Poesias e Amigos!
Calo
Me calo para manter a paz
Minha voz triste, chora no peito
Entendo que isto não me satisfaz
Porem é o silêncio que espreito.
Recebo as críticas e dissabores
Tento não me irritar ou encolerizar
A cólera não nos dá louvores
Esqueço os que vivem a acusar.
Quero minha estrada construir
Na harmonia e na luz da oração
Cansei não quero mais me iludir
Alimentarei o amor no coração.
Sinto uma paz invadir o meu ser
Acalentando todo meu interior
Que as sementes possam florescer
E no jardim despontar muitas flores.
Marta Peres e Neneca
De mãos postas...
Junto ao meu leito,
com as mãos unidas,
olhos no céu,
cabelos soltos,
uma sombra de mulher.
Entre nuvens azuis, orando.
É um retrato antigo?
Talvez...
...talvez sonhando.
E sonhando te encontrei.
Sorrindo passei as mãos nos teus
cabelos em desalinho.
Nos teus lábios suspirei tremendo
ansiosa pelo teu beijo.
Foi-se o sonho, acordei.
E restou aquela vaga sombra
na parede.
Fantasma de delírio
que só eu sonhei.
Tão vaga,
tão extinta
como o sonho que sonhei.
De mãos postas,
junto ao leito eu chorei...
Maria Flor!
IGUAL A UM RIO
Neuza Maria Spínola
O dia, em minutos, não se faz,
Nem por horas e horas atrás;
Faz-se por um sorriso ou uma dor,
Faz-se pelo sofrer ou pelo amor;
O tempo não nos espera,
E passando, da vida se apodera;
Simplesmente perfeito, bate como o mar,
Bate constantemente, sem jamais se alterar;
E o relógio da vida não reconsidera,
Mas o homem continua a espera;
À espera de sua vida vazia,
Sem amor, sem olhares nos seus,
Acreditando que é vontade de Deus!
Deixa que o amor vá embora, abnegado,
Olha tristemente só os pedaços do passado,
Vê só uma cantiga vagarosa ao lado,
Como a águia, pelos ares, arremetida,
Como o rio que leva flores na descida,
Deixa passar a alegria desta vida!
LEDO ENGANO
[Oswaldo Antônio Begiato]
Eu esperava
te contar
uma verdade
nova
e ouvir de ti
uma mentira
doce...
...mas foste embora
levando minha ingenuidade
e deixando em mim
a sombra insensata
de uma despedida
sem bocas.
*
"AMOR IMPREVISÍVEL"
além de mim muito mais além de mim
muito além do que muito além de mim
onde jaz sem memória o meu anônimo
amor além do acaso onde é impossível
perecer o imperecível amor de outono
no alvorecer noturno de uma flor tardia
meu desejo insensato ainda aguardaria
que da sombra o crepúsculo emergisse
e nos cobrisse a alvorada de esperança
de reviver o amor do inevitável eclipse
A. Estebanez
FOTO DE PERFIL
Quem me vê com a alma repousada
entre os ângulos perfeitos desta foto
não sabe que ela é resto de alvorada
encarcerada num crepúsculo ignoto...
O que vê são as sombras do remoto
porvir de minha primavera saturada.
É ilha do refúgio em que me aporto
na foto que o amor deixou marcada...
Foi-me o tempo e levou a mocidade
das minhas rosas só deixou saudade
só espinhos me restam de uma flor...
Nem de sonho vivido já me lembro...
Só das saudosas tardes de setembro
como memórias póstumas do amor...
A. Estebanez
Feitos para o amor
Venha para mim...
Venha sem talvez, sem
O amanhã...
Teu beijo agora, nessa
Hora em que coração bate
Louco na paixão...
Venha com demora para
Deixar tudo de ti no
Meu abraço,
No meu laço de desejo,
Onde te envolvo
E te embaraço...
Venha no dengo, gemendo,
Querendo...
Venha para o meu jeito,
Se abrigar no meu peito,
E ver a vida sorrir por que
Para amor fomos feitos!...
(Cida Luz)
Minh’alma reclama.
Minh’alma reclama
Da vida profana
Que tenho vivido.
O que mais me aclama
E o sentimento envolvido,
Dissolvido em mares de prazeres
E de por queres.
Se minh’alma transcende
A vida terrena,
Porque não deixa aproveitar
As noites serenas...
Cheia de amores
E calores, precedentes de odores
Que alimenta os pudores
Desse ser vivente.
Minh’alma reclama
Por ainda não ter encontrado
O bem maior a ser procurado,
O que a deixa extasiado
Que só é deparado
Através de uma alma gêmea.
Flávio Cardoso Reis
NEBLINA DE UTOPIA
Viajando por entre biomas e montanhas
Em meio a uma neblina de sonhos
Surgiam percepções inexistentes.
Uma fantasia com períodos de pura magia.
Concentrado e extasiado pela paisagem
Confundindo sonhos e realidades
A sua imagem predominava.
Ora era fada, ora era rainha.
E o único alívio que eu tinha
É que em meio de tantas oscilações
Você era sempre minha.
Nesse mundo mágico
Onde vivi reis, elfos e magos.
Amores e duelos,
Para manter o reino unido,
Acabei me tornando
Poderoso.
No final da viagem
Após neblinas, sonhos e paisagens
E olhando no seu rosto
Percebi que realmente
Era vitorioso.
Flávio Cardoso Reis
AO ENCONTRO DAS PEDRAS
Dizem que duas pedras se encontram
Após lançadas...
E águas que passam em um rio
Não voltam...
Diante dessas afirmações
Estou confuso.
Sentimentos foram lançados,
Feito pedras no lago...
E amores ainda deságuam,
Feito roda d’agua...
Cheio de altos e baixos,
Rasos e profundos,
Dão-me sensação
De rarefeito...
Que faço?
Construo um reservatório?
Ou lanço pedras no lago?
Talvez aguardar seja o melhor feito...
Através das quedas d’agua
Rolam – se as pedras ao
Encontro perfeito.
Flávio Cardoso Reis 17/04/2008.
As coisas humanas
às vezes
são tão desumanas
tão além de etéreas
que em certos momentos
cegam
quisera como o vagalume
ter na alma a fosforescência
do corpo
deixar de ser parte
para fazer parte do todo
de tudo isso
que eu chamo de triste
só para não ver uma rosa
chorar
Lúcia Gönczy
Eternas Rosas.
Contemplo-te Rosa...
Agora morta, marcando o livro que lhe guarda...
Busco-te Rosa...
Pétalas secas, vida presa entre letras...
Choro-te Rosa...
A mão que ti colheu, enxuga agora as lagrimas de sua própria tristeza...
Pergunto-te Rosa...
Qual tua culpa por tanto perfume e beleza?
Entenda-me Rosa...
Por amar te colhi, como presente te usei...
Perdoe-me Rosa...
Te sacrifiquei por comparar-te a quem tanto amei.
(AlexSimas)
Querer-te...
Te peço apenas...
Que me deixe te amar
Algemei meu coração ao teu, sou agora
Prisioneiro das tuas correntes de paixão.
Te peço apenas...
Que deixe adentrar-te
Não apenas tua carne, mas tua alma
Aquietar em tua luz minha solidão.
Te peço apenas...
Que me permitas andar
Por teus caminhos, passear entre tuas
Loucuras sem roubar-te a liberdade.
Te peço apenas...
Uma réstia de teu brilho
Um pedaço de arco-íris, para iluminar,
Colorir as sombras de minha saudade.
Te peço apenas...
Uma fotografia pequena
Para alimentar meus olhos famintos
Tatuando tua imagem em meus sonhos.
Te peço apenas...
Um tênue beijo roubado
Saciar-me do vicio que tenho de você
No perfume que exala de tua pele.
Te peço apenas...
Um bocadinho de você
Um breve momento de teu tempo
Fará feliz todo o meu viver...
(AlexSimas)
AMANTES
Homenagem a Picasso
Parece que saltavam da sublimada aquarela
umas falas milenares de amantes
que fazem da paixão um arcano tema
nas linhas de romances e poemas.
