margem, fronteiras para sonhar
M’alma tem sede do divino prazer de amar
Ardo em fogo, queimo no infinito
Como estrela, mesmo depois de morto
A luz desse amor viajará pelas galáxias
Iluminando mundos.
Derramo-me em sangue, seiva e vida
Deságuo minhas lagrimas em palavras
Visto-me de cambraias, me cubro de promessas
Pelo simples prazer de sofrer de amar...
Vagueio por entre abismos de sentimentos
Montando um cavalo de muitas luas
Na bagagem levo-te um presente
Minha humana incompleitude.
Dou-te meu pior e meu melhor...
...Porque só no amor sou inteiro.
(AlexSimas)
Amor...Nada Mais.
Vim te falar das muitas coisas que me habitam
Adormeci sobre o poema que te escrevia
Sonhei-te consciente, sentimentos imprudentes
Uma serenidade divina, quase incômoda
Apossou-se de minha alma, essa que te escreve.
Descobri-me personagem dessa fantástica fabula...
...Nossa historia, Mutação perfeita da semente plantada.
Seu e meu sentimento, coquetel de paixão desmedida
Que me embriaga lentamente, admira e assusta...
Cruzo pontes de invernos e outonos...
...Para encontrar-me na tua sempre primavera.
Extraviei-me, me perdi pelos corredores das letras
Dessa escrita sem sentido que busca te dizer
Do que alem te amo, me pergunto porque?...
...Simplesmente te amo, nada é além do amor.
(AlexSimas)
Como falar...
Me diz como falar do sol
que desponta no horizonte
quando dentro de meu coração
é só névoa e dor
Como falar do mar,
da beleza do luar
quando a escuridão da tristeza
me assola o coração e um triste lamento
me joga no chão
Como falar do canto dos pássaros
das manhãs de outono
se minha voz emudeceu
pelo silêncio teu
Como falar de amores
se dentro de mim é só
sentimento de dores
Me diz
Como falar...
por que minha voz se calou
quando te fostes
e eu só consigo chorar.
Rosane Silveira
“Pedindo as estrelas”
Com olhos lacrimejantes
Levantei o rosto pro céu
Vi um pontinho brilhante
Minha estrela era fiel
Estava me olhando agora
Lendo meus pensamentos
Não consigo ir embora
Está vendo meu lamento
Lágrimas rolam no rosto
Coração em disparada
Vida plena em desgosto
Sinto em mim, alfinetadas
Minha estrelinha amada
Ampara-me neste momento
Vida assim amargurada
Merece um acalento
Jane Rossi
Oleiro
Tu és oleiro, Meu Senhor!
Cuida de mim, me restaura
Do coração, cura esta dor
Me faz sentir a brisa, a aura
De minha alma tira o pavor
Eu quero ter visões, bem calma
Então escuta este meu clamor!
Me fortalece, refaz minh’alma
Me mostra um mundo de outra cor
Me mostra amigos, que sejam flores
Quero compor um lindo ramalhete
Só de alegrias, sem dissabores
Restaura agora, tu és oleiro!
Transforma a vida, tráz paz e amor
E o coração que está em desespero
Troca por outro, sem angústia e sem dor!
Jane Rossi
31/03/08
Momento Mágico
Um beija-flor pousou
Na bela flor de jasmim
Como ele me encantou
Alegrando meu jardim.
Fiquei observando
Aquele pequenino ser
Sua energia liberando
Consegui me abastecer.
Com sua velocidade
Estacionando no ar
Beija com suavidade
As flores e volta a voar.
Aquele mágico momento
Ficou em minha visão
Fui toda agradecimento
À beleza da Criação.
João Pessoa, 31/03/08
Neneca
Reencontro
Pensando em um reencontro
Ao longe tua silhueta divisei
Sai correndo ao teu encontro
Sentindo emoções te abracei.
Nossos corpos se juntaram
Do alto da montanha divisamos
Pássaros, suas asas ruflaram!
Em êxtase profundo flutuamos.
Acabei de vez meu sofrimento
Não me encontrava mais sozinho
Acendeu a chama do sentimento
Do amor que selou nosso caminho.
Senti todo meu ser renovado
De alegria, esperança e fulgor
Consegui o intento almejado
Feliz agradeci ao Criador.
João Pessoa, 29/03/08
Neneca
Vila Rica
No ventre das montanhas, cenário alpino,
Torres são erguidas e apontam para o céu...
Vila Rica, burgo pequenino, subindo a encosta,
É um luminoso véu, a entrar no ventre seco...
Da janela tudo vejo e vejo tudo, vejo brasões
De ouro e festas e apogeu, ouço o bimbalhar do sino
E a velha Vila Rica no esplendor do sol a pino,
E arcos de pedras erguidos, as pedras de cal...
Da janela que tudo vê e vê tudo, vê tirania entre
Grandezas, botas batem nas pedras, pedras caiadas
De cal, coches reais rolando com altezas, pendões ao vento,
Em corsos triunfais, e os arcos de pedra afiada,
Somente pó e matéria nas mãos operárias...
