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terça-feira, 24 de novembro de 2009

ENTREGA


ENTREGA
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A poesia foi o mote para a paixão
Levantou poeira
Mexeu e remexeu
Deu bandeira
Quando fez rima com o coração...

Compôs os versos com sentimento
Emoção no peito
Calor e ardor
Não teve jeito
O melhor foi entregar-se ao momento

E dessa entrega lúdica
A verdadeira poesia
viajou nas rimas
Descansou em temas
E refez caminhos de encantamentos

Chegou sorrindo
Vindo da viagem
Cheia de vontades
Trouxe na bagagem
O melhor poema e ofertou você!

Janete do Carmo / Marçal Filho
Sampa/Minas

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segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Vozes do silêncio


Vozes do silêncio

O eco surdo do tempo
transpõe a fúria do vento
fincando esporas de dores
nas sombras que de mim
se apartaram

Lágrimas do silêncio
varrem de minha face
as infinitas luzes
das últimas estações

Madrugadas orvalhadas
espalham sonhos em arco-íris,
ressuscitando o sol da quietude
em cristal que se petrifica


Conceição Bentes

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ABSTRATO


ABSTRATO

Espero-te em botão
Para que me faças rosa
E ao despetalar-me
Enlaçar teu corpo
Tal guirlanda perfumada

Espere-me tépido
Como o sol se pondo
Beijando o horizonte
Na tarde finda, que anuncia
A noite, quase indefinida

Bailemos ébrios em nossa hora
Deslizando em fatias furtadas
Das imagens que de nós guardamos
Em um canto qualquer do abstrato

Ruth Maria Perrella-

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Primavera


Primavera

Nas asas da suave brisa
Flores delicadas se ondulam
Movem-se alegres no ar
Mostrando um agradável deleitar
Borboletas e abelhas voam
Brincam sobre suas pétalas
Anunciam a festa da vida
Dando a elas as boas vindas
No céu um azul translúcido
Pássaros cortam o vento
Rodopiam alegres chilreando
É a primavera chegando !

Sєlma DєL ßosco

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Pensando Em Ti


Pensando Em Ti


Só escrevo mentiras, só falo o que sinto
Talvez o que sinto, seja tudo mentira,
Mas só é verdade,
Tudo que eu penso...

Só penso em ti, quando estou distante,
Só falo em ti, quando estou ausente,
Assim passo meus dias, só com você,
-No meu pensamento...

Vivendo assim, já não é mais viver,
A vida a mim parece, um terrível tormento.
Porque, o que mais quero, é estar perto de ti.
-Neste exato momento...

Te fixo assim, como eu te vi,
No ultimo momento em que de ti, me despedi,
Com o olhar tão triste,
-Olhando para mim...

Agora, não sei onde andas,
Se vagas perdida, pensando em mim,
Ou se vives como eu, perdido,
-Pensando em ti...





Roberto de Castro Del’Secchi
Poeta (Vassouras/RJ

Dedico à Poetisa e grande amiga, Marta Peres!

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AO SOM DO TANGO


AO SOM DO TANGO

Me envolvi nos teus braços
E rodopiando, fiz a caída
Nossas pernas entrelaçadas
E compassadas, floriram a melodia.

Olhos nos olhos
Corpos unidos,
Ao som do bandoneon
Deslizamos a canção.

Rodopios e caídas
Passos e compassos,
Ilustram as linhas
Dos corpos, fluindo a magia.

Pernas à mostra
Entrelaçam o rasgado
Do tecido, em meio às riscas
Do momento ansiado.

Tango, emoção e paixão
À cada passo executado,
Esperando o aplauso
Do desejo sonhado.

Tango...Emoção de uma Paixão.

AMARILIS PAZINI AIRES

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PROMESSA


PROMESSA

Você roubou meu sono,
deixou-me aqui a tua espera,
rolando de um lado para outro,
meu corpo sedento de paixão...

Atiçou os meus desejos,
ficou na lembrança o seu cheiro,
inebriante que chegou para ficar,
deixando marcas no meu mundo.

Prometeu-me um beijo fogoso
e neste beijo incessante
faríamos com nossos lábios
as mais belas poesias de amor.

(Graciela da Cunha)

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quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Poesia da Serena Flor!