Surgiam intuitivos contornos suaves
em traço fino a nanquim, e na aguada
a candura criada em rostos branco-prata
helênicas faces quase marfim.
Alma catalã, dos traços à aguada
o contraste viril da criação picassa.
Toques densos , de verde-esperança
amarelo-luz e vermelho-paixão e vida.
Dualidades concebidas no amor e na cor.
Mãos de suave guerreiro finalmente tocam
o corpo, a alma e os sonhos da jovem amada.
Um pintor, um grande artista, um querubim
cria e encena na aquarela, sua vida, seu tema.
de: Vallentine ( poetisa menor)
Metamorforse.
Metamorfoseando nas rimas,
Sem rimas disfarço,
Buscando nas enzimas
A luz que fermenta a língua
Na mitose do verbo
Rimando a gestação
Parida de minha criação
Dora Dimolitsas
MENINA DO SOL
A claridade desse eterno dia
Me fez flutuar feito vagabundo
sem rumo, na carona do mundo,
mãos dadas com a lua vadia
Rabisquei tua silhueta na emoção
e no rastro da grande estrela,
escrevi um pequeno soneto
sobre o sol que nasceu na tua mão
Foi a canção silenciosa da vida
O bater do teu feliz coração
Que deu vida à luz perdida
Olhei o mar de amar
Tracei a imensidão do teu sonho
Na certeza de jamais te acordar
(Regis Caserta)
RESUMO DO DIA
Amanheço.
Algazarra em meu jardim.
Os pássaros do dia sinalizam com o alvorecer,
ruídos circunstantes, profusão geral.
Ainda com sono, acordo.
Mais um dia.
quem diria!
Alegria.
Agenda, contenda, correria...
Olvidos,suspiros, gestos, geometria.
O passo, o laço e o traço
de inovação
pra não fazer da rotina
chateação.
Lençol branco: espelho da vida,
no jarro da sala, a orquídea florida,
a conta, o mercado e está acabado....
Está? O telefone toca, anoitece
e em arabesco o sonho acontece
Basilina Pereira.
Sinta-me Olha-me
Com doçura e amor
Com teus olhos minha vida
Sinto que vou
Ao teu encontro
Eu quero estreitar
Meus sentimentos
Em seu coração
A onde fica o seu castelo!
O meu amor é perfeito
É como uma fonte uma luz
Que abriga brilhos de estrelas
Anjo de pura sedução e luar
Eu sou sua fada em êxtase
Leva-me onde fica teu castelo!
Sua estrada de amor e paraíso
O seu caminho aonde te encontrar!
Abra quero voar, sem pensar
Sinta-me o calor e coração
Toca-me beija-me abraça-me
Permita-me com loucura
Ao menos, só assim
Não morreremos sem
A vida aproveitar
Vamos fazer uma viajem
Amar viver onde quiser
Dá vida não se leva nada
Agora é hora vamos sonhar....
Autora: Marina Nunes::
Condenada
Estou condenada aos seus abraços,
Pelo resto de nossas vidas,
A conhecer-me no seu corpo,
Com essa paixão desmedida...
Estou condenada aos seus beijos,
Cada vez que eu tocar seus lábios de mel,
A saciar seus mais secretos desejos,
Como se houvesse só nós dois abaixo do céu.
Estou condenada a velar o seu sono,
E a descobrir cada gesto seu,
Nas noites de verão, primavera, inverno e outono,
Preciso do seu corpo junto ao meu...
Estou condenada e muito feliz...
Cumprirei minha pena com maestria,
Farei de você o mais feliz dos felizes...
Cuidando da nossa paixão todos os dias.
((Valquíria Cordeiro))
Sua filha mil vezes.
Mil vezes de você eu nasceria,
Só pra receber seu amor,
E herdar sua simpatia...
Mil vezes você eu amaria...
Já que por nove meses,
Meu coração com o seu bateu,
Em pura sintonia...
Mil vezes sua filha,
Mil vezes essa magia...
Juntas...Tantas alegrias!
Nossas conversas, nossos segredos,
Todos os dias...
Sua filha mil vezes eu seria.
((Valquíria Cordeiro))
Garras
eu sei, eu não sei amar
por isso te peço tempo
e uma noite para me ensinar
todos os segredos e manhas,
as diversas artimanhas
para nesse jogo entrar
vem, me ajuda a aprender
como faço para me render
da forma que te agrada
vem, me doma e afaga
acalma um pouco das garras
da selvagem que eu sou
(Cáh Morandi)
DECLARAÇÕES
Com você sonhava
A ti queria
Pedia aos céus
Por sua vinda,
Homem tão lindo,
Paixão que dura
Na alma
Te criei
No corpo
Tatuei
Recriei
Encravado,
Dilapidado
Todo paixão.
Todo desejo.
Todo amor.
Assim sonho,
Assim quero
Peço ao céu
Que venha,
Meu poeta.
Meu amante,
Com versos de amor
A cantar pra mim:
"Mulher tão linda,
Tão cedo ainda,
Rosa rosa,
Branco jasmim,
Acácia, cheia de graça,
Te quero pétalas,
Aroma, textura,
Visões concretas,
Paixão que dura,
Te quero mulher
Fera suave,
Bela intensa,
Sutil, ávida,
Tudo que pensa;
Eu penso em ti.
Seu jeito, sem jeito,
Seu recato,
Meu retrato.
Pudor incontido,
Amor definido
Meu antes,
Infinito.
Semente do amor,
Que brotou em mim.
Planta frutífera,
Pêra mais doce,
Duas pêras,
A olhar pra mim."
Clau Assi e Gustavo Drummond
BAILANDO SOBRE OS TELHADOS
Dançando sob a lua
Em uma corda bamba
Brincando com o perigo
Passos de rumba, frevo, samba
Saltimbanco drama
Holofote de prata
Iluminando o palco
Louco espaço
Entre dois prédios
Jazz concreto
De peito e braços abertos
Para o número eterno, inesquecível
Sozinho sobre o mundo
Tocando fundo, rente à alma
Espetáculo no céu da cidade
Filme musical, sem ator principal
Velhos carnavais
Bloco de um só, folião anônimo
Acompanhado de uma orquestra de estrelas
Mestre-sala alado
Bailando sobre os telhados...
(Gustavo Adonias)
Vitória
Calado percorro mundos
Mergulho fundo e fico nu!
Nas terras de pouca gente
Vou penitente, procurar por ti
Calo-me e aprofundo!
Sob juras de outro ser
Na calda deste cometa
Percorro o mundo por você
Basta-me qualquer data
Se me for grata, eu vou!
Caladinho, vou sozinho
- Diga-me meu amor.
...........” Catarino Salvador “.
Sertanejo sereno
E nos montes
Eu me encontrei
E nos vales
Nas grandes arvores
Nos cantos dos variados pássaros
Que tem aqui
Eu me encontrei
Sobre as pedras
Eu repousei
Sobre galhos
E límpidas águas
Nas cantigas que tem as fontes
Naturais deste lugar
Eu repousei
Longe da orla
Eu cresci
Dos muros de arranha céu
Das torres de babel
Dos caminhos negros
Que tem por lá
Eu cresci
Por um amor
Eu vivi
Daqueles que causam dor
Que estrangula sem pesar
Sem duvidas
Sem dó
Eu vivi
Eu busquei
Eu achei...
Cavando!
Desbravando...
Cada palmo deste chão.
...........” Catarino Salvador “.
posses
tenho a sorte
de um amor tranqüilo,
tenho a fruta,
tenho a comida,
tenho a vontade
e a disposição;
tenho os filhos,
a saúde e a razão,
tenho a música,
a pintura,
tenho a poesia,
meu bom remédio
antimonotonia.
(inspirado numa poesia do Cazuza)
luizpacheco
Resíduos
De tudo ficou:
A festa da noite,
que não aparecestes.
Da cantiga que
não ensaiastes.
Ouço o bolero de Ravel,
navego em minha alma.
