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terça-feira, 1 de outubro de 2013

Poeta ZéReys!













No mergulho

Eu te olho e me transporto, fico absorto, e como pluma,
Viajo sendo tragado por sua respiração que pré ouço transcursar,
Como se lhe roubasse o pensamento para me contar.
Contas-me, sem que saibas ou sabendo, que me queria dentro de si.

Eu sei de antemão que me desejas avidamente.
É um prenúncio este seu olhar furtivo, contido no agressivo,
e acelerado movimento, por dentro, que lhe faz o coração pulsar.
Não sou vidente, efetivamente, mas sinto-lhe pela mesma chama que contenho.

Eu sei de tudo que queria lhe promover atrás das paredes, previamente preparadas, ou numa pousada, em lugar ermo, num céu, nalguma montanha, num rancho de sapé, de pé, sentados, deitados, rolando ou enrolados… Eu sei. Percebo a sua reciprocidade, quando se mistura nos meus olhos, seu olhar.

A gente quer sexo, quer se lamber, quer se trepar, virar outros seres, se perder. A gente quer uma entrega inimaginável, incomparável, a gente quer viver uma ternura… De quase se matar de dar risadas, a gente quer subir escadas de costas, na madrugada. A gente espera o que não podemos esperar: o tempo, que não espera ninguém!…

ZéReys





A mão da manhã

Eu lutava… Com o meu coração tão triste.
Era tão em vão, como se olhar numa manhã a imensidão.
Até que encontrei seus olhos ao meio dos raios do sol,
era então de manhã, quando a imensidão,
Dissipada pela esperança me fez criança e me estendeu a mão.
Levando-me para o seu encontro…

ZéReys




Meu desejo mítico

Meu coração está vazio, salvo pela poesia que a Marte o coabita,
Mas é que a poesia não lhe ocupa o espaço que é só seu,
Minha musa de olhos de mares do sul, creia, acredita, Vênus.
Onde o azul desta América do sul, é lindo como seus olhos contra o sol.

Mas talvez eu deve me embebedar deste sonho azul que me resplandece,
Porque meu coração me pede uma mulher que queira ser amada.
Não quer uma mulher bijuteria, quer a que queira ser amada,
sim, senão a minha poesia o completa… como já o faz todos os dias.

Quero dar a solidão deste versos que nascem sós, a sua companhia.
Quero lhe mostrar primeiro os afrescos de meus versos.
Quero esparramar meu coração em suas mãos, pérolas,
como se fosse uma luva que lhe protegeria de todas as ilusões.

Quero deixar seu coração transbordante de alegria, ó deusa da beleza!
E lhe ensinar a rejeitar o egocentrismo de seu ego, terá a liberdade!
E amará pelo amor de tanto amar e ser amada. E viverá com flores e aromas,
e pios de palomas, e a nossa poesia sobre a cama, de Vênus e Marte!

ZéReys




Por nossa unicidade

Quero te convidar para brincar comigo de não ver a casca.
A parte que nós nos tocaremos é o intra nós, a introspeção de nós.
A nossa essência entranhada em nós,
ocupando os espaços vazios das células.
Brinquemos de iluminar a nossa cidade interior,
De dançar naquelas nuvens brancas e brilhantes,
Vazadas pelos raios de sol de nossas almas.
Não desvie o teu olhar do meu, eu nunca desviarei o meu olhar do teu.
Não desperceberei da tua dança do ventre, e seremos a sombra da luz,
os raios que delineiam teu corpo, o verso de meu poema solto,
a música da canção, o pulsar dos corações, o amor no chão,
o levitar de tuas vestes escapando de minhas mãos…
Nunca te compararei com nada, quero te ver na sublimidade do que és.
Nunca me compare com nada,
a casca não é casta e minha alma é incomparável…

ZéReys

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