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sábado, 12 de abril de 2008

Poeta Kadu Vaqueiro!


Kadu Vaqueiro, poeta do sertão, da natureza,da vida simples onde nada é difícil pois o amor tudo transforma. Que seus versos seja lidos por todos que depredam, e machucam a Mãe Natureza!



Sou um sertanejo que ama a vida, a natureza...

"O silêncio nos faz refletir melhor e junto a natureza nos tornamos sábios
ao agressor!"

Os animais são meus eternos amigos, juntos formamos um exército de
guerreiros da paz e justiça!
Transformo-me num guerreiro, quando sento numa sela e sob as quatro
patas tem um animal de qualidade e apto ao seu comandante.
A adrenalina mistura-se com o sangue selvagem e incorpora um vaqueiro
nordestino que se for preciso pega uma rés a unha e domina com seus
próprios punhos.
O cheiro do gado e o suor do animal é a essência energética introduzida
em minhas veias.
Sinto-me confortado pelo sertanejo que sou!

Sou um poeta apaixonado pela lua, escrevo versos respirando o perfume

do sertão, descansando na Caatinga, alimentando-me com as águas do Rio Paraguaçu.

"O sertão é o combustível do meu viver, a lua é minha luz!"










TERRA SECA SERTANEJO TRISTE


Terra seca, bicho magro, muito calor
sabedoria do sertanejo, com o mandacaru
chuva vai chegar, olha sua flor
na prosa da varanda, fala seu Manu
esta noite vai relampejar, olha os cururus
com a terra molhada, no sertão não há dor

Hoje não terá luar, será noite escura
pode escutar, a coruja vai piar
amanhã a terra estará molhada, é água pura
nos açudes e rios, os peixes voltam a nadar
na terra o seu sangue agora circula
se foi terra dura, agora a bicharada pula

Do seco, surge o verde, é só três dias
para as pastagens florir, sertanejo sorrir
sua lida continua, esta esperança,sempre foi sua
todos na terra vão remexer suas mãos, só alegrias
sementes vão enterrar, para amanhã germinar
olha no horizonte, o sol se põe e seus sonhos...
(Kadu Vaqueiro)



PARAGUAÇU


Entre a caatinga do sertão, foi esculpido com detalhes o desenho do magnífico Rio Paraguaçu, onde seu leito desliza em terras férteis, sua exuberância encanta até os olhares dos que ali nasceram.

Mas, o meu maior orgulho é ter aprendido com ele suas magias de seduzir as vidas que ali vivem, pois é nesta linda harmonia que mesmo em épocas de seca são lembradas as glorias da fartura.

Choramos na terra seca, mas aprendemos sobreviver do que ela nos oferece porque o sertanejo sabe viver sem fartura a sua gloria é a caatinga que é um seleiro de alimentação para

aquelas vidas que ali habitam e o Rio Paraguaçu é o sangue da terra.

(Kadu Vaqueiro)







DIA DE LIDA



Nas terras férteis da caatinga sertaneja o peão enfrenta a lida diária embaixo do sol ardente, as mãos grossas de muitos calos, terra do sertão entranhada nas unhas o corpo curvado devido ao exercício da enxada, o chapéu de palha com abas largas, ameniza um pouco os raios solares mas não evita as rugas deixadas pelo amigo sol.



Enorme resistência corporal, apenas descansa em baixo da jerema na hora da bóia.



Ah...Peão caboclo como tu és forte!



Não sou nutricionista, mas gostaria de entender:

Como essa farinha, alguns pedaços de carne seca depois de ingerida associada a água barrenta do tanque de barro, transforma em teu intestino tanta vitamina para teus músculos, nessa tua mente onde fé é mais forte que o teu próprio raciocínio e te leva a imaginações para o teu bem viver?



Mas, eu acredito que o teu encanto mesmo, acontece ao anoitecer, onde as cachimbadas de longas horas te enfeitiçam com o olhar da lua, nesta anestesia de prazer o coração transborda de amor, cura todos os males.

