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segunda-feira, 12 de maio de 2008

Poesia é Viver!


Suely Fajardo,Poeta cuja imaginação supera em fantasia a alteração constante das forças do mar agitando a vida..


Venha!
Acenda a luz que ainda lhe resta
e venha devagar... devagar
desbravando meus caminhos...


SueliFajardo



Inverno!
Quando nasci, foi num frio intenso.Minha mãe diz que estava difícil até da água sair das torneiras. Uma garoa fria cobria toda a cidade. Pareciam floquinhos de neve.Foi algo muito diferente, absolutamente inusitado.
Cresci com a idéia de que o inverno era feio e de que o frio também alcançava a alma. Perguntava-me, com freqüência, por que tinha nascido nessa época. Dizia a todos como destestava essa estação do ano.
Certa vez, num desses dias tão frios de inverno, senti o gosto do vinho tinto. Vi pessoas que amo bem mais próximas de mim. Edredons jogados na sala. Risadas, gargalhadas que aqueciam o ambiente, como lareira acesa. Foi amor imediato. Amei tudo aquilo. Amei o inverno.
Hoje, entre o chocolate quente, durante o dia, e o vinho (hum!!!), à noite, vou me aquecendo ao som da chuva, na janela, ou com o sol radiante e o céu azul.
Aconchego-me ao edredon de risadas e muitas pernas e sei que o inverno é maravilhoso e que será bem quente...
SueliFajardo


Nova trova
Ao menino dos meus sonhos,
estes versos de lua cheia componho.
E se nem assim o cativar,
lábios em seus lábios, ensino-o a me amar.
SueliFajardo



A práxis da verdadeira libertação
A desumanização, visualizada e sentida por todos, é o resultado da humanização negada pela injustiça.

Opressores e oprimidos, cada um a seu modo, participam dessa situação, marcada historicamente pela exploração.

A pseudo-generosidade, presente na nossa sociedade, alimenta a exclusão e o falso amor, porque perpetua, por meio do humanitarismo, não do humanismo, a injustiça, ao sustentar a opressão. "Talvez dês esmolas. Mas, de onde as tiras, senão de tuas rapinas cruéis, do sofrimento, das lágrimas, dos suspiros?"(São Gregório de Nissa, Sermão contra os usuários).

A verdadeira generosidade advém da conscientização da problemática e a busca conjunta das soluções, realizadas pelos próprios excluídos, numa tarefa árdua de libertação e transcendência, motivada pelo trabalho, pelo reconhecimento dos deveres e dos direitos.

Há a necessidade, ainda, da consciência da grande responsabilidade, que a libertação requer.

Não há como humanizar o Ser Humano, esperando a ajuda de um super-herói, nem mesmo de um herói. Humanização é trabalho coletivo, exaustivo, que deve acontecer por meio da própria superação, de forma a não serem os oprimidos futuros opressores, mas verdadeiramente os responsáveis pela ação, que gera uma permanente libertação.

SueliFajardo



Sobras
Em teu curso,
navego.
Há trechos de solidão.
Outros, de sonhos
pincelados pelo orvalho
da madrugada.

Antes de ter percorrido
todas as tuas águas,
visitado tuas ilhas,
apreciado tua beleza,
perco-te para o mar,
sobra-me toda tristeza.
SueliFajardo
Publicado no Recanto


Agonia
Flor amarela,
debruçada na janela,
seguindo o ouro do sol.
A cada bola atirada,
em sua direção,
a pobrezinho dobra-se
pálida, pedindo
àquele menino:
- Mais cuidado, compaixão!

SueliFajardo



Natal?
Véspera de Natal.
As ruas estão lotadas.
Pessoas tão preocupadas
Com as compras que ainda vão fazer.
Em meio ao turbilhão enlouquecido,
Há um menino esquecido.
Menino abandonado.
Abandonado pela vida.
Vive na rua. Não é notado.
As pessoas estão com muita pressa.
Pressa demais para enxergar
O Menino Jesus
No menino abandonado.



SueliFajardo


Nossa história
Os

VERSOS

sem
rimas
que
escrevo
a
ti

SÃO

a

CONSTRUÇÃO

rústica
da
palavra
em
contato
com
a

INSPIRAÇÃO

que
provocas
no
meu
sentir
obtuso
oblongo.

OBSTINADA

EDIFICO

do
meu
ser
imperfeito

AMOR

PERFEITO.





SueliFajardo


Enlevo
Céu da cor dos cantos,
que suscitam madrigais,
na alma sonhadora.
SueliFajardo


Essência
A sociedade nos impõe várias obrigações, as quais aceitamos sem questionar. Não percebemos que, com isso, deixamos realmente de viver.
Viramos escravos do tempo e das circuntâncias.
Infelizes, passamos pela vida sem aproveitar tudo de melhor que ela tem para nos oferecer:o amor, a amizade, o desabafo, os riscos,os erros, o choro, o sorriso, os sonhos.
Passamos pela vida, sem vivê-la intensamente.
Como passas, vamos ressecando, murchando.
Aos poucos, nem sabemos mais qual é o sentido da vida.
Perdemos a essência do viver.
Perdemos definitivamente a chance de sermos felizes.

SueliFajardo


Quero falar de um homem de pensamento e de letras, poeta das terras mineiras que veio para agradar, com os ornatos de sua inteligência, sensibilidade e modéstia.
Marçal Filho expressa nos seus versos todo talento tirado das serras mineiras, admirável poeta e amigo!


