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sábado, 21 de fevereiro de 2009

Poeta Carmen Bentes!



Entre iguais – Carmen Bentes

Vi tuas coxas entre as rendas
E a umidade do teu sexo
Teus seios nas dobras das fendas
Do decote entreaberto

Adivinhei-te feminina
E cobicei o teu regaço
Antevi-me enlaçada
No rigor do teu abraço

Debalde, debati-me
Para fugir do teu apelo
Quero antes afagar-te
E anelar o teu cabelo

Quero lamber o salgado
Do teu suor temperado
Coração em descompasso
No teu pulso apressado

Consagro-te nos meus pecados
De desejar-te tanto assim
Anelados são teus pelos
Teus lábios, puro carmim

No teu gosto de cio
Edifiquei o meu desejo
Senti... sem mais nada
Não vês o que eu vejo

Se desejos são pecados
Se impulsos são malditos
Deixo-os aqui esfacelados
E fica o dito por não dito

(muito menos versejado)


Pégaso – Carmen Bentes



Espere! Só preciso de um instante
Um átimo, um hiato
Um pégaso, meu ginete alado
Para ir ao teu encontro

(Nua, vou mostrar-me por baixo do manto)

Esmagada no teu abraço
Deixo a mente escapulir
Monto meu corcel alado
Minhas coxas não te deixam fugir

(Cetro em riste, não tens como iludir)

Amazona fugidia e matreira
Solto rédeas e bridão
Indecente e sorrateira
Do teu corpo lanço mão

(Entre gemidos, te desvendo a rameira)

Estou por um instante qualquer
E teu galope é a alforria
Da minha porção vaga e vadia
Que te tem a hora que quer

(Mesmo sozinha me faço tua mulher)

As urgências do meu corpo
Meu pégaso há de suprir e aplacar
Porque meu destino é ir
E o teu jamais esperar

(Espero pela alcova onde me farás voar)




Messalina – Carmen Bentes

Desejo que me possuas de todas as formas
Por todos os meios,
Que infrinjas normas
Que não use freios.

Invade o meu corpo
Quero-te dentro de mim
Até ver-te urrando
Grudando nas minhas coxas o teu gozo.

Faça dardejante tua língua
Quero-a fustigando minha intimidade
Deixa-me cavalgar-te
Quero-te ofegante e sem repouso.

Machuca-me no teu ir e vir enfurecido
Realiza tuas fantasias de bandido
Venda-me os olhos
Amarra-me à cabeceira
Conta-me indecências
Diz que sou tua rameira.

Crava-te nos meus quadris
Puxa-me pelo cabelo
Quero senti-lo rompendo-me
Mas sem poder vê-lo.

Deixa minha boca mordiscar tua virilha
Depois engoli-lo por inteiro
E mesmo sufocada
Já não escapas desta armadilha.

Deságua tua água salgada
Deixa-me bebê-la afogada
Repete todos os trajetos
Até cansar-te do mapa
Morde minha boca, me dá um tapa.

Deixa-me tonta e dolorida
Marcada e exaurida
Aturdida por tantos orgasmos
Depois me sorria dengoso
Aconhega-me no teu peito suado




Acasalamento – Carmen Bentes


Não use palavras românticas
Use as mais baixas, as mais chulas
Só assim fico nua.

Não seja gentil ou carinhoso
Seja rude e vulgar
É assim que sei gozar.

Não me antecipe o que vai fazer
Usa toda sua loucura
É assim que entendo o prazer.

Não me peça para fazer nada
Deixa-me seguir adiante
Só assim sou sua amante.

Não me peça permissão
Toma-me quando quiser
Só assim sou sua mulher.

Jamais faça amor comigo
Faça sexo
Se lhe pareço ímpar
Não podemos ser dois
Sexo é o que quero na cama
Amor é o que vem depois.

Se lhe pareço carnal
Ou por demais atrevida
Espere e nada me diga.
Não tarda você verá
Sexo é o que nos fará
Par por toda vida

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