Lembranças vagas passeiam,
solitárias e solidárias.
Engasgada no porão da vida,
soluço momentâneo pelo
vazio, do que não foi!
Sandra Almeida
Meretriz
Ela achava que seria feliz
Que todo o tormento do passado
Havia ficado lá trás
Tola ilusão de uma mulher tola
Acreditou em um amor de momento
Acreditou que enfim seria feliz
Mas como pode
Sendo ela uma meretriz?
Foi usada abusada na iminência de
Sentir-se amada
Deixou que fosse feita de gato e sapato
Até ficou de quatro
Foi dominada ao invés de dominante
Sentiu-se amante
Mulher, desejada
Achou que seria diferente
Por vezes até sentiu-se contente
E ela achava que seria feliz
Tola meretriz
O homem que com ela se envolveu
Nem ao menos disse adeus
Seguiu seu destino
Seu caminho
Sem ao menos olhar pra trás
Deixando com a nobre meretriz
Apenas o lamento de não a querer mais.
Rosane Silveira
(dir.reserv. a autora)
“Palco iluminado”
Era um céu iluminado
Estrelas lindas a brilhar
Tinha um brilho azulado
Luzes e flash no ar
Tudo tão encantador
Tanto amor, tanta união
Ambiente acolhedor
Repleto de emoção
E parada eu olhava
As estrelinhas brilhando
A alegria me inundava
Eu pensei estar sonhando
Olhei pra todos os lados
Percebi que era real
Estava entre as estrelas
Com um brilho fenomenal
Jane Rossi
ALEGRETO
não é festa
ou romaria
ou sombra
virando luz
na fogueira
do clarão...
é a noite
chegando
cedo para
o baile de
verão...
A. Estebanez
Somente Lembranças
Coração em estranho caminho...
De tudo, o que não poderia ser...
Vê-lo chorar na ausência de carinho,
Encolhido na tristeza que faz tudo doer...
Falta coragem para retirar o espinho,
Deixar sangrar sentimento até morrer...
Conviver com saudade em desalinho,
Procurando motivos para não sofrer...
Talvez o tempo faça o melhor que for,
Desfazendo um desencontro de amor,
E no peito restem somente lembranças...
Momentos que não serão vividos,
Desejos sepultados, esquecidos...
Eternizados assim, em findas esperanças!...
(Cida Luz)
Repasse com os devidos créditos.
Censura
Jenário de Fátima
Nálguma noite quando o sono falta
E o olhar passeia em todo quarto escuro.
Em meu resmungar, ansejo, procuro
Só uma razão pra angustia que me assalta.
Porque tanta ânsia se impõe e se exalta
Quando já me sinto assim tão maduro?
Seria o reflexo em trabalhar duro
No desalento de uma vida malta?
Sei não!...sei apenas que nestes dias meus
A agonia faz-se como um castigo
E creio a soma ser de uns tempos ateus,
Em que me via um Rei e não busquei abrigo,
E agora quando eu quero falar com deus,
Eu acho que Deus não quer falar comigo
Sonhei o Amor
Quando te conheci, sonhei o amor
quisera com você, ter vivido
meus anseios, desejos...
Minha alma por ti se apaixonou
por tanto te amar, esqueceu-se de mim
incauta, abandonou-se aos sonhos
Ousada, entregou a você meu coração
hoje, os sonhos de minha alma
estão em pedaços, destroçados...
Pequenos fragmentos de meu EU
esvaindo-se por meus dedos
feito areia fina, jogada ao vento
Com você, vivi um amor breve
minha alma entristecida, acordou...
Vê seus sonhos, aos poucos
sendo naufragados, ondas turvas
de um mar revolto de saudades...
Meus sonhos desejados, não vividos!
(Van)
Soneto do Amor Eterno
Amar-te é pura e simplesmente!
A melhor coisa que já me aconteceu.
Pois passei a ver a vida diferente,
Nesta nova vida que você me deu.
O que era tão triste, se fez contente.
O que era dor, nunca mais doeu.
A alegria em mim se fez presente,
Depois que você me apareceu.
E deste amor eu vivo plenamente!
E hei de amar-te amor, eternamente.
Amor! que Deus me concebeu.
E desfrutar eu quero juntamente,
Com você, não mais que de repente,
Tudo o que ele nos ofereceu...
elciomoraes
Ainda choro
Recordando antigas penas que vivi,
Meu Deus...Tantas que não esqueço
Com o coração ferido, a tudo venci!
Sensível demais, ainda padeço!
Desde muito nova aprendi,
Que tudo tem seu preço!
Que a vida é feita de escolhas
Que a plantação é opcional
Mas é preciso que se colha
Aquilo que semeou, enfim
Quando lembro, ainda choro
Feridas abertas dentro de mim!
Resignação... Curvar-se, aprender!
Tirar das lições que hoje rememoro
O verdadeiro sentido de viver!
Mara Andréa Machado
Contando estrelas
Da janela do meu quarto, eu posso ver o quanto a noite está linda ...
As constelações mais parecem dançar, embaladas ao som daquela nossa
canção ...
E a lua, amante dos apaixonados, desfila toda a sua majestosa graciosidade,
vestida em seu melhor prateado ...
E diante tamanha sintonia celestial,o que eu mais queria, era você aqui, do meu lado ...
Deitada em nossa cama, observando e sendo observados pelos astros ...
Mergulhados em nosso universo particular ...
E se por ventura, o céu ficasse nublado, isso não faria mais nenhuma diferença ...
Porque eu já estaria de olhos bem fechados ...
Contando as estrelas ...
Do céu de sua boca ...
Marcelo Roque
ANTE A TUMBA, OS ARDORES
Da magistral manhã em que o sopro venta
Ao sinuoso e estreito coche em que silencia
A vida, que se já não houve, mais se ausenta
Por entre o verde denso e alheio que vicia.
O poeta civil a fenecer, depravando em rude.
Tenazes bardos, putains, hijos, de vívida solidão
Se verão imortais amores, qual ilhas de solicitude.
Resta-lhe ao augure, à campa, fulgor assaz invenção.
Levitem-se as taças, senhores! Ante a definitiva maça
E a analogia ébria com grandes calangos, tais horrores
Quadra livre que restar, dê-la a intensos ósculos, ardores.
A existência inteira a teve, a evitar-se os desmazelos.
Ao confluir dos rios, a afluência ascendente dos desejos.
Assim, compartir no coevo, a sumula diversa de tais beijos.
Ricardo SantAnnAReiS
Frango ao Curry para dia de tango Argentino
Em homenagem à Márcia leite.
Filés de frango em cubos
Um quilo e qualquer coisa...
Sal o quanto baste.
Um beijo...
Alho em filetes,
Passos de falsete...
Manteiga derretida,
Já fiquei perdida...
Fogo brando,
Música alta...
Quinze gramas de curry,
Frite os cubos de frango na manteiga,
Doure em fogo alto e chega,
Baile, baile, rodopie,
Conhaque, Só para flambar...
Um frio desce,
atinge o calcanhar...
Saltos em apuros, pés no chão...
Ponha creme de leite, pimenta branca,
Só para aguçar,
o sabor é claro...
Deixe esquentar, ponha o curry
Pronto, esquece o fogão!!!
Pratos prá depois,
Tango no sofá...
Euridice Hespanhol
Intimação
Me alcance
Me movimente
Me respire
Pelo avesso
E me atente
Me altere
Me sustente
Me remexe
Feito moinho
E me reivente
Me assente
Me desoriente
Me engedra
Teu complemento
E me freqüente
Me aufere
Me sacramente
Me suspende
No teu altar
E me benze.
[ Cris Poesia ]
A flor e o beija-flor
Passeando pelo jardim
Beijando de flor em flor
De repente o beija-flor
Viu de rosto abatido a rosa
E logo lhe perguntou
Porque tão triste a flor estava.
Com seu rosto em prantos
Entre lágrimas falou:
É a saudade do meu amor
Que se foi e não mais voltou
Estava tão juntinho de mim
Neste lindo jardim
Mas alguém o levou
Deixando-me infeliz assim.