*Incógnita*
.
algumas pessoas no passado
podem encontrar
no presente
um elo que se rompeu...

se já duvidei
hoje não mais duvido...

quando ouço alguém falar
que existe ligação entre este
e o outro mundo...

se cético já fui
hoje não contesto...

tudo tem lógica
nada é finito
mesmo parecendo
sem porquê, não protesto...

há de ter razão enfim
o que no ontem
perdido ficou
há de haver continuação
aqui no agora
embora não saibamos
explicar a razão...

ainda é uma incógnita.




(marçal Filho)
*Frágil(idade)*

então da dor que caminha
meu corpo, parco, seco
e sem porvir
amasso o naco de farinha
que restou
pra trazer um poema
na ponta dum punhal
de cabo madrepérola,

tudo se faz mazela...

então dos míseros sentidos
em luta de razão e calma
chicoteio a alma
e desta tento enganar a dor
e do mais absurdo sentido
procuro entender o motivo
e saber porque murchou a flor,

nem tudo é amor...

(marçal filho)


***TEAR Di(VERSO)*** Marçal Filho
Sem que percebamos
novo poetar
este pode estar
em qualquer local
em todo lugar...
Na pequenina flor
num raio de sol
no azul do céu
na escuridão...

No gritar te amo
apenas num olhar
num toque de mão
ou no caminhar...
Na imensidão
que o olho não vê
no voar da abelha
ao entardecer...
No pousar da garça
quando vai pescar
tudo é poesia
Até sem rimar...

Ao poeta cabe
ajuntar palavras
e então tecer
pequenino fio
que aos pedacinhos
num tear de sonhos
fino acabamento
dele possa ter...

e então tranquilo
como um anjo bom
vai dormir sorrindo
como quem plantou
nova esperança
pra nascer o amor!




***ESSA COISA*** Marçal Filho
Esse jeito em teu olhar
Com as razões que desconheço
Se daqui, d’outro lugar
Jamais posso decifrar...
Nem que vire do avesso...
Essa coisa indecifrável
De razões desconhecidas
Fará jus a tentativa...
Desvendar esse mistério
Ou melhor, ignorar?

Eu não sei de muitas coisas
Sou um eterno aprendiz
O que sei é que você
Ensinou-me a ser feliz...
Essa coisa diferente
No jeito do teu olhar
Que conduz nas entrelinhas
A maneira de falar
Faz com que tudo se torne
De maneira especial
Muito mais que um mundo belo
Pois revela o bem e o mal
Se tornou coisa de pele
Mais que lindo. Angelical...



***CONCEPÇÕES*** Marçal Filho
Das magias e belezas da vida
nada se compara ao AMOR
Mesmo este sendo questionado.
Sim...acredite...alguns amores
são questionáveis...

Questões da Sociedade...
Tabús e essas coisas
que inventaram e eu?
Nunca quis entender...
Nem fiz questão...

Como viver sem ele?
Como fugir do encanto
Como ignorar o pranto?

Sim...o Amor às vezes
conduz o amado
ao choro...

Ao não amado então...
Melhor nem relatar,
é possivel que minhas concepções
Não vá de agrado às suas...

Também pudera:
Dizem que sou louco,
mas sabe de uma coisa:
Nem ligo, concepções erradas,
penso eu, como diria uma amiga:
-Vai saber!

***MÁS INTENÇÕES***Marçal Filho...
Então me pus a vigiar você
Não foi intencionalmente...
Garanto, acredite...
Juro...Não foi...

Às vezes, as pessoas falam muito sabe!
E nem tudo pode ser verdade...
Às vezes nem mesmo a razão
Supera a maldade...

Ver você caminhando
Nesse bamboleio lindo
Não quero negar e nem posso
Mexeu com minha libido...

Também o que seria dessa vida
Se não fosse a perfeição?
Qual graça haveria nela
Se vivêssemos de ilusão?




Cenas Opostas
Aqui junto a mim
escorre um fel...
e vivo a perguntar
quem deixou que isso se me fizesse?

Ali junto de ti
escorre um mel
e pergunto-me ainda:
Que dia poderíamos
brincar de inverter papéis?

A vida é um grande teatro
Atores somos todos
Mas ainda precisamos direção



TEIMOSIA
Tem um brilho de saudade
no olhar que se perdeu
Tem um pouco de lirismo
no afã de meu querer...
hei de teimar...

Tem ainda um pouco mesmo
de esperança pra viver
e existe o acalanto
para o pranto do sofrer
inda resisto...

Tem de tudo na tormenta
dessa alma arredia
e um jeito muito simples
de saber se vou, não vou...

E ainda me pergunto
qual de nós fez tudo certo?
Qual viagem por fazer?
Qual caminho pra tomar?

e de resto mais perguntas
Povoam meu (in)consciente
Por que tanta incerteza
se no fim tudo é igual???
Para que essa agonia
Se amanhã é Carnaval?

Marçal Filho




POETA e PALAVRA
No dia que a poesia me faltar
e a palavra não surgir
então serei alguém
que de fato a vida marcou...

Ou um qualquer que nunca sonhou
pois se o poeta perde o fio do verso
reverso se faz inverso se torna
refaz e transforma em mais que desejo...

Lampejo de lágrimas não convence
e se convenientemente convencesse
não deixaria que o destino o mudasse
não se expunha prevendo
que tudo se transformasse...
Por isso o poeta é um profano profeta
que vive a observar a vida e dela faz um palco
e deste, uma fresta imaginária...

Sua palavra mesmo simples,
quase imperceptível é capaz de
se não convencer a si mesmo
convencerá o outro
Faz do picadeiro um lugar do riso
e do desatino um turbilhão de aplausos!