Deliciosa poesia desta jovem poetisa, Serena!
Serena como as águas de um regato, como o canto do sabiá.
Ler Serena contagia o espírto.
Serena é mais uma contribuição à poesia brasileira!
Marta Peres


"Meias Verdades"

Hoje sinto que minhas verdades
São páginas de um livro que não li
Não são inteiras...são apenas metades
Dos Versos do poema que escrevi.

Serena

"AMOR INTERROMPIDO"

Do amor nada me restou...
Nada mais que tuas lembranças
Espectros bailam na memória
Do amor fiquei sem esperanças

Coração estava em festa
Tudo era prazer e desejos
Agora nada mais me resta
Acabaram-se as carícias e os beijos

Daí veio a senhora dos malditos
Arrancando você de mim
Deixando sentimentos aflitos
Crucificando um amor sem fim

Antes deixasse ele à meu lado
Pra quê acabar assim com minha paixão?
Tu és fria, patética e gelada
transformou em nada meu coração.

Se o amor não tivesse invadido meu peito
Não estaria agora neste imenso vazio
Noites longas e frias em meu leito
Sem você meu mundo é sombrio.

Agora nada me resta fazer
Sofrimento e dor para sempre terei
Nada mais me dá prazer
Nada mais sou e nunca serei.

Serena.



"MENINOS AO LÉU"

Quando vejo esses filhos de ninguém,
dormindo largados pela rua
Vejo que são filhos renegados
Adotados pela realidade nua e crua

Catadores dos nossos medos
Deixados soltos ao léu
Vagando pelas ruas
São vítimas de um destino cruel

O futuro pra eles é o agora
Pois tudo que sabem é vivido no presente
Presente de grego, num cavalo de tróia
Hoje estão aqui, o amanhã é inexistente.

Filhos de uma Pátria
que não soube ser mãe gentil
Pobres meninos perdidos
Vivendo como cães presos no canil

Do amor nada sabem
Só conhecem o degredo
pobres meninos de rua
Seus sonhos viraram pesadelo.

Serena.

"VESTIDA DE SILÊNCIO"

Suavemente percorro as linhas
Daquele poema que me deste
Viajo em teu céu e me faço lua
E me perco em versos que me despe!

Estrelas cadentes iluminam
Nossa estrada inacabada
E entre nuvens que fascinam
Sigo tu'alma iluminada.

Nesta trilha de palavras
Onde tudo se lê nas entrelinhas
Meu coração impaciente
Aguarda a tua chegada.

Vou me vestir de silêncio
E me despir das palavras
Minh'alma traduzirá os versos
Que no peito o coração calava.

Serena.


"SEPARAÇÃO"

As amarras se romperam
O que era inteiro se partiu
Antes almas companheiras
Agora um mundo que caiu.

Da tua presença apenas restou
Guardado em um canto qualquer
Uma foto antiga e sem cor
E um bilhete escrito por outra mulher

Na caixinha de costura
Encontrei aquele botão
Que no afã de nossa briga
Ficou perdido em minha mão.

Palavras, olhares...tuas mãos
Ficaram tatuados na memória
Vidas vividas...tudo em vão
Intranhados na minha história.

Serena


"SONETO DO AMOR PERDIDO"

Em que parte da casa
Nosso amor se perdeu?
Ficou no canto do quarto
Ou no jardim que era teu?

Em que parte da vida
A intimidade acabou?
Está na gaveta escondida
Ou cansada partiu e nos deixou?

Se perdeu pelo tempo...
Ou quis ficar para trás?
Estará de frio tremendo
Ou apenas atracada pelo cais?

Em que parte da música
Parou de cantar?
Será que dela se cansou?
Ou simplesmente parou de escutar?

As chamas daquele amor febril
Hoje já não ardem mais
As labaredas deste amor senil
Se apagaram e ficaram para trás.

Dúvidas povoam meus pensamentos
As incertezas zombam de mim
Do amor que era um jardim suspenso
Restou só lembranças perfumadas de jasmim.

Serena.




"CÁRCERE"

Hoje sou mulher cativa,
Versos de um poema inacabado
Sou como patativa,
Mas me sinto pássaro engaiolado.

Me liberto das amarras...
Pássaro solto à voar
Sinto o vento em minhas asas
Livre...feliz à cantar!