Nada restou além das montanhas e das pedras...
Fim a tanta gala! Liberdade! Fulge e se perde...
Feriu ferida funda e o sangue correu...
Conspira a solidão da montanha e sangue sugando
A serra, velando a alma exilada nos caminhos da
Montanha...
Marta Peres
O Show da Vida
Auber Fioravante Junior
30/03/2008
Vem das cordilheiras
este azul-violeta;
raiando em rimas e toadas
um grito pueril, cheio de
graça e poesia, como
um saltimbanco
fazendo da vida um show,
e do show,
uma vida inteira!
Bolhas de sabão
enfeitam o cenário;
envolvendo em risos e palmas
um carrossel celeste, habitado
por plebeus e anciões, como
um trapezista
fazendo do limite um show,
e do show,
uma vida sem limites!
Asas brancas
tecem a lona;
desenhando em sonhos e afagos
um picadeiro de ilusões, dotado de
de mestres e aprendizes, como
um mágico
fazendo do surrealismo
um show de fronteiras,
e do show, uma vida amor
sem fronteiras!
A PARTIDA
Saudades dessas que aperta o peito
Nada no mundo pode ser tão triste
Quanto essa mágoa do sonho desfeito!
Como um rio que seca, a natureza assiste!
Aquele imenso vazio, as marcas da passagem
Onde foi um dia tão vasto e sereno!
No coração a cicatriz dolorida da paisagem
Apenas o oco, sua funda marca no terreno
Desprendido esquiva-se do material
Desnudado, o espírito se lança
Do grande desfiladeiro ao espiritual!
Entre choro, lamentações, a vida alcança
Outras esferas distantes desse mundo real
Deixando a dor, saudade e a lembrança!
Mara Andréa Machado
O AMOR TUDO PODE
Aprendi a amar a começar por mim
Porque ouvia das pessoas experientes
Para ser verdadeiro tinha que ser assim...
Ame a você mesmo incondicionalmente!
E quando se vê, diante desse gigante
Desse sentimento que nos edifica!
Nossos olhos ficam brilhantes,
E nossa vida inteira se modifica!
Mesmo que nos cause dor,
Ainda que do peito explode!
Ame dê a ele o seu melhor!
Pois o amor tudo pode!
Mara Andréa Machado
SE NÃO TE VEJO
Meu coração anoitece...
Silenciosamente... madrugada fria!
Rapidamente se entristece
E a vida perde a poesia!
Pois tu já és a minha metade
E sem você tudo perde o sentido
O amor perde a caridade
O arco-íris o colorido!
Se não te vejo, meu querido!
Em meus dias somente ais...
Meu coração fica dolorido!
Se não te vejo ai de mim...
As horas me subtrai!
A vida encontra o fim!
Mara Andréa Machado
A velocidade do tempo
O tempo endo, ando voando
As palavras vão e vem...
A vida vai passando
Senhores maquinistas: Parem o trem!
Quero descer na próxima estação
Parem o trem da vida
Quero voltar a ser criança
Sem rugas, fugas, nem feridas!
O tempo é meu inimigo
Passa ligeiro, sem nunca cessar
Se alguém quiser vir comigo
Não tenho pressa, só quero ficar!
O tempo me dá tristeza
Pois não o posso acompanhar
Meus passos são curtos
Por favor, me deixa parar!
O tempo anda, voando ainda
Não sei para onde vou, quem sou
Interrompo a viagem, parem!
Quem nem deu tempo! O tempo passou!
Mara Andréa Machado
A mala
Quando o útero se rompe, a vida!
Tantas especulações, tanto medo
A jornada começa ser percorrida
Conhecemos a dor desde muito cedo!
Alguns mais que outros, outros nada!
E a bagagem vai sendo feita,
Como é difícil continuar na estrada!
A tanto a gente se sujeita!
Quanta miséria a gente assiste,
Ver os homens se destruindo entre si!
E muitas vezes distraído e triste,
Esquece o que veio fazer aqui!
Ilude e se envaidece do que não é seu,
Acha que tudo pode, orgulhoso
Maltrata o que Deus lhe deu!
Se sentindo vitorioso...
E tendo sua missão interrompida,
De malas vazias, despreparado!
Chora e clama por nova vida!
Nova oportunidade, o perdão lhe é dado!
Assim várias vezes, a vida se instala
E em se perdendo e se achando, coitado!
Mais uma vez o homem esquece a mala...
Mara Andréa Machado
Publicado no Recanto das Letras em 31/03/2008
Código do texto: T924768
2 Comentários:
Querida Marta!
Você é incansável!
Que trabalho lindo. Unindo a beleza dos versos de todos que encontram na poesia a sua alma.
Obrigada, amiga!
Beijos!
Por Neneca Barbosa - Um ser humano em evolução!, às 31 de março de 2008 às 13:49
querida poeta Marta!
Divino! maravilhoso!
fantastico!
te agradeço por teres me dado a honra de postar meus poemas, meus humildes versos, em teu maravilhoso
trabalho!
obrigada querida amiga!
Por Anônimo, às 29 de maio de 2008 às 17:12
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