Quando me faltar a poesia
quando nada mais houver para escrever
aí sim, não me darei por satisfeito
antes porém darei lugar à folia...
e na amplidão do sonho interrompido...
zombarei do destino inacabado...
que por descuido deixou-me um dia poetar!

Marçal Filho



Poeta WALTER DIMENSTEIN foi apresentado a mim pela amiga Gota Azul, foi um encantamento ao ler seus poemas, um prazer que encheu a alma. Leve, suave e doce seu versejar, fala no amor com facilidade de quem transborda em amor.
Parabéns Poeta!




WALTER DIMENSTEIN


Contenda

Começa a doce contenda
As tuas partes pudendas
Túrgidas e deslisantes
Abarcam meu corpo fálico
Semipétreo e pulsante
E flui o êxtase mágico
Com murmúrios e caricias
Ó que sublime delícia
Logo após nova contenda
As tuas partes pudendas...



A mão que procura a tua

O amor sempre quer mais
E por isto corro atrás
Feliz ou infelizmente
O amor é um demente
Com uma fome inclemente
Sem se saciar jamais
E hoje no outono da vida
Minha ânsia continua
E ainda tenho estendida
A mão que procura a tua

Walter Dimenstein



Amo-te sem tirar nem pôr

Cada vez que eu te vejo
Fervilha-me um desejo
De ter teu corpo inteiro
Para um amor verdadeiro
Anseio teu calor sentir
Da pele e dentro de ti
Rogo-te venha pra mim
Meu corpo quer teu corpo sim
Minha mente quer teu amor
Amo-te sem tirar nem pôr.

Walter Dimenstein




Busca nova ilusão

Sempre alguma coisa fica
Dos nossos sonhos coloridos
Sonhos idos e vividos
Devidos ou indevidos
Resta uma saudade rica
Que empobrece a cada hora
Até que um dia vai embora
Pra longe sem deixar pistas
E o sofrido coração
Busca nova ilusão.

Walter Dimenstein




Com quem não se pode ter

A ausência da tua presença
Machuca-me sem clemência
Mas acatarei a sentença
Da minha dura penitência
Pois odeio o teu sofrer
E mesmo sem o meu querer
Eu preciso te esquecer
Embora sabendo que
Não se vive quem não vive
Com quem não se pode ter.

Walter Dimenstein




Continuas soberana

Um pedacinho do céu
mais doce que o doce mel
Loucamente feminina
Tu és mais que uma obra prima
Sedutora em excesso
O que explica teu sucesso
E mesmo na trama da cama
Na hora do amor em chama
Amada e bem rendida
Continuas soberana

Walter Dimenstein




DE UMA MIGALHA DE AMOR

Sempre estou a buscar
O belo pra admirar
E tal ânsia que em mim persiste
Vez por outra me faz triste
Mesmo sendo um sonhador
Neste mundo de gozo e dor
Daria meu universo
Com os seus sonhos poéticos
Apenas pelo favor
De uma migalha de amor

Walter Dimenstein




Dia e noite e noite e dia

Quem prova do amor o néctar
Jamais abandona a festa
E deseja com denodo
O seu corpo dentro do outro
Não liga se surgem dramas
Com suas terríveis tramas
Pois o amor é uma prova
Que ele é pura magia
Uma emoção que se renova
Dia e noite e noite e dia

Walter Dimenstein




E onde pousa não faz ninho

Por possuir só momentos
Fugazes como os ventos
A felicidade tão falada
Não foi bem interpretada
Pois a mesma é passageira
Uma ilusão feiticeira
Uma espera que desespera
Lembra um dócil passarinho
Que voa e pousa e de novo voa
E onde pousa não faz ninho.

Walter Dimenstein




Morre ele de quase tudo

Dizem que o amor acontece
De maneira inusitada
Do nada ou do quase nada
E quando ele aparece
Todo o viver se enternece
Porém se ele enfraquece
Tudo em volta se entristece
Até os céus ficam surdos
Não adiantam as preces
Morre ele de quase tudo.

Walter Dimenstein



CONFORMISMO


Como vive se é que vive
quem não vive com quem quer.
E dentre ensejos que tive
coube a mim um malmequer.
Não sei porque não se ter
esse ideal bem-querer.
Sou um banal detetive
e não consigo enteder:
como vive quem não vive
com quem almeja viver?

Grito aos céus minha triste sina,
não te ter e não morrer.
Ó natureza divina,
eu existo sem viver.
Anseio por teus encantos,
quero acabar com meus prantos
e este malvado sofrer.
Ah! se eu pudesse entender
como vive quem não vive
com quem almeja viver.

WALTER DIMENSTEIN




MENSAGEM



Onde estiveres, além do arco-íris,
do mundo e das estrelas e até do
infinito se ele finito fosse.


No meu imaginário encontrei-me contigo,
parece até que o tempo está no mesmo ponto.
Que pena não poder te enlaçar, que castigo,
teu cheiro não sentir, porém, ouve este conto.

Quase nada mudou, pássaros cantam iguais,
as guerras continuam e há vírus mortais.
Aumenta a estupidez com raras exceções,
sempre buscando o ser ilusões e emoções.

As condutas humanas ainda são banais,
morre-se por tolices em ações bestiais.
Por sua perfeição a mulher não mudou,
sofrendo por amar ou porque não amou.

Cantos de parabéns nas festas continuam,
as modas vão e voltam e os desejos flutuam.
A juventude acha que domina a história,
porém todos se vão, apenas uns com glória.

