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sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Sirlei L. Passolongo Homenageia o Dia das Crianças!






Como trovadora, Sirlei Passolongo usa sua lira, coração vestido de rosas,
executa sua canção, alma afinada, suspiros de amor pelos infantes, desfolha rosas, sonhos, desenha com a ponta dos dedos o amor que sai do seu suave coração, sua harpa é tocada religiosamente quando empunha o lápis, desfia sonhos pelos dedos da poeta!

Marta Peres


Apenas um presente

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Corpo de mulher
Ainda menina
Nas ruas e casas e
Em muitas esquinas

Corpo de mulher
Alma de criança
Nas ruas, boates...
Em casas de tolerância

Corpo de mulher
Coração adolescente
Nas ruas, boates...
Compradas como
Se fosse um presente

Corpo de menina
Alma de criança
Coração adolescente
Nas ruas, boates...
Exploradas covardemente.

(Sirlei L. Passolongo)

Menina do Brasil
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Era uma menina linda
Olhos cheios de esperança
Queria pouco da vida
Apenas uma criança

Era uma menina sapeca
Revestida de alegria
Só desejava uma boneca
Pra lhe fazer companhia

Era uma menina pura
Sonhava os contos de fadas
Alma cheia de ternura
Ainda brincava de mãos dadas

Era menina faceira
Coração doce e apaixonado
Só pensava em brincadeira
Vivia num mundo encantado

Era menina tão bela
Sorriso cheio de amor
Sonhava ser cinderela
Desabrochava em flor

Era menina da favela
Pés no chão, sonhos na lua
Triste sorte da bela
Só queria sair da rua

Era menina de tantos brasis
Filha do sertão e da cidade
Só queria ser feliz
Num lar sem frio e maldade

Era menina brasileira
Filha da desigualdade
Sonhava pra vida inteira
Apenas a felicidade

Era menina inocente
Acreditava nos homens
E tudo que tinha na mente
Era matar sua fome

Era menina esperança
Continuava a sonhar
Só queria ser criança
Sem fome poder brincar

Era menina do noticiário
Vendida por algum dinheiro
Por mais um salafrário
A um gringo estrangeiro

É, agora, uma menina triste...

(Sirlei L. Passolongo)



Trocaram as bonecas

Já não se desenham luas como antigamente
Não há mais rosas nas capas de cadernos
Não há mais meninas sorrindo na janela

Já não se trocam abraços ingênuos
Nem brincam de ciranda ao anoitecer
Já não há meninas a brincar de boneca

A modernidade levou embora as bonecas
Pôs fim a ingenuidade das meninas na janela
Trocaram abraços ingênuos, por filhos na adolescência.

(Sirlei L. Passolongo)


Quem São Esses Meninos?
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São meninos tristes
A esperar quirelas
Que aliviem suas
mazelas.

São meninos aflitos
arredios...Famintos
Sofrem em silêncio
nas ruas e no frio...

São meninos maltrapilhos
pela sociedade abandonados
Serão as mãos a segurarem
a arma... Mas somos nós
que puxamos o gatilho.

(Sirlei L. Passolongo)






O MENINO DO SEMÁFORO
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Hei!
Olhe o menino que passa
Olhe...
Nem que seja através da vidraça

Nas mãos um pacote de bala
Nos pés um chinelo gasto
Na boca...uma voz que cala
Segue todos os dias o mesmo rastro

Caminha na multidão
Procura um semáforo movimentado
Espera vender suas balas
Ganhar um mísero trocado
Ninguém o vê
Ninguém percebe
Ele nunca é notado
E ele segue...

Segue seu destino ingrato
Sem culpas
Segue sem trato
É mais um entre tantas crianças
Sem comida em seu prato
Essa é a nossa criança esperança!
Ninguém o vê
Ninguém percebe
Parece rotina de fato

Segue no sol, segue na chuva.
No verão ou no inverno
É esse o menino que passa
Olhar triste, sorriso terno.
E nós ficamos aqui
Escondidos atrás da vidraça.

(Sirlei L. Passolongo)


Cena Comum
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Na rua aonde tantos vão e vêm
elas passam como se fossem nada
ou ninguém...
Brancas, negras, mestiças.
Olhos tristes...
Rostos sem qualquer meiguice.

E elas seguem todos os dias...
O sol e a lua são tudo que têm
vez por outra um pão velho
ou um pastel dormido...
Misericórdia de alguém.
Uma ou outra
tem nos pés um chinelo,
mas todas passam
como se fossem nada ou ninguém.

