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terça-feira, 23 de dezembro de 2008

INDELÉVEL TERNURA


038 INDELÉVEL TERNURA

A meiguice de o teu belíssimo olhar
Fez-me delirar de emoção!
Por esta razão, não posso deixar de te amar.
Válvula mitra da minha eterna canção.

Em encantadas e belas diástoles
Cheias de firmeza e artes belas!
Oh, que memoráveis sístoles
De amor, que restauram minhas seqüelas!

Olhares de insondáveis ternuras.
Fazem, de forma bendita, erradicar
Raízes de beldroegas amarguras;
Que buscam me impedir de amar.

Como amo as verdades inquietantes,
Do seu doce e meigo olhar!
Sim, porque afloram instantes,
Os quais me convidam a te amar.

Destarte, a fixa retina
Dos seus olhares fulgurantes
Levam-me ao que seu corpo se destina:
Manifestar toda a minha virilidade.

Oh, indelével ternura da paixão!
Que em delírios incessantes
Faz-me entrar na dimensão
Dos suspiros árdegos dos amantes!

José Bonifácio – 21 Nov 2008

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