WALTER DIMENSTEIN




Amor não trai o amor

Desinibida e sem medo
Venha expor os segredos
Dos teus sonhos falidos
Ternamente aos meus ouvidos
Basta de tanto perder
Conquista teu florescer
Chega de tanto rigor
Ensina ao teu coração
Esta sublime lição
O amor não trai o amor

Walter Dimenstein




O gosto do teu amor

Venha de novo para mim
Se não estás tudo é ruim
As horas não querem andar
E ignoro o jeito a dar
Se ao meu lado não estás
Tudo se torna moroso
Arrastado e preguiçoso
Mas dentro de mim ficou
Do teu fruto saboroso
O gosto do teu amor

Walter Dimenstein



O instante mais lindo

Deixa molhar os lábios em tua boca entreaberta
E tua língua tocar,ah! como isso me afeta
Depois selar tua boca em um quase sufoco
Deixando o coração a disparar bem louco

E se isso acontece, eu perco o comandar
Necessito de ar mas não posso parar
Ó ávido boca-boca, és doce e sufocante
Um êxtase sublime, o mais lindo dos instantes.

Walter Dimenstein




O ontem que não te vi

Ausência da tua presença
Deixou em mim um vazio
Uma estranha diferença
Um clima de desvario
E quando olhava nada via
Um "apagão" em pleno dia
Mas agora que te vejo
Fervem todos meus desejos
Com borbulhante ousadia
E jamais quero sentir
O ontem que não te vi.

Walter Dimenstein




O teu sensual pudor

Ó gostosa criatura
Dotes de alto valor
Compõem tua formosura
Que subjuga com ardor
O aventureiro sedutor
Mas dos dotes o maior
Simplesmente o melhor
Totalmente encantador
É simplesmente sem favor
O teu sensual pudor

Walter Dimenstein




Pelo pouco que sonhou

Sei que os sonhos são sonhos
Mas vários deles deram pomos
E quando ele é lindo
Desacreditá-lo é erro infindo
Devemos sonhar e ousar
Para o bem conquistar
Porque todo sonhador
Neste mundo de gozo e dor
Arrepende-se sem favor
Pelo pouco que sonhou.

Walter Dimenstein




Quando ficares bem velha


Nossa vovó Mariana
Quebra toda semana
Alguns pratos de porcelana
E pedi pra filha Ana
Comprar prato de madeira
Ela trouxe dois da feira
E exclamou com certa trela
Um é pra vovó Mariana
Outro pra ti mamãe Joana
Quando ficares bem velha.

Walter Dimenstein




Quando pode acontecer

Vou dizer-te uma verdade
Com toda sinceridade
A rainha do universo
Com seus versos e reversos
É a possibilidade
Tanto para o Ser como o não ser
Até para o incrível invisível
Há uma máxima inconteste
Uma coisa só acontece
Quando pode acontecer.

Walter Dimenstein




RENASCER



Se o amor finda com a vida até o fim te amarei,
porém se assim não for um eterno amor darei.
Que mais posso jurar? Ou mais te prometer?
Meu poder é pequeno e mais não posso fazer.

Se há amor além da vida agradeço tal sorte.
Ó que sublime oferta o amar depois da morte.
Que bom te ter agora e após o perecer,
amar-te eternamente, o que mais posso querer?

Amar sem um parar, eis dádiva maior.
Pergunto aos que se amam se há um bem melhor?
E se nosso reencontro é a meta mais forte,
tudo, tudo desdenho, até mesmo da morte.

Sou um abrasado amante e preciso do teu lenho.
Recordo o poeta , afirmando com empenho:
muito amor mata o amor, porém de amor morrer
é puro reviver, mágico renascer.


WALTER DIMENSTEIN


Senectude

Numa mulher em que o tempo avançou
Flui o oposto cruel do belo que passou
Por que esta maldade ó natureza mestra
Dilapidar o lindo é uma ação funesta

Quantas dores sofridas a tua face marcaram
Gerando solidão que chora sem chorar
Tuas lágrimas vertidas há muito secaram
Futuro sem futuro - um nada encontrar

E ela assim transformada aumenta o contingente
Embora o essencial seja a turma da frente
Porém a juventude acabará senescente
E o resto é só gente apenas simplesmente

Aos céus imploraria uma única virtude
Um ameno envelhecer com boa plenitude
E se possível não for exclua o macho Ser
Pois a bela mulher - bela deve morrer

Walter Dimenstein




Só se pode amar com amor

Parágrafo único
Revogam-se as disposições em contrário

Desejo da amada os mimos
E desfrutá-los sem temor
Pois com os mimos nós sorrimos
e amamos com ardor
O doar resume o amar
Pois o amor é aquiescência
Jamais fruto da violência
É ser mimamdo e mimar
E exclamo sem parar
Só com amor se pode amar

Amei a amada bastante
Fui amigo, fui amante
E em mar de mimos nadei
Por pouco não soçobrei
E hoje saudoso contemplo
Esse passado ditoso
Que sirva apenas de exemplo
Pra qualquer Ser venturoso
No céu, na terra ou no mar
Só com amor se pode amar.

Walter Dimenstein



Sublime fica a estrada

O nascer e o morrer
são fatos universais
E no singular viver
Há diferenças demais
Mas pra humana espécie
A jornada prevalece
O importante é a caminhada
E se de braços com a amada
Não importa as trombadas
Sublime fica a estrada

Walter Dimenstein




Tudo que um sonho quer


Suavidade, doçura, enlevo e magia.
Ternura que irradia atraente alegria
e bem mais tu possuis, és quase perfeição.
Deixa juntar à tua a minha solidão.