Mas liberdade é coisa momentânea,
Vôo breve e fragmentado
Pássaro cativo volto à ser
Triste, mudo...engaiolado!

Serena.



"ANDARILHA"

Sou a triste borboleta
passageira da agonia
bato as asas contra o vento
bailando em noite fria.

Meu destino nem eu sei
Minh'alma é de ninguém
Vagando mundo a fora
Da tristeza sou refém

Feito folha no outono
Deixo o vento me levar
Triste e louca bailarina
Nua bailando ao luar

Pobre andarilha sem carinho
Perdida na inquietude do querer
Pés calejados...alma sozinha
Peregrina do amor querendo ser.

Serena


4. "PAZ"

Sou prisioneira deste mundo
Perdida entre sons e fumaça
Meu sonho coitado, não tem cor
Se perdeu entre o caos e a desgraça

Vejo homem matando homem
Amores não existem mais
As ilusões se confundem e somem
Realidade se faz dura demais

Quero fugir...evaporar...sumir
Por favor não aguento desamor
O mundo que sempre pedi
É feito de alegria e cor

Dizem que poeta vive em outro mundo
E eu lhes pergunto - O que tem de mais?
Melhor viver no mundo da lua
Lá com certeza encontro a paz!

Serena





"ANDORINHAS"

Se um dia te lembrares de mim
Não te demores...vem me ver,
Traz nas mãos o perfume de jasmim
Que plantaste e esqueceste de colher.

Esqueceste também do meu amor
E de todas as nossas alegrias
Hoje sou verão sem calor
vagando pelas ruas vazias.

Mas se ainda assim...
Te lembrares do amor que me tinhas
Vem depressa...vem pra mim
Sou verão à espera de andorinhas!

Serena




"MARCAS DA VERGONHA"



Hoje amanheci calada...
Alma sofrida, calejada
Vergonha do espelho...
Humilhada.



As marcas que ficam
não somem jamais
São marcas medonhas
Deixadas por um animal.



Me sinto fraca, sem saída,
Quero fugir, mas tenho medo
Sumir pelo mundo afora
Sem rumo...em segredo.



Se fico talvez eu morra,
Se vou levo comigo a esperança,
Se fico talvez eu mate
Aquele que todo dia me espanca!



Serena.

"MOMENTOS"

Coração de rocha,
Sofrido, mudo e calado
Perdido se vê e chora
Um choro sentido e abafado.
Desejosa por um momento apenas
Um momento e nada mais
Por dias e noites serenas
E uma vida inteira de paz.
O destino trama meus dias
E dele tenho pavor
Mas ainda assim insisto
E sequiosa sigo...falando de amor.

Serena.

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segunda-feira, 9 de novembro de 2009

A Poesia de Mauro Veras



Gueto


Não ter a menor razão para nada
tudo seria tão pequeno
tudo seria tão pouco
tudo

pessoas tristes
flores tristes
tardes tristes

e tudo que assistisse
faria assim como fosse morrer

Estrelas que brilharam tanto
inesquecíveis árias de grandes óperas
e hoje me ouvem os ouvidos
cantos de pássaros solitários

pássaros

de voos pequenos
como deveria ser tudo

uma velha negra e suas tetas murchas
a criança negra pendurada nelas
sujas, as bruxas girando em torno da cena
de formidáveis pessoas miseráveis ...

e a prata da cidade
que passa qual estrela cadente,
brilhando tanto!

e nas tetas da mulher, a derradeira gota de sangue

A alma se alimenta de leites improváveis ...
inapetentes almas em seu cruzeiro

Como o valor da Razão ...
como pessoas, flores
como o canto dos pássaros
como este voo rasteiro

Não deveria ter a menor razão para nada
tudo seria tão pequeno
tudo seria tão pouco
tudo

Mauro Veras


Miragens


O dia
que o sol traz
não é o Dia

A noite
que a brisa da manhã levou
não é a Noite

As horas
que estão no instante volátil
são como olhares perplexos

estão no espaço
fugidias, ágeis

O cavalo que passa sem tempo
em descompasso e desperto
não se pode enlaçar
e eu quero cavalgar o vento

destino:a miragem da aurora
nas areias tênues de um deserto

De sonhos, decerto
temos todos uma cota

mas o possível tempo
é aquele que se esgota


Mauro Veras



Boa noite, Poesia ...