E na rua aonde tantos vão e vêm
elas vivem, sem irem ou voltarem
de lugar algum...
São filhos das ruas,
Quase invisíveis... Cena comum.
Um país que não as vê,
mas também não vai
a lugar algum.
(Sirlei L. Passolongo)


Crianças Modernas
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Quem nunca
pulou amarelinha
brincou de pega-pega
ou de casinha?
Mas as crianças
modernas
trocaram pelas telas
e a infância mudou...
hoje, vestem a Barbie
no computador
e brincam de pega-pega
nos emuladores.
Amarelinha?
Poucas ouviram falar.

(Sirlei L. Passolongo)


Sonhos de menina
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A menina olha a vitrine
Olhos rasos d’agua
Em silêncio
Fecha os olhinhos
Chega a sentir
A boneca em sua mão...
Como se fizesse uma prece
Em vão...
Alguém lhe puxa os bracinhos
Ali, não pode ficar...
E lá vai ela, outro dia,
Outra vitrine...
E em seu coração
uma fria neblina
Ninguém
E nem uma boneca
Pra lhe acompanhar.

(Sirlei L. Passolongo)



Queria ser Criança!

Queria ser criança
Comer algodão-doce e se lambuzar
Correr pela praça sem rumo
De pega-pega brincar

Queria ser criança
Doces e pipocas no carinho da rua
Inventar história de monstros
Viver no mundo da lua

Queria ser criança
Andar descalças, pular amarelinha.
Bola queimada, pular cordas.
Passar-anel e brincar de casinha

Queria ser criança
Inocência, esperança.
Ver a vida sempre colorida
Ser simplesmente criança!

(Sirlei L. Passolongo)

Ser Criança


Ah! Como é maravilhoso ser criança
Sorrir quando se olha no espelho
Gritar quando a emoção é grande
Colorir toda flor de vermelho

Como é maravilhoso olhar o mundo
Como se ele fosse um brinquedo
Viajar no tempo em um segundo
Cantar junto com a boneca
E do bicho papão ter medo

Como é maravilhoso ser criança
Poder rir de tudo sem malícia
Falar a verdade sem julgar
Em conto de fadas, acreditar.


(Sirlei L. Passolongo)

6 Comentários:

  • Divina como sempre Marta...
    como sabe, sou professora, e as crianças são tudo em minha vida... ainda hoje, algumas me disseram que não terão presentes dia das crianças, triste eu disse a elas, que a cada 5 minutos uma criança morre de fome no mundo... e que elas apenas agradecessem por estarem na sala de saula... pelo casa, a comida... e que o mais importante, ela têm. A vida.
    Espero que um dia olhemos mais nossas crianças.
    Obrigada amiga pelo privilégio de estar em seu blog.

    Por Blogger Sirlei Passolongo, às 10 de outubro de 2008 às 18:44  

  • So good......

    Por Anonymous Anônimo, às 10 de outubro de 2008 às 19:03  

  • Marta minha querida...eu sou uma Nutricionista q trabalha com crianças carentes ,e com isso me sinto um pouco mais humana vendo crianças deficientes por conta de uma má alimentação. E isso é chocante...Tenho que te agradecer pelas poesias onte se me permitir postarei pra todos onde trabalho. Aqui eu costumo divulgar tudo que é Divino e com certeza vc é uma pessoa maravilhosa. Obrigada por você existir!!

    Por Blogger Unknown, às 10 de outubro de 2008 às 19:55  

  • Marta minha Flor,

    Simplsmente maravilhoso, todos nós nunca deixamos de ser criança, lá no fundo de nosso ser existe um lado criança!!!!!!!!!!!!!!!

    Bjussssssssssssss.......

    Por Blogger Unknown, às 11 de outubro de 2008 às 06:17  

  • Linda e merecida homenagem minha querida e amada poeta Marta. Tanto à
    poeta Sirlei quanto às crianças.Parabéns pela iniciativa.Não se pode esperar coisa diferente de uma pessoa sensível e linda como você.Bjs iluminados. Namaste!

    Por Blogger Eti, às 11 de outubro de 2008 às 14:54  

  • Parabens a ambas...
    A homenagem ficou linda...
    As poesias da Poetisa Sirlei,
    sáo de uma singeleza, e ao mesmo tempo,
    muito fortes...
    retrata bem a vida de nossas criancas...
    Adoro tudo que ela escreve, ela tem o poder de expressar em palavras, sentimentos que as vezes, nem nos saberiamos como por para fora...

    Beijos no coracao das talentosas poetisas

    Orquidea

    Por Blogger Unknown, às 21 de outubro de 2008 às 13:50  

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