O beija-flor saiu calado
E deu uma volta do lado
Logo derruba uma semente
Que em pouco tempo
Ao lado daquela rosa
Num belo cravo se transformara
Ao ver aquele lindo cravo
A rosa se transformou
Seu perfume passou a exalar
E aquele jardim perfumar.
A rosa que vivera tão triste
Voltou a sorrir,
Bela ficou novamente.
Depois de certo tempo
O beija-flor retornou
Beijando de flor em flor
E com a rosa deparou.
Viu que estava feliz
Porque novo amor encontrou.
Porém, jamais ela soubera
Que foi seu amigo beija-flor
O protagonista autor
Que aquela proeza fizera.
Ataíde Lemos
Quem sou eu!?
Sou o tempo...
Sou o momento...
Sou as emoções que vivo
Sou a mistura do amor e da dor...
Sou a combinação da realidade e do sonho
Sou um pouco de cada um que passa por mim.
Sou dose de ilusão
Sou um percentual de frustração.
Sou mistura das estações
Sou o impacto dos sentimentos.
Sou a construção daqueles que me educarão.
Sou o resultado dos verões
Sou o que plantei
Sou os amores que vivi
As alegrias e traumas que passei
Sou parte de cada um dos meus
Sou o resultado da combinação do sol e da chuva
Sou a fé que recebi
As experiências de Deus que tive
Sou as respostas ou não
Das perguntas que fiz.
Ataíde Lemos
Gostamos de sofrer
Deus nos ama por demais
Pena que somos cegos
Burros e completamente egoístas.
Temos tendência
À gostar de sofrer.
A custa de viver emoções
Que nos levam as prisões
E sofrimentos sem necessidade.
Ele sempre nos liberta
Mostra os caminhos
No entanto, insistimos
Em continuar errando
Querendo seguir nossos instintos
Não saindo do abismo
Que sempre estamos a cair.
Ele sempre nos corrige
Permite a dor menor
Pra evitar o mal maior
Mas Sua Mão não é vista
Nem é entendida
Pelo Ser tão humano
E desligado do alto que somos.
Ataíde Lemos
Onde o homem pode chegar!
Às vezes fico sem palavras
Sem resposta para me dar
Com tantos acontecimentos
Que é difícil de explicar
Tão doloroso ter que aceitar.
Uma delas é a insanidade.
Como dentro de alguém
Pode haver tanta maldade?
Onde o homem pode chegar!
De um sentimento mal resolvido
É capaz de matar seu própria carne
Arquitetar horríveis planos
Fingir em prantos
Fazendo-se de vitima
Pra todos enganar.
Quem é o homem?
Onde ele pode chegar?
Apertar um gatilho de uma arma
Deitar, dormir, acordar
Como tudo estivesse do mesmo jeito.
Ir para festa e se divertir
Sem uma dor sequer sentir.
Quando olhamos o homem
E vemos o que ele pode fazer
Mas insano vemos o amor de Deus
Por este homem ser capaz de morrer.
Ataíde Lemos
E depois?
antes, a dor que nos move
o calor que nem sempre chega
o desvario que nos libera como rio
o torpor que exclama
antes,a calma que não chega
o caminho longo e frio
a espera inexata
o folego que falta
antes,a rotina que arde
o rosto que grita
as mãos que tremem
o corpo que não reage
antes,só e crua
nua em paixões
doente na alma
insegura e trágica
antes,até que depois
e depois?
Neguinha Mucelli
DEIXA-ME IR – Arethuza Viana
Deixa-me ir... por favor,
deixa-me... Eu preciso!
Meu coração está sangrando
na tua companhia.
Por favor, eu necessito
ter no rosto, um sorriso,
quero de volta a minha vida
e minha alegria!
Não me detenhas
mais ao teu lado, eu imploro!
Eu te amei um dia,
mas diante da tua crueldade,
meu coração te rejeita
e se me tocas eu choro
pela humilhação
de sentir por mim, só piedade.
Preciso partir antes
que de fato, eu enlouqueça,
para outros caminhos
onde esta dor, esqueça
e a minha paz, tenha de volta
numa vida amena!
Deixa-me partir
e esqueças que fui tua um dia...
Não suporto mais expor
a todos a face de “Maria”,
e dentro de mim,
implodir os atos de “Madalena!”
A graça da vida.
Muitas vezes não compreendemos a dimensão de nós mesmos, nossos acertos, nossos erros. Nem uns nem outros podem ser descartados, pois, o certo pode estar errado.
Essa é a graça da vida, nunca saber se já esta definida!
Santaroza
Vozes do Amor
Vozes enevoadas me chegam do passado,
Mistas, tintas, vagas de écos cansados,
São vozes empoeiradas que foram risos,
Hoje não são mais que pequenos frisos,
Que dividem meus dias como fazes de lua,
Me ferindo de morte de saudades tuas,
Sopros de cinzas sopradas ao vento,
Passos de um poema que caminha lento,
Acordes de uma canção que ficou na mente,
Pólen que se espalhou em mim feito semente,
Frações de um sentimento que ainda se sente,
Calo a voz, pois sei, meu coração não mente!
Santaroza
Isabela
Vi o riacho das almas...
Era de águas correntes...
Era cercado de cedros...
Em leito de pedras azuis...
Carregando pétalas de rosas...
Corria num vale de sombras...
Tinha cheiro de hortelã...
E sussurrava baixinho.
Lá eu vi Isabela
Agora inda mais bela
Tinha um sorriso de flor
Num olhar de puro amor!
Caminhava de mãos dadas
Com duas formas aladas
Disse: vou viajar
E lá se foram pro mar!
Antes porém, disse Adeus
Mandou abraços pros seus
Disse que vai voltar
Sempre que alguém a sonhar!
Santaroza
Vive!
Guarda-te,
Mas nunca te acovardes,
Poupa-te,
Mas nunca te renegues,
Recolha-te,
Mas nuca te escondas,
Mesmo porque não é possível,
Te conheces quem te sonda!
Santaroza
QUE PAÍS É ESSE?
Na minha inocência de coração aberto!
Cheia de esperanças me encantei e cantei em VERSOS O MEU BRASIL! E agora me pergunto... Onde foram parar tão lindas inspirações? Meus versos ruíram, enxergo um povo sofrido, com fome sem emprego sem lugar pra morar, apenas os viadutos, favelas, e bancos de praça. Um País totalmente abandonado por falta de governantes com pulso e vontade em fazer algo glorioso pelo crescimento!
Berioliveira
O Oco de Mim
Cai a noite
e a tristeza bate forte.
Eu..sem eira, nem beira,
sem rumo, sem norte!
Desencontrada,
onde a solidão me encontrou.
Ruída,
num mundo que desmoronou.
Espectadora de uma tela em branco,
de uma página virada.
Tão pequena diante do tudo,
tão vazia diante do nada.
As lágrimas dos meus olhos
regam as feridas do coração.
Aqui tudo é deserto.
Não há brasas, nem carvão.
Vejo uma luz
e busco de mim um pouco.
E atonita, descubro,
que de mim, só restou o oco!
(Mell Glitter)
Me calo para manter a paz
Minha voz triste, chora no peito
Entendo que isto não me satisfaz
Porem é o silêncio que espreito.
Recebo as críticas e dissabores
Tento não me irritar ou encolerizar
A cólera não nos dá louvores
Esqueço os que vivem a acusar.
Quero minha estrada construir
Na harmonia e na luz da oração
Cansei não quero mais me iludir
Alimentarei o amor no coração.
Sinto uma paz invadir o meu ser
Acalentando todo meu interior
Que as sementes possam florescer
E no jardim despontar muitas flores.
Marta Peres e Neneca
De mãos postas...
Junto ao meu leito,
com as mãos unidas,
olhos no céu,
cabelos soltos,
uma sombra de mulher.
Entre nuvens azuis, orando.
É um retrato antigo?
Talvez...
...talvez sonhando.
E sonhando te encontrei.