(Kadu Vaqueiro)



MEU SERTÃO


Sertão tu é encantador
tua beleza não é vista
por que ela se esconde
para servir na hora precisa

O homem que é cruel
precisa da dor
para ver a realidade
desta terra bendita


No tempo da seca
o sertão é muito triste
mas, sua beleza é interna
por que é a sua serventia
que mostra sua doce beleza
para o sertanejo

(Kadu Vaqueiro)

PEÃO FORMADO


Terra seca, gado magro mão calejada rio seco

suor na testa, rosto enrugado, corpo mutilado

bezerro enjeitado, sofrimento do peão é o retrato

dor controlada, sertão amado...

Na sombra da cajazeira penso na amada...


Deixei o campo fui para a cidade

peão civilizado, trabalho aliviado

muito sonho, caboclo formado, músculos descansados


Cabeça agitada, stress...

Saudades do campo, cavalo apeado

carro do ano, anel no dedo, enxada de lado...

Um júri formado, corpo doía e o suor descia

hoje o coração sente...


No curral a bezerrada...

O paletó é a vestimenta atual, dores, dificuldades...

Tudo superado!

Um grande aprendizado!


Hoje filhos criados, mas distantes...

Quatro lindas jóias lapidadas

dádiva de Deus sonho meu, consentimento seu

como filhos de passarinho, criaram asas fora do ninho

em territórios estrangeiros, que destino nada brejeiro...


A festa natalina nos reuniu e hoje partiram

tempo curto, amor longo, sentimento eterno

nada doeu mais forte!...

(Kadu Vaqueiro)

AQUI TÁ BÃO DEMAIS!

Uma casa de taipa, coberta de palha de piaçaba, um fogão de barro embaixo do umbuzeiro, é a cozinha do sertanejo.

Uma porta na frente outra no fundo, uma janela no terreiro, para apreciar todo festeiro, água barrenta no pote de barro atrás da portado fundo, piso de chão batido.

Nos quartos as camas de pau esculpido a machado, na janela do lado, uma pimenteira carregada, para dar gosto na comida destemperada, cachorro, gato e galinha, todos passam pela salinha.

Menino breado, sujo e cagado, se arrasta pelo chão a procura de um pão, a mocinha toma conta da casa, carregando os mabaçus enganchado, papagaio no oitão da casa, gaiola por todo lado, nesta vida de peão até o patrão tem compaixão.

Mas quando chega a noite o peão lava o pé, senta no tamborete e vai tomar o café do pilão, aprecia o luar, vai namorar para família aumentar.

(Kadu Vaqueiro)

SERTÃO MINHA VIDA
Sou um amante da natureza, apaixonado pela lua, respirando o sertão, descansando na caatinga, alimentando-me com as águas do Paraguaçu.

Sou um ser que retornou as suas origens.


Sinto-me confortado pelo sertanejo que sou, triste são as pessoas que ainda não puderam respirar um pouquinho do ar do sertão e a noite encantar-se com a lua.



Eu sou o meu interior, que andava escondido entre minhas lembranças do passado, agora sou o broto do velho tronco que um dia, ficou encostado esperando a estrela de um outro ser brilhar, para que estas raízes que sempre estiveram no seu lugar, pudessem vir a brotar a verdadeira planta da caatinga sertaneja.



Que suas flores seja a essência no olfato de quem ainda não sabe o que éuma terra seca para se plantar.



Eu agora decolei e neste vôo, a liberdade é quem me conduz aos ares da natureza.Tenho no combustível do calor sertanejo o dia todo para voar, só à noite tenho um compromisso com minha amada lua.

(Kadu Vaqueiro)


GLÓRIA DO SERTANEJO


Acredito eu, que o sofrimento do sertanejo é a glória para o futuro, pois no presente este homem planta com tanta fé que não tem como este fruto ser amargo.



Acho eu, que triste são as pessoas que não conhecem a historia do sertão e acatam um sofrimento que nunca viveram.



Enquanto o peão que ali vive, tem seu rosto de tristeza pela sua própria cultura, só que seu coração é rico da pura beleza que a terra seca lhe oferece.



Na vida as navalhas se apresentam de várias formas, mas todas cortam com a mesma lâmina só que na vida do sertanejo os cortes são mais profundos.



O corpo em exercício diário deixa a carne mais dura e o tempo que a lida ocupa faz com que esta dor não seja vista mas, as cicatrizes sim, estas são as provas de que um dia ele travou uma grande batalha, hoje é sobrevivente e tem uma grande historia para contar.

(Kadu Vaqueiro)

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