Artigo - A Pergunta Está no Ar
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A Pergunta Está No Ar
A eleição para os cargos necessários à Câmara de Patrocínio
foi um tanto quanto normal, para presidente, secretário e tesoureiro, dos oito
vereadores da base aliada ao governo votaram nos companheiros de chapa o que já
era de se esperar. No entanto, fato inusitado, surpresa, geral quando então, votaram o
Vice-presidente. Os mesmos oito fugiram ao que seria corriqueiro por conta do
partidarismo – todos os oito, religiosamente votaram em um vereador de
oposição, que, diga-se de passagem foi pego de surpresa, de calça curta –
talvez, seja nome de consenso escolhido pelos aliados da posição. No primeiro
impacto, susto, depois, análise. Qual o pensamento do articulador que
engenhosamente articulou a votação para que fosse executado pelos vereadores
governistas? No entanto, a oposição votou fechado, como são em número menor
foram derrotados.
Seria alguma forma de mandar um recado à oposição? Ou o
recado era para a população?
Não acredito em votações feitas nestes moldes, votação
induzida, conduzida – é por isto que as coisas não vão para frente. Não seria
de bom tom cada vereador votar na pessoa mais adequada ao cargo? Votar
livremente. Não senti os vereadores a vontade, salvo alguns. A mim pareceu-me
que engoliram uma lobeira, a maioria estava sob tensão. Isto não é bom porque
gera descontentamento. Havia no ar um tom melancólico, dolorido, por mais esforço
que fosse feito. Afinal, dos rostos daquelas pessoas não havia a alegria que
deveria transparecer.
Mas na política existe isto mesmo, toma lá dá cá, vota no
meu que voto no seu. Ao que deveriam pensar no bem comum, no que seria melhor
para a cidade, para seu desenvolvimento. Afinal, não irão legislar para todos?
A escolha dos três nomes foi boa, contudo, o fato de entrar
um que é oposição foge às normalidades e ainda por cima sem uma prévia proposta
feita ao vereador em questão. O votado ficou sem chão, uma indisposição nasceu
entre todos e inclusive entre alguns da base governista.
O que o povo, naquele momento, esperava do vereador de
oposição cotado e votado para vice na chapa governista?
Contudo, as notícias dos jornais são claras quanto a
renúncia que ocorrerá na primeira reunião ordinária da Câmara. Por que esperar
tanto se já podia fazer por escrito a partir do dia 02 de janeiro?
Será que o vereador vai mesmo renunciar?
Se não houver interesse por parte dele ao cargo muitos
acreditam que o fará, até porque, esta eleição aconteceu com direito a oito
votos da base governista a sete de oposição – nem o próprio vereador votou em
si mesmo. Ficou visível a fisionomia do vereador, modificou num sem graça de
dar dó por conta de sua retidão de caráter.
Esta votação teria sido um golpe? A pergunta está no ar, não
quer calar e está aquecendo os corações politizados da cidade. Há inúmeras
conjecturas espalhadas pelos quatro cantos e pelas bocas das pessoas. Afinal, o
homem é um ser político, pensante e livre.
Acredito que esta renúncia possa ser feita antes de
fevereiro. No que estará ele pensando? Consultando bases de apoio? Pedindo
inspiração do Alto?
Vamos esperar, quem sabe alguma reviravota... ou pela
primeira reunião ordinária da nova câmara, só então saberemos das intenções do
vereador opositor. Renuncia ou Não?
Marta Peres
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