Sorrindo passei as mãos nos teus
cabelos em desalinho.
Nos teus lábios suspirei tremendo
ansiosa pelo teu beijo.
Foi-se o sonho, acordei.
E restou aquela vaga sombra
na parede.
Fantasma de delírio
que só eu sonhei.
Tão vaga,
tão extinta
como o sonho que sonhei.
De mãos postas,
junto ao leito eu chorei...
Maria Flor!
IGUAL A UM RIO
Neuza Maria Spínola
O dia, em minutos, não se faz,
Nem por horas e horas atrás;
Faz-se por um sorriso ou uma dor,
Faz-se pelo sofrer ou pelo amor;
O tempo não nos espera,
E passando, da vida se apodera;
Simplesmente perfeito, bate como o mar,
Bate constantemente, sem jamais se alterar;
E o relógio da vida não reconsidera,
Mas o homem continua a espera;
À espera de sua vida vazia,
Sem amor, sem olhares nos seus,
Acreditando que é vontade de Deus!
Deixa que o amor vá embora, abnegado,
Olha tristemente só os pedaços do passado,
Vê só uma cantiga vagarosa ao lado,
Como a águia, pelos ares, arremetida,
Como o rio que leva flores na descida,
Deixa passar a alegria desta vida!
LEDO ENGANO
[Oswaldo Antônio Begiato]
Eu esperava
te contar
uma verdade
nova
e ouvir de ti
uma mentira
doce...
...mas foste embora
levando minha ingenuidade
e deixando em mim
a sombra insensata
de uma despedida
sem bocas.
*
"AMOR IMPREVISÍVEL"
além de mim muito mais além de mim
muito além do que muito além de mim
onde jaz sem memória o meu anônimo
amor além do acaso onde é impossível
perecer o imperecível amor de outono
no alvorecer noturno de uma flor tardia
meu desejo insensato ainda aguardaria
que da sombra o crepúsculo emergisse
e nos cobrisse a alvorada de esperança
de reviver o amor do inevitável eclipse
A. Estebanez
FOTO DE PERFIL
Quem me vê com a alma repousada
entre os ângulos perfeitos desta foto
não sabe que ela é resto de alvorada
encarcerada num crepúsculo ignoto...
O que vê são as sombras do remoto
porvir de minha primavera saturada.
É ilha do refúgio em que me aporto
na foto que o amor deixou marcada...
Foi-me o tempo e levou a mocidade
das minhas rosas só deixou saudade
só espinhos me restam de uma flor...
Nem de sonho vivido já me lembro...
Só das saudosas tardes de setembro
como memórias póstumas do amor...
A. Estebanez
Feitos para o amor
Venha para mim...
Venha sem talvez, sem
O amanhã...
Teu beijo agora, nessa
Hora em que coração bate
Louco na paixão...
Venha com demora para
Deixar tudo de ti no
Meu abraço,
No meu laço de desejo,
Onde te envolvo
E te embaraço...
Venha no dengo, gemendo,
Querendo...
Venha para o meu jeito,
Se abrigar no meu peito,
E ver a vida sorrir por que
Para amor fomos feitos!...
(Cida Luz)
Minh’alma reclama.
Minh’alma reclama
Da vida profana
Que tenho vivido.
O que mais me aclama
E o sentimento envolvido,
Dissolvido em mares de prazeres
E de por queres.
Se minh’alma transcende
A vida terrena,
Porque não deixa aproveitar
As noites serenas...
Cheia de amores
E calores, precedentes de odores
Que alimenta os pudores
Desse ser vivente.
Minh’alma reclama
Por ainda não ter encontrado
O bem maior a ser procurado,
O que a deixa extasiado
Que só é deparado
Através de uma alma gêmea.
Flávio Cardoso Reis
NEBLINA DE UTOPIA
Viajando por entre biomas e montanhas
Em meio a uma neblina de sonhos
Surgiam percepções inexistentes.
Uma fantasia com períodos de pura magia.
Concentrado e extasiado pela paisagem
Confundindo sonhos e realidades
A sua imagem predominava.
Ora era fada, ora era rainha.
E o único alívio que eu tinha
É que em meio de tantas oscilações
Você era sempre minha.
Nesse mundo mágico
Onde vivi reis, elfos e magos.
Amores e duelos,
Para manter o reino unido,
Acabei me tornando
Poderoso.
No final da viagem
Após neblinas, sonhos e paisagens
E olhando no seu rosto
Percebi que realmente
Era vitorioso.
Flávio Cardoso Reis
AO ENCONTRO DAS PEDRAS
Dizem que duas pedras se encontram
Após lançadas...
E águas que passam em um rio
Não voltam...
Diante dessas afirmações
Estou confuso.
Sentimentos foram lançados,
Feito pedras no lago...
E amores ainda deságuam,
Feito roda d’agua...
Cheio de altos e baixos,
Rasos e profundos,
Dão-me sensação
De rarefeito...
Que faço?
Construo um reservatório?
Ou lanço pedras no lago?
Talvez aguardar seja o melhor feito...
Através das quedas d’agua
Rolam – se as pedras ao
Encontro perfeito.
Flávio Cardoso Reis 17/04/2008.
As coisas humanas
às vezes
são tão desumanas
tão além de etéreas
que em certos momentos
cegam
quisera como o vagalume
ter na alma a fosforescência
do corpo
deixar de ser parte
para fazer parte do todo
de tudo isso
que eu chamo de triste
só para não ver uma rosa
chorar
Lúcia Gönczy
Eternas Rosas.
Contemplo-te Rosa...
Agora morta, marcando o livro que lhe guarda...
Busco-te Rosa...
Pétalas secas, vida presa entre letras...
Choro-te Rosa...
A mão que ti colheu, enxuga agora as lagrimas de sua própria tristeza...
Pergunto-te Rosa...
Qual tua culpa por tanto perfume e beleza?
Entenda-me Rosa...
Por amar te colhi, como presente te usei...
Perdoe-me Rosa...
Te sacrifiquei por comparar-te a quem tanto amei.
(AlexSimas)
Querer-te...
Te peço apenas...
Que me deixe te amar
Algemei meu coração ao teu, sou agora
Prisioneiro das tuas correntes de paixão.
Te peço apenas...
Que deixe adentrar-te
Não apenas tua carne, mas tua alma
Aquietar em tua luz minha solidão.
Te peço apenas...
Que me permitas andar
Por teus caminhos, passear entre tuas
Loucuras sem roubar-te a liberdade.
Te peço apenas...
Uma réstia de teu brilho
Um pedaço de arco-íris, para iluminar,
Colorir as sombras de minha saudade.
Te peço apenas...
Uma fotografia pequena
Para alimentar meus olhos famintos
Tatuando tua imagem em meus sonhos.
Te peço apenas...
Um tênue beijo roubado
Saciar-me do vicio que tenho de você
No perfume que exala de tua pele.
Te peço apenas...
Um bocadinho de você
Um breve momento de teu tempo
Fará feliz todo o meu viver...
(AlexSimas)
AMANTES
Homenagem a Picasso
Parece que saltavam da sublimada aquarela
umas falas milenares de amantes
que fazem da paixão um arcano tema
nas linhas de romances e poemas.
Surgiam intuitivos contornos suaves
em traço fino a nanquim, e na aguada
a candura criada em rostos branco-prata
helênicas faces quase marfim.
Alma catalã, dos traços à aguada
o contraste viril da criação picassa.
Toques densos , de verde-esperança
amarelo-luz e vermelho-paixão e vida.
Dualidades concebidas no amor e na cor.
Mãos de suave guerreiro finalmente tocam
o corpo, a alma e os sonhos da jovem amada.
Um pintor, um grande artista, um querubim
cria e encena na aquarela, sua vida, seu tema.
de: Vallentine ( poetisa menor)
Metamorforse.
