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terça-feira, 4 de agosto de 2009

Devaneio


Devaneio

Quieta ela ouvia o silêncio enquanto pensava em seu coração. Um passarinho da noite cantava
uma melodia calma por ali. Seus olhos brilhavam olhando as estrelas que refletiam no olhar.
De sua boca, por vezes escapavam trovas:

Mas, porque assim pedia o coração?
Um amor maior que todo universo
jamais poderia morrer, com razão,
calo, e se necessário desconverso.

Sua alma derramava rosas azuis, clorofila escorria pela haste e as sombras da noite ecoavam doce cantiga de tempos passados. Brisa suave soprava em seus cabelos.

A dor suprema machuca a alma,
na noite quente e calma sinto
falta do amor, coração na palma
da mão recebe cores, pois pinto.

Não houve fraqueza,
foi um bem-querer
imenso, franqueza
no dizer: doce viver!

Queria explodir, sentia necessidade de gritar, aquietava sonhando em trovas. Não haviam véus para serem jogados, ela continuava parada, pensativa na mesma quietude, ouvia apenas
seu coração. E sonata azul cobria todo o local. Flores perfumavam a noite enquanto o sonho
continuava existindo naquela alma.

Uma florinha azul nasceu,
no seu caminho cresceu,
não a pise nem engane,
o coração sofrerá pane!

Ela admirava os panos bordados do céu, buscava neles a luz que precisava e sonhava espalhar aos pés do amado, para que com cuidado caminhassem de mãos dadas, rumo à felicidade.
E não se importava que a noite já ia alta, precisava atingir seus objetivos e sabia, com amor
tudo teria mais beleza, ela sabia ser capaz de amar!

Marta Peres

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