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segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Poeta Naldo Velho E Sua Poesia!












Palavras de Anjo em Prece


NALDOVELHO


Todos os dias,
manhã bem cedo,
um burburinho acontece...


No jardim da minha casa,
passarinhada reunida em prece,
pede a Deus pelo mundo.


Outro dia um bem-te-vi se achegou,
queria aprender a orar.


Agora voa, passarinho, voa!
Vai e mostra ao seu bando,
como fazem os daqui,
espalha pelo mundo a magia,
palavras de anjo, a poesia...


Que coisa mais linda os que sabem
palavras de anjo em prece!


Todos os dias manhã cedo em prece,
até nos dias de chuva,
pois fiz um telheiro, um abrigo
para que juntos possamos orar.













Emaranhado de Escolhas


NALDOVELHO


Trago entranhado na alma
um emaranhado de escolhas,
espinhos diversos (de versos)...


Toda a vez que toco num deles,
brotam palavras que escoam,
mostrando a esperança que eu tenho
de um dia a dor passar.





























O Prazer de Te Ter


NALDOVELHO


Ao percorrer com a língua
o contorno dos teus lábios,
descubro segredos, revelo desejos,
trilhas, clareiras, preciosos atalhos,
sagrados recantos, ansiosos, molhados.
E ao perceber-te tão trêmula,
exploro fronteiras sedento de cheiros,
suores e seivas, sabores, peçonha...
E no prazer do teu colo eu colho licores
estranhos, selvagens.


Melhor ter cuidado,
pois corro o risco de ficar embriagado
e viciado, cometer a loucura
de nunca mais querer te perder.


Pior é que as minhas mãos não mais obedecem,
e os meus dedos a bolinar teus lábios...
Não estes... Aqueles!
Até te levar ao orgasmo,
para depois repetir o estrago
desta feita com meus lábios
num caminho bem mais prolongado.


Se de repente tu me tomas
e me cavalgas no cio,
sinto incendiar minhas entranhas
e sei que esse é o fruto da tua peçonha,
a percorrer artérias e veias
para me deixar aniquilado,
completamente aprisionado
ao prazer de te ter.


Queria poder fugir daqui bem depressa...
Mentira! Fugir de ti eu não quero,
pois já não sou dono do meu norte
e o meu destino e sorte,
é te ter inoculada ao meu corpo;
pois já não consigo deixar de te querer.































QUANDO EU ME APERCEBO




NALDOVELHO


Quando eu me apercebo
de tua presença e aconchego,
ponho-me a explorar teus contornos,
só para sentir minha pele em fogo
e o meu coração em descompasso,
pois tudo o que eu tento ou faço
resume-se em estar perto de ti,
só para sentir teu cheiro
e ao meu toque arrepiar-te os pêlos,
pois quanto mais eu me perco em carícias,
mais forte ficam os laços,
essencialmente o prazer.


Fico a perambular pelo teu corpo
a buscar dobras e fendas,
a encher minhas mãos com os teus seios,
apertá-los assim por inteiro
até sentir escorrer por tuas costas,
teu suor e molhar meu peito,
para depois sugar de ti o alimento,
vinho branco, licoroso e denso
e me embriagar até não mais poder.


Não... ainda é cedo!
Pois estar em ti é um direito
que eu preciso saborear bastante
antes de poder exercer.
Pois quero ainda aumentar o delírio,
o desejo, o latejar compulsivo,
ver em teus olhos a entrega, o eu preciso
do que os meus lábios oferecem sedentos
aos teus outros lábios molhados, sagrados,
pois aí, mora o tormento e o encanto,
testemunhas que em determinado momento
denunciam pela abundância e espasmos
a certeza de um intenso orgasmo
que eu fui capaz de te trazer.


Aí sim, penetrar-te suave e premeditado,
e lentamente levar-te a uma nova viagem
que ao terminar nos deixará abraçados,
adormecidos em simbiose perfeita,
pois ao acordarmos, ainda quero estar
abusadamente dentro de ti.





















PALAVRA "FAZEDEIRA"




NALDOVELHO

Palavra “fazedeira” esta tal de poesia!
Constrói casas sem portas e janelas,
paredes enfeitadas por trepadeiras e eras,
cerca ajardinada, diversos tipos de azaléias,
um jardim cheio de rosas, orquídeas, e bromélias.


Palavra “fazedeira” esta tal de poesia!
Constrói caminhos que ligam a esperança à nostalgia,
na margem esquerda uma fonte, e ali jorram fantasias,
e na direita um bosque, frutas tenras, saborosas;
à frente o horizonte, muita lida, muita prosa.


Palavra “fazedeira” esta tal de poesia!
Constrói a crença no homem que cresce noite e dia,
dissipa nuvens cinzentas, e espanta calmarias,
desfaz a dor que se sente, até aquelas latentes!
Alonga olhos de sonhos, plantio de muitas sementes.


Palavra “fazedeira” esta tal de poesia!
Constrói o amanhecer que insiste em nos surpreender,
apesar de todo o esforço de alguns em não merecer;
constrói um poema que transforma o coração desta gente,
tomara Deus que estes versos floresçam em muitas vertentes.

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