Metamorfoseando nas rimas,
Sem rimas disfarço,
Buscando nas enzimas
A luz que fermenta a língua
Na mitose do verbo
Rimando a gestação
Parida de minha criação
Dora Dimolitsas
MENINA DO SOL
A claridade desse eterno dia
Me fez flutuar feito vagabundo
sem rumo, na carona do mundo,
mãos dadas com a lua vadia
Rabisquei tua silhueta na emoção
e no rastro da grande estrela,
escrevi um pequeno soneto
sobre o sol que nasceu na tua mão
Foi a canção silenciosa da vida
O bater do teu feliz coração
Que deu vida à luz perdida
Olhei o mar de amar
Tracei a imensidão do teu sonho
Na certeza de jamais te acordar
(Regis Caserta)
RESUMO DO DIA
Amanheço.
Algazarra em meu jardim.
Os pássaros do dia sinalizam com o alvorecer,
ruídos circunstantes, profusão geral.
Ainda com sono, acordo.
Mais um dia.
quem diria!
Alegria.
Agenda, contenda, correria...
Olvidos,suspiros, gestos, geometria.
O passo, o laço e o traço
de inovação
pra não fazer da rotina
chateação.
Lençol branco: espelho da vida,
no jarro da sala, a orquídea florida,
a conta, o mercado e está acabado....
Está? O telefone toca, anoitece
e em arabesco o sonho acontece
Basilina Pereira.
Sinta-me Olha-me
Com doçura e amor
Com teus olhos minha vida
Sinto que vou
Ao teu encontro
Eu quero estreitar
Meus sentimentos
Em seu coração
A onde fica o seu castelo!
O meu amor é perfeito
É como uma fonte uma luz
Que abriga brilhos de estrelas
Anjo de pura sedução e luar
Eu sou sua fada em êxtase
Leva-me onde fica teu castelo!
Sua estrada de amor e paraíso
O seu caminho aonde te encontrar!
Abra quero voar, sem pensar
Sinta-me o calor e coração
Toca-me beija-me abraça-me
Permita-me com loucura
Ao menos, só assim
Não morreremos sem
A vida aproveitar
Vamos fazer uma viajem
Amar viver onde quiser
Dá vida não se leva nada
Agora é hora vamos sonhar....
Autora: Marina Nunes::
Condenada
Estou condenada aos seus abraços,
Pelo resto de nossas vidas,
A conhecer-me no seu corpo,
Com essa paixão desmedida...
Estou condenada aos seus beijos,
Cada vez que eu tocar seus lábios de mel,
A saciar seus mais secretos desejos,
Como se houvesse só nós dois abaixo do céu.
Estou condenada a velar o seu sono,
E a descobrir cada gesto seu,
Nas noites de verão, primavera, inverno e outono,
Preciso do seu corpo junto ao meu...
Estou condenada e muito feliz...
Cumprirei minha pena com maestria,
Farei de você o mais feliz dos felizes...
Cuidando da nossa paixão todos os dias.
((Valquíria Cordeiro))
Sua filha mil vezes.
Mil vezes de você eu nasceria,
Só pra receber seu amor,
E herdar sua simpatia...
Mil vezes você eu amaria...
Já que por nove meses,
Meu coração com o seu bateu,
Em pura sintonia...
Mil vezes sua filha,
Mil vezes essa magia...
Juntas...Tantas alegrias!
Nossas conversas, nossos segredos,
Todos os dias...
Sua filha mil vezes eu seria.
((Valquíria Cordeiro))
Garras
eu sei, eu não sei amar
por isso te peço tempo
e uma noite para me ensinar
todos os segredos e manhas,
as diversas artimanhas
para nesse jogo entrar
vem, me ajuda a aprender
como faço para me render
da forma que te agrada
vem, me doma e afaga
acalma um pouco das garras
da selvagem que eu sou
(Cáh Morandi)
DECLARAÇÕES
Com você sonhava
A ti queria
Pedia aos céus
Por sua vinda,
Homem tão lindo,
Paixão que dura
Na alma
Te criei
No corpo
Tatuei
Recriei
Encravado,
Dilapidado
Todo paixão.
Todo desejo.
Todo amor.
Assim sonho,
Assim quero
Peço ao céu
Que venha,
Meu poeta.
Meu amante,
Com versos de amor
A cantar pra mim:
"Mulher tão linda,
Tão cedo ainda,
Rosa rosa,
Branco jasmim,
Acácia, cheia de graça,
Te quero pétalas,
Aroma, textura,
Visões concretas,
Paixão que dura,
Te quero mulher
Fera suave,
Bela intensa,
Sutil, ávida,
Tudo que pensa;
Eu penso em ti.
Seu jeito, sem jeito,
Seu recato,
Meu retrato.
Pudor incontido,
Amor definido
Meu antes,
Infinito.
Semente do amor,
Que brotou em mim.
Planta frutífera,
Pêra mais doce,
Duas pêras,
A olhar pra mim."
Clau Assi e Gustavo Drummond
BAILANDO SOBRE OS TELHADOS
Dançando sob a lua
Em uma corda bamba
Brincando com o perigo
Passos de rumba, frevo, samba
Saltimbanco drama
Holofote de prata
Iluminando o palco
Louco espaço
Entre dois prédios
Jazz concreto
De peito e braços abertos
Para o número eterno, inesquecível
Sozinho sobre o mundo
Tocando fundo, rente à alma
Espetáculo no céu da cidade
Filme musical, sem ator principal
Velhos carnavais
Bloco de um só, folião anônimo
Acompanhado de uma orquestra de estrelas
Mestre-sala alado
Bailando sobre os telhados...
(Gustavo Adonias)
Vitória
Calado percorro mundos
Mergulho fundo e fico nu!
Nas terras de pouca gente
Vou penitente, procurar por ti
Calo-me e aprofundo!
Sob juras de outro ser
Na calda deste cometa
Percorro o mundo por você
Basta-me qualquer data
Se me for grata, eu vou!
Caladinho, vou sozinho
- Diga-me meu amor.
...........” Catarino Salvador “.
Sertanejo sereno
E nos montes
Eu me encontrei
E nos vales
Nas grandes arvores
Nos cantos dos variados pássaros
Que tem aqui
Eu me encontrei
Sobre as pedras
Eu repousei
Sobre galhos
E límpidas águas
Nas cantigas que tem as fontes
Naturais deste lugar
Eu repousei
Longe da orla
Eu cresci
Dos muros de arranha céu
Das torres de babel
Dos caminhos negros
Que tem por lá
Eu cresci
Por um amor
Eu vivi
Daqueles que causam dor
Que estrangula sem pesar
Sem duvidas
Sem dó
Eu vivi
Eu busquei
Eu achei...
Cavando!
Desbravando...
Cada palmo deste chão.
...........” Catarino Salvador “.
posses
tenho a sorte
de um amor tranqüilo,
tenho a fruta,
tenho a comida,
tenho a vontade
e a disposição;
tenho os filhos,
a saúde e a razão,
tenho a música,
a pintura,
tenho a poesia,
meu bom remédio
antimonotonia.
(inspirado numa poesia do Cazuza)
luizpacheco
Resíduos
De tudo ficou:
A festa da noite,
que não aparecestes.
Da cantiga que
não ensaiastes.
Ouço o bolero de Ravel,
navego em minha alma.
Lembranças vagas passeiam,
solitárias e solidárias.
Engasgada no porão da vida,
soluço momentâneo pelo
vazio, do que não foi!
Sandra Almeida
Meretriz
Ela achava que seria feliz
Que todo o tormento do passado
Havia ficado lá trás
Tola ilusão de uma mulher tola
Acreditou em um amor de momento
Acreditou que enfim seria feliz
Mas como pode
Sendo ela uma meretriz?
Foi usada abusada na iminência de
Sentir-se amada
Deixou que fosse feita de gato e sapato
Até ficou de quatro
Foi dominada ao invés de dominante
Sentiu-se amante
Mulher, desejada
Achou que seria diferente
Por vezes até sentiu-se contente
E ela achava que seria feliz
Tola meretriz
O homem que com ela se envolveu
Nem ao menos disse adeus
Seguiu seu destino
Seu caminho
Sem ao menos olhar pra trás
Deixando com a nobre meretriz
Apenas o lamento de não a querer mais.
