DIA DE PARTIR
DIA DE PARTIR
Por Fátima Venutti
Dia de finados.
A cama vazia, silêncio virado em saudade.
Pela janela, o vento empurrava o voil
enquanto a vida passava em Super 8 pela TV.
Um pigarro a mais, puxou a bacia
sob a cama e cuspiu: mais um sonho, menos um dia.
Margaridas no campo santo.
O vazio do corpo, saudade alimentando a lápide.
Um Pai Nosso, três Ave Marias e um Glória a Deus.
Mais um ano na imensidão do vazio:
da cama, da carne açoitada, da vida desnecessária.
A chuva calou as velas acesas. Mais um pigarro...
A casa vazia, o ruído da placa: vende-se
O silêncio em nortes, histórias escritas nas paredes,
Chinelos esquecidos na varanda, a rede, o sofá,
O nó, a escada, a corda, o vento: saudade.
Sob a cama, a bacia transborda excrementos.
A morte é um girassol a se levantar todas as manhãs.
Marcadores: MartaPeres
2 Comentários:
Minha vida é poesia viva...
Minha Vida é Poema
Verso e prosa.
Lúcio Tércio M. Alencar
Beijo-te a alma e o coração! M@ria
Por Unknown, às 10 de novembro de 2011 às 13:51
Esta poesia me reporta a minha saudades, bjos
Por Rosmari, às 15 de novembro de 2011 às 14:57
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