És fonte inspiradora e perfumas o ar
do qual tenho ciúmes e não posso afastar.
Ah! se eu pudesse ser apenas uma brisa
pra abraçar e beijar a tua pele lisa.

Crias em qualquer ser ardente sedução
que docemente obrigas um ajoelhar-se ao chão.
Não sei se és mulher sonho ou sonho de mulher,
mas sei que tudo tens, tudo que um sonho quer.

Walter Dimenstein



QUERO TEU AMOR DE PRESENTE

Quando me abraças de repente
Com teu jeito envolvente
Vivo instantes gostosos
Ternos e maravilhosos
E no meio desta trama
Meus desejos ficam em chama
E enfrento de peito aberto
Os meus sonhos indiscretos
E confesso veemente
Quero teu amor de presente

Walter Dimenstein
(19/02/2005)


HOMO XXI

Era chamado habilis o seu velho antecessor
Se bem que o atual não é hábil a rigor
Com loucas diversões inda mata e guerreia
Usa punhos e pés nos ringues ou na areia

Cultua corridas e é escravo do motor
Provoca acidentes espalhando morte e dor
Vulnerável demais precisa proteção
Usa órgãos alheios até mesmo um coração

Sua atuação sexual é algo magistral
Mas sua ação mental ainda é banal
Acha que há um corpo e uma anexada mente
Se bem que os dois formam um todo somente

Também completam um todo o corpo e seus músculos
Assim do corpo fluem o andar e a mente
Mas quando atingimos o esperado crepúsculo
Com maldade afirmamos: a alma está doente

Doente está o corpo e afirmo veemente
O andar e o pensar vêm do corpo somente
Não há separação, há uma coisa só
E em um belo dia, tu voltarás ao pó

Céus! se tens o poder porque não fazer
Vida valer a pena e não apenas valer
Sem rugas sem tristezas e um longo viver
Com um bom dia bom afastado do sofrer

Walter Dimenstein
(26/03/99)




QUANDO CHEGUEI

Neste mundo encontrei as estrelas no céu
Umas envelhecidas outras inda nascendo
Que coisa deslumbrante este lindo painel
é a natura mudando o que está fenecendo

Nesta Terra encontrei as mulheres divinas
Guardiães dos desejos em todas as esquinas
Amenizando as dores e nossas amarguras
Doando emoções envoltas de ternura

Também eu encontrei a cultura em toda parte
Nos compêndios, nas fitas e nos computadores
Ciência, falsidade e uma mar de dissabores
Alguns homens quase santos e muitos "bonapartes"

Por fim eu encontrei o que direito tinha
E como passageiro obedeço a minha sina
Devo partir em breve igual aos velhos astros
Incorporando-me ao Todo e sem estardalhaço

Walter Dimenstein




Estou murchando de saudade

Definhando como um louco
Cada dia pouco a pouco
Não sei mais o que fazer
Quero-te no meu viver
Invejo o orvalho dos jardins
Que molha as rosas e os jasmons
Derrama tua água em mim
Mata minha sede sem fim
Pois sem ti na verade
Estou murchando de saudade.

Walter Dimenstein




UMA SENSUAL EMOÇÃO
Tudo em volta ficou triste
Quando de férias tu partiste
Levando teu riso indefinido
E o teu olhar indeciso
Juro que fiquei perdido
E agora que tu voltaste
Há ternura em toda parte
E o teu andar com esmero e arte
Desperta em meu coração
Uma sensual emoção.

Walter Dimenstein






“Últimos Dias de Nossa Mãe-Vó” 1

Minha mãe já andava tristonha, enfraquecida
pelos anos passados, a idade avançada, coração
dando sinais deficientes, da perfeição ia longe,
minha mãe já se encontrava cansada, debilitada.

Naquela tarde, lá no quintal, ela assentada
em uma cadeira, imóvel por não poder movimentar
como antes, sentia dores, mal estar angustiante,
que fazia com que pedisse a presença do médico,

minha mãe jamais gostou do hospital, dava-lhe
horror, naquela tarde ela pediu: levem-me, quero
ser internada, só lá irei melhorar!
Sua certeza era incerta, a entonação na voz

não convencia, sob o crepúsculo falei das rosas,
ela falou-me da vida, mansamente organizava
recomendações, pedidos, minha mãe sabia estar
vencendo a caminhada, seu porto se aproximava,

deveria parar, entrar noutra nau, singrar outras
águas, a brisa mansa nos beijava a face!

Marta Peres



“Últimos Dias de Nossa Mãe-Vó” 2

Minha mãe e avó já pronunciava as palavras
pausadamente, frases articuladas em tom
melancólico como a noite que já se avizinhava,
tudo estava triste, a grande senhora, mulher

que amou, abrigou em seu ventre os filhos queridos,
no coração os netos amados, carinhosa, fortaleza
do lar, fibra e determinação, tinha em seu olhar
a lembrança do crepúsculo do tempo, o ocaso da vida.

Ela se preparava para a grande viagem, passagem
de ida era vista no entardecer, filhos amorosos,
termos, meigos, sentiam calados a preparação
de embarque, nada diziam, tudo tentavam a fim

de fazê-la desistir da partida, empreitada marcada
com hora e dia certos, momentos insólitos, separação
firmada com selo real, destino que a vida corta, separa
o carinho, o afago, a proteção, o olhar firme e amoroso!

Marta Peres



“Últimos Dias de Nossa Mãe-Vó” 3

Acolhendo seu desejo, poucos momentos
davam entrada no hospital, nossa amada
sentiu segurança, sorriu, notei ansiedade
no olhar ao transpor as portas daquele hospital.