Rosane Silveira
(dir.reserv. a autora)
“Palco iluminado”
Era um céu iluminado
Estrelas lindas a brilhar
Tinha um brilho azulado
Luzes e flash no ar
Tudo tão encantador
Tanto amor, tanta união
Ambiente acolhedor
Repleto de emoção
E parada eu olhava
As estrelinhas brilhando
A alegria me inundava
Eu pensei estar sonhando
Olhei pra todos os lados
Percebi que era real
Estava entre as estrelas
Com um brilho fenomenal
Jane Rossi
ALEGRETO
não é festa
ou romaria
ou sombra
virando luz
na fogueira
do clarão...
é a noite
chegando
cedo para
o baile de
verão...
A. Estebanez
Somente Lembranças
Coração em estranho caminho...
De tudo, o que não poderia ser...
Vê-lo chorar na ausência de carinho,
Encolhido na tristeza que faz tudo doer...
Falta coragem para retirar o espinho,
Deixar sangrar sentimento até morrer...
Conviver com saudade em desalinho,
Procurando motivos para não sofrer...
Talvez o tempo faça o melhor que for,
Desfazendo um desencontro de amor,
E no peito restem somente lembranças...
Momentos que não serão vividos,
Desejos sepultados, esquecidos...
Eternizados assim, em findas esperanças!...
(Cida Luz)
Repasse com os devidos créditos.
Censura
Jenário de Fátima
Nálguma noite quando o sono falta
E o olhar passeia em todo quarto escuro.
Em meu resmungar, ansejo, procuro
Só uma razão pra angustia que me assalta.
Porque tanta ânsia se impõe e se exalta
Quando já me sinto assim tão maduro?
Seria o reflexo em trabalhar duro
No desalento de uma vida malta?
Sei não!...sei apenas que nestes dias meus
A agonia faz-se como um castigo
E creio a soma ser de uns tempos ateus,
Em que me via um Rei e não busquei abrigo,
E agora quando eu quero falar com deus,
Eu acho que Deus não quer falar comigo
Sonhei o Amor
Quando te conheci, sonhei o amor
quisera com você, ter vivido
meus anseios, desejos...
Minha alma por ti se apaixonou
por tanto te amar, esqueceu-se de mim
incauta, abandonou-se aos sonhos
Ousada, entregou a você meu coração
hoje, os sonhos de minha alma
estão em pedaços, destroçados...
Pequenos fragmentos de meu EU
esvaindo-se por meus dedos
feito areia fina, jogada ao vento
Com você, vivi um amor breve
minha alma entristecida, acordou...
Vê seus sonhos, aos poucos
sendo naufragados, ondas turvas
de um mar revolto de saudades...
Meus sonhos desejados, não vividos!
(Van)
Soneto do Amor Eterno
Amar-te é pura e simplesmente!
A melhor coisa que já me aconteceu.
Pois passei a ver a vida diferente,
Nesta nova vida que você me deu.
O que era tão triste, se fez contente.
O que era dor, nunca mais doeu.
A alegria em mim se fez presente,
Depois que você me apareceu.
E deste amor eu vivo plenamente!
E hei de amar-te amor, eternamente.
Amor! que Deus me concebeu.
E desfrutar eu quero juntamente,
Com você, não mais que de repente,
Tudo o que ele nos ofereceu...
elciomoraes
Ainda choro
Recordando antigas penas que vivi,
Meu Deus...Tantas que não esqueço
Com o coração ferido, a tudo venci!
Sensível demais, ainda padeço!
Desde muito nova aprendi,
Que tudo tem seu preço!
Que a vida é feita de escolhas
Que a plantação é opcional
Mas é preciso que se colha
Aquilo que semeou, enfim
Quando lembro, ainda choro
Feridas abertas dentro de mim!
Resignação... Curvar-se, aprender!
Tirar das lições que hoje rememoro
O verdadeiro sentido de viver!
Mara Andréa Machado
Contando estrelas
Da janela do meu quarto, eu posso ver o quanto a noite está linda ...
As constelações mais parecem dançar, embaladas ao som daquela nossa
canção ...
E a lua, amante dos apaixonados, desfila toda a sua majestosa graciosidade,
vestida em seu melhor prateado ...
E diante tamanha sintonia celestial,o que eu mais queria, era você aqui, do meu lado ...
Deitada em nossa cama, observando e sendo observados pelos astros ...
Mergulhados em nosso universo particular ...
E se por ventura, o céu ficasse nublado, isso não faria mais nenhuma diferença ...
Porque eu já estaria de olhos bem fechados ...
Contando as estrelas ...
Do céu de sua boca ...
Marcelo Roque
ANTE A TUMBA, OS ARDORES
Da magistral manhã em que o sopro venta
Ao sinuoso e estreito coche em que silencia
A vida, que se já não houve, mais se ausenta
Por entre o verde denso e alheio que vicia.
O poeta civil a fenecer, depravando em rude.
Tenazes bardos, putains, hijos, de vívida solidão
Se verão imortais amores, qual ilhas de solicitude.
Resta-lhe ao augure, à campa, fulgor assaz invenção.
Levitem-se as taças, senhores! Ante a definitiva maça
E a analogia ébria com grandes calangos, tais horrores
Quadra livre que restar, dê-la a intensos ósculos, ardores.
A existência inteira a teve, a evitar-se os desmazelos.
Ao confluir dos rios, a afluência ascendente dos desejos.
Assim, compartir no coevo, a sumula diversa de tais beijos.
Ricardo SantAnnAReiS
Frango ao Curry para dia de tango Argentino
Em homenagem à Márcia leite.
Filés de frango em cubos
Um quilo e qualquer coisa...
Sal o quanto baste.
Um beijo...
Alho em filetes,
Passos de falsete...
Manteiga derretida,
Já fiquei perdida...
Fogo brando,
Música alta...
Quinze gramas de curry,
Frite os cubos de frango na manteiga,
Doure em fogo alto e chega,
Baile, baile, rodopie,
Conhaque, Só para flambar...
Um frio desce,
atinge o calcanhar...
Saltos em apuros, pés no chão...
Ponha creme de leite, pimenta branca,
Só para aguçar,
o sabor é claro...
Deixe esquentar, ponha o curry
Pronto, esquece o fogão!!!
Pratos prá depois,
Tango no sofá...
Euridice Hespanhol
Intimação
Me alcance
Me movimente
Me respire
Pelo avesso
E me atente
Me altere
Me sustente
Me remexe
Feito moinho
E me reivente
Me assente
Me desoriente
Me engedra
Teu complemento
E me freqüente
Me aufere
Me sacramente
Me suspende
No teu altar
E me benze.
[ Cris Poesia ]
A flor e o beija-flor
Passeando pelo jardim
Beijando de flor em flor
De repente o beija-flor
Viu de rosto abatido a rosa
E logo lhe perguntou
Porque tão triste a flor estava.
Com seu rosto em prantos
Entre lágrimas falou:
É a saudade do meu amor
Que se foi e não mais voltou
Estava tão juntinho de mim
Neste lindo jardim
Mas alguém o levou
Deixando-me infeliz assim.
O beija-flor saiu calado
E deu uma volta do lado
Logo derruba uma semente
Que em pouco tempo
Ao lado daquela rosa
Num belo cravo se transformara
Ao ver aquele lindo cravo
A rosa se transformou
Seu perfume passou a exalar
E aquele jardim perfumar.
A rosa que vivera tão triste
Voltou a sorrir,
Bela ficou novamente.
Depois de certo tempo
O beija-flor retornou
Beijando de flor em flor
E com a rosa deparou.
Viu que estava feliz
Porque novo amor encontrou.
Porém, jamais ela soubera
Que foi seu amigo beija-flor
O protagonista autor
Que aquela proeza fizera.
Ataíde Lemos
Quem sou eu!?
Sou o tempo...
Sou o momento...
Sou as emoções que vivo
Sou a mistura do amor e da dor...
Sou a combinação da realidade e do sonho
Sou um pouco de cada um que passa por mim.
