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sábado, 23 de fevereiro de 2008

Coração é mar bravio


Coração é mar bravio

Perdida nesta ilha selvagem percorri longo
caminho, caminhei pela areia quente, sol ardendo,
meu corpo dolorido pelas queimaduras, pés inchados
e feridos, coração sangrando, desamor, descaso...

Banhei-me em águas azuis do mar em calmaria,
tentei dormir em colchão macio feito pelas folhas das
árvores que encontrei, dormi a noite inteira junto a
ondas bravias, vento que uivava, lançava areias...

Fogo e braseiro, meu sono agitado queimava o coração
não conseguia água fresca que acalmasse, desse alento
ia ao fundo do mar e voltava, lutava contra as ondas
tentando sobreviver, o vento movia tudo tirando do lugar.

Dei-te meu amor, minha alegria, tentei navegar ao teu lado,
tu, colérica, lança-me taça ao rosto, separa-me da tua vida
deixando-me à deriva neste mar escuro e frio, dou-te as mãos
e tu espezinha, esperei por ti meses a fio, e enches minha boca
com a erva amarga?

De repente espero que saia desta tua sandice, que olhe as rosas
desabrocharem, que venha navegar águas calmas e entenda o dom
da vida deixando doce o coração e molhado pelo orvalho da aurora!

Marta Peres

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