Os médicos com desvelo cuidaram, carinhos dos
filhos e netos não faltaram, família reunida, era despedida,
o coração já não suportava o tempo, cansaço pelos
trabalhos da vida, surpresas que a cada um são reservadas

machucam a alma, nos fazem mais fortes, separação
que deixou um nó na garganta, olhar sofrido do filho,
e filhas, nostalgia dos familiares, distância cruel que
não deixa ouvir a voz, vontade de acordar, ouvir palavras

doces, sábias, daquela mãe enfraquecida que tomava lugar
naquela nau, olhos fechados pelo sono eterno a embarcação
partia, lágrimas de angústia derramadas, coração apertado
conseguimos entregar a mãe-avó nas mãos do Pai, carinhoso

a recebeu nos braços, ninou, acariciou seus cabelos deixando-a
entregue aos seareiros do bem, sorrimos felizes pois ela vive!

Marta Peres




Mãe

A chuva caía lá fora,
pela janela via os pingos
grossos, a noite calada
dizia tristeza, na cama
a mãe se dizia cansada
não suportando o peso
da doença, filhos ao redor,
ajoelhados junto ao leito
da enferma oravam,
pediam força, amigos de luz
preparavam a partida,
luz era derramada em jatos,
pétalas perfumadas jogadas
no caminho, aos poucos
a mãe foi se acomodando,
aquietando, laços foram se
rompendo lentamente até
o traje velho ser despido
completamente, nesta hora
um suspiro, o último
e a mãe espirava!

Marta Peres



Ser


A inconstância do ser
É transparente,
Anseia em querer
E não querer
Usando a insatisfação
Constante, inerente
Ao seu ser.
Vive iludido na ânsia
De viver, vive e se ilude,
Ilude.
Espera, tem esperança
Ardendo no peito,
Há ser que espera
Sem esperar...

Marta Peres





Passagem

A morte é uma passagem
Para a verdadeira vida
Cada um leva na bagagem
As experiências vividas.

Construindo nossa história
Entre ilusões e sonhos
Levaremos na memória
Momentos alegres e tristonhos.

Sentiremos saudades
Essa é a nossa condição
Dos que temos afinidades
Somos espíritos em evolução.

Morte é vida renascendo
Livre do corpo-prisão
Como árvores florescendo
Semearemos com precisão.

Cultivemos sempre o amor
E ganharemos a liberdade
Alçaremos vôos como condor
Nas cinzas da eternidade.

João Pessoa, 12/05/08
Neneca Barbosa




Começar de novo!!!

Mais uma semana começa
Mais trabalho e mais amor
A vida é arte, é uma peça
Com cenas de amor e dor

Estamos recomeçando
Escrevendo novas páginas
Tempo não para, vai passando
Livro da vida, aumentando

É um livro emocionante
Que iremos editar
Praias, campos verdejantes
Lugares que vamos passar

São Páginas coloridas
Escritas com tinta ouro
É nosso livro da vida
Nosso mais belo tesouro.

Jane Rossi


viajando

Beijei tua
boca
de nuvem,
despenquei em
abismo
abissal.
parti
do mundo
concreto,
transito
em mundos
sonhados;
ali, ouves
meus apelos;
acordado,
tenho pesadelos.
luizpacheco





PARECIDA COM O TEMPO

No vento
feito ventania
na chuva
chuviscam lágrimas
à noite, às vezes,
enluarada
depende da lua
ou do nada
tem dia
que o tom
é nublado
emudece
é o preço...
quando brilha
lembra o sol
traz poesia.

Soninha Porto



Normalmente a mulher
esquece de si para deixar falar a mãe,
Esquecendo-se de que é mulher,
que tem sonhos, e muitas vezes é a supridora da falta do Pai.
Muitas vezes esquece que tem tesão,
e deixam seus sonhos ficarem esquecidos
Pora falar a mãe, e não a mulher,
a fêmea que existe em cada uma de nos se cala,
Para falar a Mãe,
a dona de casa, a referencia.
Para todas as mães guerreiras,
Trabalhadoras, que tem sucesso.
Ou para aquela que lutando não
tem como suprir o pão de seus filhos ,
para toda mulher ,
potencialmente mãe meus parabéns.
Dora Dimolitsas



Te quero

Amor
Ha quanto tempo não te vejo
Tá grande meu desejo
Da sua mão apertar
Sua face tocar
Seus lábios beijar
Nesse seu corpo
Por um momento me perder
Seus delírios quero ter
E nessa explosão do amor
Sei não vou me conter
Nossos corpos colados
Sómente calados
Quando houver
O grito do prazer...

Anjopoesia



Homem


Degradação da humanidade endurecida
Revelação do desprezo empobrecido
Indignação com o descaso enfurecida
Reprovação com atitudes pai indigno

Que não levanta a voz do chão enegrecido
Que não sustenta a palavra a um irmão
Que não se atinge pela fome menino
Que rouba ao inane o pedaço de pão

Que sendo latino húmus se alimenta de excremento
Que bebe a drenagem de animais famintos
Que sofre sem forças para vital lenimento
Que senta na pele nos ossos albinos

Que ri da miséria escondida na terra
Dos dorsos curvados dos ansiosos abutres
Não leva aos ouvidos um contingente que berra
A fome que rega os governos impunes.