Sou dose de ilusão
Sou um percentual de frustração.
Sou mistura das estações
Sou o impacto dos sentimentos.
Sou a construção daqueles que me educarão.
Sou o resultado dos verões
Sou o que plantei
Sou os amores que vivi
As alegrias e traumas que passei
Sou parte de cada um dos meus
Sou o resultado da combinação do sol e da chuva
Sou a fé que recebi
As experiências de Deus que tive
Sou as respostas ou não
Das perguntas que fiz.
Ataíde Lemos
Gostamos de sofrer
Deus nos ama por demais
Pena que somos cegos
Burros e completamente egoístas.
Temos tendência
À gostar de sofrer.
A custa de viver emoções
Que nos levam as prisões
E sofrimentos sem necessidade.
Ele sempre nos liberta
Mostra os caminhos
No entanto, insistimos
Em continuar errando
Querendo seguir nossos instintos
Não saindo do abismo
Que sempre estamos a cair.
Ele sempre nos corrige
Permite a dor menor
Pra evitar o mal maior
Mas Sua Mão não é vista
Nem é entendida
Pelo Ser tão humano
E desligado do alto que somos.
Ataíde Lemos
Onde o homem pode chegar!
Às vezes fico sem palavras
Sem resposta para me dar
Com tantos acontecimentos
Que é difícil de explicar
Tão doloroso ter que aceitar.
Uma delas é a insanidade.
Como dentro de alguém
Pode haver tanta maldade?
Onde o homem pode chegar!
De um sentimento mal resolvido
É capaz de matar seu própria carne
Arquitetar horríveis planos
Fingir em prantos
Fazendo-se de vitima
Pra todos enganar.
Quem é o homem?
Onde ele pode chegar?
Apertar um gatilho de uma arma
Deitar, dormir, acordar
Como tudo estivesse do mesmo jeito.
Ir para festa e se divertir
Sem uma dor sequer sentir.
Quando olhamos o homem
E vemos o que ele pode fazer
Mas insano vemos o amor de Deus
Por este homem ser capaz de morrer.
Ataíde Lemos
E depois?
antes, a dor que nos move
o calor que nem sempre chega
o desvario que nos libera como rio
o torpor que exclama
antes,a calma que não chega
o caminho longo e frio
a espera inexata
o folego que falta
antes,a rotina que arde
o rosto que grita
as mãos que tremem
o corpo que não reage
antes,só e crua
nua em paixões
doente na alma
insegura e trágica
antes,até que depois
e depois?
Neguinha Mucelli
DEIXA-ME IR – Arethuza Viana
Deixa-me ir... por favor,
deixa-me... Eu preciso!
Meu coração está sangrando
na tua companhia.
Por favor, eu necessito
ter no rosto, um sorriso,
quero de volta a minha vida
e minha alegria!
Não me detenhas
mais ao teu lado, eu imploro!
Eu te amei um dia,
mas diante da tua crueldade,
meu coração te rejeita
e se me tocas eu choro
pela humilhação
de sentir por mim, só piedade.
Preciso partir antes
que de fato, eu enlouqueça,
para outros caminhos
onde esta dor, esqueça
e a minha paz, tenha de volta
numa vida amena!
Deixa-me partir
e esqueças que fui tua um dia...
Não suporto mais expor
a todos a face de “Maria”,
e dentro de mim,
implodir os atos de “Madalena!”
A graça da vida.
Muitas vezes não compreendemos a dimensão de nós mesmos, nossos acertos, nossos erros. Nem uns nem outros podem ser descartados, pois, o certo pode estar errado.
Essa é a graça da vida, nunca saber se já esta definida!
Santaroza
Vozes do Amor
Vozes enevoadas me chegam do passado,
Mistas, tintas, vagas de écos cansados,
São vozes empoeiradas que foram risos,
Hoje não são mais que pequenos frisos,
Que dividem meus dias como fazes de lua,
Me ferindo de morte de saudades tuas,
Sopros de cinzas sopradas ao vento,
Passos de um poema que caminha lento,
Acordes de uma canção que ficou na mente,
Pólen que se espalhou em mim feito semente,
Frações de um sentimento que ainda se sente,
Calo a voz, pois sei, meu coração não mente!
Santaroza
Isabela
Vi o riacho das almas...
Era de águas correntes...
Era cercado de cedros...
Em leito de pedras azuis...
Carregando pétalas de rosas...
Corria num vale de sombras...
Tinha cheiro de hortelã...
E sussurrava baixinho.
Lá eu vi Isabela
Agora inda mais bela
Tinha um sorriso de flor
Num olhar de puro amor!
Caminhava de mãos dadas
Com duas formas aladas
Disse: vou viajar
E lá se foram pro mar!
Antes porém, disse Adeus
Mandou abraços pros seus
Disse que vai voltar
Sempre que alguém a sonhar!
Santaroza
Vive!
Guarda-te,
Mas nunca te acovardes,
Poupa-te,
Mas nunca te renegues,
Recolha-te,
Mas nuca te escondas,
Mesmo porque não é possível,
Te conheces quem te sonda!
Santaroza
QUE PAÍS É ESSE?
Na minha inocência de coração aberto!
Cheia de esperanças me encantei e cantei em VERSOS O MEU BRASIL! E agora me pergunto... Onde foram parar tão lindas inspirações? Meus versos ruíram, enxergo um povo sofrido, com fome sem emprego sem lugar pra morar, apenas os viadutos, favelas, e bancos de praça. Um País totalmente abandonado por falta de governantes com pulso e vontade em fazer algo glorioso pelo crescimento!
Berioliveira
O Oco de Mim
Cai a noite
e a tristeza bate forte.
Eu..sem eira, nem beira,
sem rumo, sem norte!
Desencontrada,
onde a solidão me encontrou.
Ruída,
num mundo que desmoronou.
Espectadora de uma tela em branco,
de uma página virada.
Tão pequena diante do tudo,
tão vazia diante do nada.
As lágrimas dos meus olhos
regam as feridas do coração.
Aqui tudo é deserto.
Não há brasas, nem carvão.
Vejo uma luz
e busco de mim um pouco.
E atonita, descubro,
que de mim, só restou o oco!
(Mell Glitter)
6 Comentários:
Marta,poetamiga!Grata por postar poemas meus,ok?
Grande beijopoeta*
Por Sandra Almeida, às 18 de abril de 2008 às 09:52
Marta Peres
você não sabe tamanha satisfação a minha por está no meio de tantos nomes, seu espaço é lindo...É uma honra imensa fazer parte desse cantinho...Agradeço muito pelo carinho e apoio que tem me dado!
Abraços!!!
Flávio Cardoso Reis.
Por Flávio Reis, às 18 de abril de 2008 às 12:56
Olha eu aki tráveis, Martinha!
Falar mais o que???
Que vc é um espetáculo, que seu jornal é muito bem elaborado, que vc é uma pessoa fantástica!
AH!Isso vc já sabe de cor e salteado,né?
Paciência!!!Vou continuar repetindo mil vezes se precisar, prá que vc nunca esqueça do carinho e admiração que tenho por vc!
Te amooooooooooooooooooo!!!
Bjnhus
Por MELL GLITTER, às 19 de abril de 2008 às 07:21
Marta esta homenagem e bem merecida por ser esta mulher
que alem de uma poétisa,de um talento enorme e tambem muito querida por todos Um abraço minha linda Eliza Gregio
Por Eliza Gregio, às 29 de abril de 2008 às 18:42
Grato por postar meu despretencioso versinho entre tão belas poesias. Parabéns pela seleção.
Por Anônimo, às 30 de abril de 2008 às 12:51
Marta minha poeta que linda idéia sua reunir tantos poetas,inclusive a mim,só tenho que lhe agradecer mais uma vez...com sua ajuda nossos trabalhos ficam conhecidos...
Sempre que precisar amiga conte comigo...
Beijos nesse grande coração...
Por Sensibilidade a navegar com poesias, às 6 de maio de 2008 às 19:21
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