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terça-feira, 4 de março de 2008

Palavras, Nada Mais


Palavras, Nada Mais

Palavras, nada mais que isto
frágeis, se espalham
com o vento.

Muitas vezes desnecessárias
sem sentido, palavras a se
consumirem no tempo.

Não é preciso palavras para
ter você em meus braços,
o silêncio fala por nós,
o tempo, só o tempo
é necessário.

Como queria estar em teus braços
provar dos teus beijos
sentir de sua boca o desejo.

Não diga nada, palavras,
para que servem?
Encher o tempo
que era para te amar?
O amor não precisa de palavras!
Soam falsas,tolas palavras
que ferem, ferem como punhal
punhal que mata.

Já me cansei,
não quero mais ouvir
palavras que machucam
palavras pontiagudas como setas
prontas para ferir.

Vou deixá-las ao vento
palavras sem significado,
vou tentar esquecer,
não quero trazê-lo pela mão
tudo isto machuca o coração.

Não mais pensarei em você,
não direi mais palavras
nenhuma só palavra,
já não quero cobrir-te de beijos
matar o desejo que me faz feliz.

Foram palavras,
equivocadas, palavras
pronunciadas em momento
de loucura, de dor.
Palavras impensadas
com garras afiadas,
felinas tal qual animal,
horror.

Palavras,
ditas, depois, desditas
num profundo olhar onde meus olhos
de tanto chorar não souberam ouvir
meu coração.

As palavras foram ouvidas
pois foram pronunciadas,
meu amor ferido sem compreender
a imensidão de minha dor.

Marta Peres

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