(Afinidades/Sylvio Brasil)




DESPERTE PRA ESSE DIA QUE COMEÇA
NOVAS OPORTUNIDADES DE SER FELIZ
SE ABREM DIANTE DE TI
TEUS OLHOS FITAM O HORIZONTE PLENO
DE BELAS EXPECTATIVAS
CRIE EM TI OPORTUNIDADES
FAÇA ACONTECER
VIVA...
FAÇA DESSA AVENTURA QUE É VIVER
A MELHOR AVENTURA QUE POSSA TER
CRIE EM TI O DESEJO PLENO DO AMOR REAL
FAÇA ACONTECER...
VOCE MERECE
VOCE NASCEU PRA SER FELIZ
O MUNDO ESTA AI DIANTE DE TI
VIVA...
SINTA...
ACREDITE...
AME...
ERRE SE PRECISO FOR
ACERTE SE ASSIM O PROVIER
MAS VIVA
FAÇA DOS TEUS DIAS ALGO MARAVILHOSO
ACREDITE EM TI
ACREDITE NO PROXIMO
ACREDITE NO AMOR
ACREDITE NA VIDA
NA PAZ
NA ESPERANÇA
E NA CERTEZA DE QUE ÉS UM SER
QUE VEIO AO MUNDO PRA SER FELIZ

ROSANE SILVEIRA




Tola ilusão...


A orquestra enfim parou
as luzes se apagaram
fiquei na penumbra da noite escura
sentada no canto do bar sozinha
a taça de vinho também estava no fim
como tudo que acaba...
Fiquei olhando o nada
a taça em minha mão queimava
e eu alí impassível
diante da possibilidade de não fazer nada...
de não gritar, de não chorar
de não te chamar
e pedir q fique comigo
só essa última noite
dançaremos nossa última música
beberemos a última taça de vinho
e por fim falaremos de amor
a última vez.
Tola ilusão de quem já está inebriada pelo vinho
de q tu virias do nada e trarias contigo teu amor.
Tola ilusão...

Rosane Silveira



Na roda da vida


Tenho medo
Que um dia desses
Um de nós se vá dá vida
E o tempo de nós nessa roda
Já não tenha mais a dança
De nós dois a namorar


Meus olhos querem novamente
Se perderem no teu olhar
Preciso urgentemente
Novamente nele brilhar


Mas você segue alheio
Esquece de me olhar
Meu bem a vida é breve
Não a deixe acabar
Sem me permitir novamente
Minha boca a tua beijar
Meus olhos os teus namorar

Glórinha Anchieta – GG
Poesia de outono
Madrugada 12/05/2008




Eterno Amor

Como posso achar que na vida
O nosso amor se perdeu
Se eu com você vivo a sonhar
Um sonho que não tem fim


Cada estrela que me alumia
Na escuridão do caminho
Eu vejo nela você
A iluminar-me o destino


Não há história de amor
Que um dia tenha fim
Porque um amor de verdade
Já nasce eternidade


Meus olhos ainda hoje
Sente a presença dos seus
E o gosto da sua boca
Eu guardo nos lábios meus


Queria eu no caminho
Novamente te abraçar
Mas nos meus sonhos meu bem
Você sempre comigo está

Aut: Glórinha Anchieta- GG
Poesia de outono
Madrugada 12/05/2008





Asa caída


Eu nasci anjo na terra
Pureza dentro do peito
Alma pura e cristalina
Repleta de planos lindos
Para seguir o caminho


Fui perdendo as minhas asas
Com as provações da vida
Tantas vezes reprovada
Em cada asa caída
Em mim nascia uma ferida


Da criança que eu fui
Até agora o que sou
Quanto mais piso na terra
No meu peito abre a cratera
De dores e desenganos


Mas às vezes eu acordo
Totalmente iluminada
Peito cheio de esperança
Que nem quando eu era criança




Aut: Glórinha Anchieta- GG
Poesia de outono
Inicio de tarde 12/05/2008





DISPOSTA A IR ALÉM

O que estragou nossa amizade
foi sua incapacidade
de aceitar e entender o destino,
tantos momentos de cumplicidade
esquecidos com facilidade
perderam-se pelo caminho.

Com pequenas palavras fez machucar
quem nunca te fez chorar,
que só queria o seu carinho.
Mas o tempo vai me curar
nenhuma lágrima vou derramar
não vai estar tão sozinho...

E eu vou valorizar quem
sabe me amar, me apoiar,
e me querer bem,
o passado apagar, na nova
vida estar disposta a ir além...

Johanna Estebanez Stael
27/09/2007



Marilia.


Lua! Olha fundo em minha alma,
Da-me de beber tua calma,
Que estou farto das tempestades,
E encharcado de saudades!

Lua! Toma-me pela mão tua,
Desveste-me a alma, deixa nua,
Para me libertar dessa paixão,
Estopim de mim, coração!

Lua! Aproveita o véu da noite,
Despeja em mim feito açoite,
Flechas de tua prata,
Antes que a paixão me mata!

Lua! Só me ouve mais um segundo,
Agora sós, somos nos dois no mundo,
Ta a girar andarilha,
Eu a procurar por Marilia!



Santaroza




Nômade!


Sou nômade! Não temos os desertos, ao contrario é em seu silencio, ventre de mim mesmo, que procuro o encontro com meu eu. A ausência de espaço e tempo, triangulo sem aresta, me permite ver aquilo que de mim se ausenta. É assim, entre os vales e os penedos que me destruo para me reconstruir, na esperança de que um dia me conheça de fato!


Santaroza


O deserto em que me escondo!


Nos recônditos mais escondidos de minha alma é que se encontram minhas maiores paixões, talvez porque só ai haja sombra suficiente para florescer o amor, já que no mais tudo é deserto, tudo é frio e mecânico.


