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segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

DEVANEIO


045 - DEVANEIO

Observando a sobeira,
Banhada com o flórido
Do sol junto a ribeira,
Aspirei o ar cálido!

Os amores-perfeitos:
Belos aos pores-do-sol,
Com perfumes e efeito
Depurados no crisol!

Inebriavam o meu ser
Como cartas-bilhetes,
Fazendo-me esquecer
De certos ramalhetes!

Já as mangas espadas,
No alto da mangueira,
Sustentavam a amada
Patativa herdeira!

Em tique–taques lentos,
O meu coração espera
Viver, sem sofrimentos,
Uma vida austera.

As canetas-tinteiro
Como as sempre-vivas,
Lembram o amor trigueiro
Das belas patativas!

Como pombos-correio,
A manhã ensolarada
Chega com devaneio
E com a voz bem delicada!

As aves, o sol e as flores,
Pelo Senhor Deus criadas.
São os mais puros amores
Que devam ser amados!

José Bonifácio – 11 Mar 2005

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