Quando chovia
Quando chovia
Assim que as nuvens da alma
formavam seu nimbo precipitado em lágrimas,
parecia que a tarde caía
sem alarde, no céu dos dias
Não sei bem quantas chuvas fizeram morada
no passado, nem nas tristezas
que se acumularam em cúmulos não raros
cinzentos, prestes a desabar
O cinza azulado das promessas voláteis
e o bailado performático das gotas
num balé de passos rápidos e ágeis
tornavam a tristeza remota
e a alegria em fontes
trazia os dias mais frescos
trazia os dias
os dias
Enquanto a chuva lavava as faces,
vinda dos olhos do tempo,
meus olhos postavam as esperanças
advindas do desenlace dos tormentos
na linha do horizonte
Não lembro bem quais tristezas
tampouco lembro de mágoas
sequer da alegria intrínseca
ao espetáculo das águas
mas lembro bem que houve um tempo
em que tudo se resolvia num fim de tarde,
quando lágrimas caíam
sem alarde, no céu dos dias.
Mauro Veras
1 Comentários:
que delícia abrir esta página e ver um poema meu, que vc pegou nem sei de onde, isso é carinho puro! te amo! Lindo teu trabalho!
Beijus.
Por Soninha Porto, às 30 de outubro de 2008 às 16:39
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