Santaroza





AMOR DE POETA
Neuza Maria Spínola

Tantos anos vivi longe de ti,
Ignorando tua existência,
Ignorando teu perfume,
Ignorando teu ciúme!
Por ti, abri as portas do coração,
Vivi cheia de muita emoção…
Mas durou pouco, desde então!
Não conheceste meus segredos
Não adivinhaste os meus desejos
Porque nem eu mesma os conhecia…
Perguntava-me de onde vinha um amor;
Aquele amor que me agitava,
Que me fazia achar boa esta vida!
E tão feliz, quase gritava,
Tamanha era a emoção
Querendo sair desse coração!
Queria vencer a distância,
Ter asas, voar para os teus braços,
Mas só tiveste o fugaz amor dos poeta





De nota em nota


Em dó,eu quero entoar esse amor
Reascender a chama do prazer que me acomete
Minuciosamente tuas curvas cânticas investigar
Fazer-me tua no arrojar das manhãs deliberadas
Sol nascente, deitar-me no teu ventre incitado
Lavar-me no teu suor,aprofundar-me na tua língua
Situar-me em teu colo,deleitar-me nas tuas vísceras
Do avesso,no entrelace arfado nos amarmos
Ah!Essa melodia que não me sai dos ouvidos...
Cris Poesia



A bela Eva de Maio
duet

Benditos Maios de rosados dias
Que de belezas tais nos encanta,
E dentre as flores de ti que são tantas
Desabrochou Eva em luz e alegrias!

E em botão de flor rosada nascia
Embrulhada em pétalas, sua manta
Perfumada em pureza que espanta
A quem sua pura beleza rosada via!

Oh, flor de Maio, tão doce menina...!
Traduz tanto amor pérola pequenina
Joia do oceano, preciosa criança!

E traz em si, a inocência cristalina
Numa luz, que ao olhar nos ilumina,
Tal estrela da nossa terna esperança!

Elischa e Loucopoeta



VINHO DA PAIXÃO

O Sentimento é como vinho!
Emoções são uvas
Destiladas de paixão...

A fermentação ocorre,
Através de corpos quentes
Em pontos de ebulição.

Usa se um processo
Contrário ao da decantação,
Onde une se misturas
Deixando transparecer...

Tornando
Mais consistente
A bebida do prazer!

O amor acontece
Através da degustação,
Onde apaixonados
Embebedam-se
Com o vinho da paixão.

Flávio Cardoso Reis 11/05/2008



A MINHA PRIMAVERA

AO ACORDAR
CORRI PRA FÓRA
VER O DIA QUE LINDO
LÁ FORA NASCIA.
TIVE UMA VONTADE IMENSA
DE RODOPIAR, DE DANÇAR
E CANTAR, CANTAR
GARGALHAR,
DESLIZAR NOS PATINS
DE QUANDO CRIANÇA
ME CALÇAVA E VOAVA.
ABRI MEUS BRAÇOS
E SORRINDO,AGRADEÇI.
HOJE NO OUTONO
DA MINHA VIDA
RENASCEU A CRIANÇA
QUE AINDA BALANÇA
NAS PRAÇINHAS
E VESTI EM MIM
A ROUPA MAIS LINDA
QUE NÃO SE COMPRA
EM LOJAS,NEM SHOPPINGS
ME ENDFEITEI DE FELICIDADE
AH! ISSO É VERDADE
A ROUPA QUE VESTI
ERA FEITA DE ALEGRIA
BORDADA DE FOLIA
HOJE ENTÃO É PRIMAVERA
E COLOQUEI NA LAPELA
A MAIS BELA FLOR
E ME TRANFORMEI EM AMOR.

CASSIA DA ROVARE


Miragem

Sou toda rosas e espinhos,
e por não saber à que vim,
é que me perco em mim
a procura de meus caminhos.

Se vivo em internos mundos,
é porque são mais coloridos
esses campos d'Eu floridos
de liláses sob céus profundos.

E se achas meu ser um tanto etéreo,
saibas que também o sou para mim,
vivo a procura de meu início e fim.
Sou miragem! Meu próprio mistério!

Lenise Marques



AVE DO AMOR

Uma ave bem pequena
Pousou na minha mão
Tão leve, tão amena
Alegrou meu coração

Ela trouxe seu recado
O beijo que me mandou
Depois disso foi embora
Só a saudade ficou!

Autora: Lúcia Biazetto




Despedaços Inteiros*


Eis-me em despedaços
porque parte de mim é inteira
posto que desconheço aquilo que sou
ao me reconhecer em fragilidades
que me revelam
em suaves borbulhas de ondas
partes de mim.

Sou frágil!
mas ardo em fortalezas
ora tórrida e decidida
ora cálida e insana.

Partes partidas
Despidas em pedaços
Entregues ao acaso
Ao sabor do teu amor.

Eis-me em despedaços
desconhecida
a ser desbravada
em incessantes descobertas
deitada ao teu lado
com a vida em curso.

Sou inteira!
posto que me faço em mosaicos
vitrais coloridos
que se complementam
no escuro de nossa imensidão.


Ana Perissé*



Enquanto você dorme...



Eu preciso deitar-me,
ao seu lado,
e olhar-te,
enquanto dormes.
Acariciar-te a face,
e beijar-te os lábios,
antes que acordes.

E depois em silêncio,
tocar-te nos cabelos,
com o leve toque,
dos meus dedos,
e confessar-te ,
todo o meu amor.

((Valquíria Cordeiro))

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