DEVANEIO
045 - DEVANEIO
Observando a sobeira,
Banhada com o flórido
Do sol junto a ribeira,
Aspirei o ar cálido!
Os amores-perfeitos:
Belos aos pores-do-sol,
Com perfumes e efeito
Depurados no crisol!
Inebriavam o meu ser
Como cartas-bilhetes,
Fazendo-me esquecer
De certos ramalhetes!
Já as mangas espadas,
No alto da mangueira,
Sustentavam a amada
Patativa herdeira!
Em tique–taques lentos,
O meu coração espera
Viver, sem sofrimentos,
Uma vida austera.
As canetas-tinteiro
Como as sempre-vivas,
Lembram o amor trigueiro
Das belas patativas!
Como pombos-correio,
A manhã ensolarada
Chega com devaneio
E com a voz bem delicada!
As aves, o sol e as flores,
Pelo Senhor Deus criadas.
São os mais puros amores
Que devam ser amados!
José Bonifácio – 11 Mar 2005
1 Comentários:
Fiquei fascinada, poeta José Bonifácio! Muito mesmo! Bravo!
Por SONINHABB, às 22 de dezembro de 2008 às 13:32
Postar um comentário
<< Home