Coqueiro Torto
Coqueiro Torto
Quem reside ou passa pela antiga Praça Monsenhor Tiago pode ver
que ela está diferente, com belo coqueiro pendendo para o nascente na tentativa
de buscar todos os raios solares da manhã.
Estaria o coqueiro adoentado e precisando de mais raios solares
matutinos? Teria ele nascido e crescido com algum problema congénito? Seria
coluna torta pelo peso que ele suporta? Qual seria a causa daquele coqueiro ter
envergado?
Belo coqueiro torto, sentinela à direita da Igreja Matriz!
Terá seus dias contados? Haveria como ser salvo?
Coqueiro torto
de formosura e realeza
bela raça de palmeira
até pensei ser fortaleza.
Folhas verdinhas caídas
ao longo do coqueiro torto
que de tão diferente
temo logo estar morto.
Seria triste destino
oh, cruel desatino
sua sentença seu norte
seria mesmo ir a corte?
Que vontade chega em meu coração!
Ser doutora de plantas
a fim de tratá-lo diagnosticando o seu mal,
fazer com que o patinho feio da Praça da Matriz
torne-se a árvore mais linda, afinal.
Quanta afeição pelo gênero vegetal!
Então, arrisco-me conjecturar,
seria uma semente torta
deixando a árvore torta
se sentir quase morta?
À direita da Matriz
de nossa cidade,
no cantinho da praça
eu a vi e não por casualidade.
Olhar atento, pesquisador
de poeta, talvez meio torto
andando um tanto absorto
foi que vi o coqueiro torto.
Apesar de um tanto torto
eu o preferi dentre todos,
lá no alto estava um tucano
alçando vôo como aeroplano.
E as maritacas, Santinhas do Pau Oco - assim chamadas pelo Suplentento
Agropecuário do Estado de Minas Gerais -
dançavam de galho em galho, gritavam conversando entre si, faziam festa
no cair da tarde, parecendo não se importarem com aquele defeito visivelmente
físico do daquele coqueiro.
João de Barro
no galho torto
do coqueiro torto
pensava absorto
no grande desgosto
que estava proposto
ao amigo preferido
ver sonhos perdidos.
Será que algum dia tombará o coqueiro torto? Sem mar, não há mar,
ah, mar! E com sua morte tristeza irá deixar naquele lugar, muitos que por ali
passam irão chorar. E sob as palhas do coqueiro macio travesseiro João de
Barro, Maritacas e Tucanos verão lágrimas derramar, de saudades irão chorar. O
coqueiro irá descansar vivendo nos nossos corações!
Marta Peres
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