A noite é boa para a Poesia,
mas não será para o poeta!

A noite apaga o dia
e no frio breu
já não queimará o pavio
que em luz ardeu,
que na claridade ardia!

E no desvario da penumbra
sofrerá o poeta,
e regozijará,
em seu império noturno,
a soturna Poesia!

Mauro Veras

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sábado, 7 de novembro de 2009

Poeta Victtoria Rossini!




Lendo Victtoria

Lendo seus textos
quis lhe conhecer,
acertei em cheio
muito prazer...
Não sei a quanto tempo
e isto não importa,
cheguei,
bati na porta
com carinho atendeu,
recebeu,
sentiu o prazer
então quis fortalecer
laços de amizade...
pouco a pouco
fui lhe conhecendo,
palavras escritas,
sonhos soltos no ar,
imaginação a navegar...
Usando a mão. Coração,
Não.
caneta de qualquer cor
esmiúça pensamento...
lamento...
alegria...
afasta tormento
e o leitor,entenderá!

Marta Peres

Uma estrela da poesia dentro do jardim de poetas!




EU QUERO TE CONHECER
(Victtoria Rossini)
.
Oiee
Somos amigos há muito tempo?
Pouco tempo?
Não importa.
.
Só que olha, to de saco cheio rsrsr
E não é TPM, não é estresse, nada disso.
Só que eu queria conhecer você.
Não os sites, nem as comunidades que você freqüenta
Nem os textos maravilhosos que você viu na net.
.
Vou te convidar pra essa semana brincar comigo de outra coisa.
Ao invés de me mandar scrap, de bichinho, musica, florzinha e Cia.
Me fale de você!!
.
Não me importo com teu português
Quantos anos você tem
Se é gordo , magro, alisada, peluda,
Se é casado, gay, lésbica, chifrudo, to nem aí...
Mas quero conhecer VOCÊ que veio até mim pra ser meu amigo,
.
Me dê nem q seja um só um “oi”
“Vim te fazer um carinho”
“leia isso........(meu nome) que eu gostei, vê o que você acha.
Ahh e não precisa me retornar mensagem se não tiver afim
Sou adepta da liberdade total ;))
.
Porque estou aqui pra fazer amizades
Conhecer gente
Conhecer suas idéias,
Fazer companhia
Ajudar se necessário em algo...
Mas só estou conhecendo novos sites de mensagens
Gifs diferentes
Animações criativas
.
E você que está ai atrás do PC??
Quem é você?
Gosta do que?
Pensa o que?
Quer o que?
Precisa do que??
É com VOCÊ que eu quero conversar.
Quer usar fake, cara de bichinho, lua, estrela
Se você se identifica pra mim tudo bem...
Mas me deixe conhecer você, que esta aí dentro do teu corpo.
Teu coração, tua alma
Trás ela pra conversarmos.
.
Então vamos combinar:
Nem que seja por uma semana
FALE comigo e com teu amigos
Não quero CEP, peso, endereço rsrsr
Mas se mostre, pergunte, converse
Vamos ser amigos uns dos outros.
.
Vamos humanizar esse Orkut?
A net?
O mundo?
Sei que tem uma pessoa ai
Que sente, que pensa, que ri, que chora
Que tem precisa de uma palavra, de uma distração.
È essa pessoa que eu quero conhecer!!
.
Me fale de você.
Me pergunte também.
Mas fale POR VOCÊ.
Eu quero te conhecer!!
Muito prazer!
.......
Oi eu sou Vic...




FASES
(Victtoria Rossini)

Tem fases que a lua cheia
Incendeia meu coração

Tem fases que esse fogo
Entra em extinção

Tem fases que a maré
Me isola na solidão

Tem fases que o sonho
Cobre o mundo de ilusão

Tem fases que meus olhos
Ardem como um vulcão

Tem fases em que o frio
Dura mais que uma estação

Tudo depende...Se minha lua:
Se afasta de mim ou não





VOLTE PRA CASA!
(Victtoria Rossini)

Agora você tem um corpo...
Mas tua consciência é dispersa
Passa mais tempo com a atenção fora
Do que dentro de ti

Tua mente vagueia
Fora do teu próprio corpo.
E a casa que deveria ser habitada
É tapera vazia
Lar abandonado


Você acorda com a mente aonde?
(No ontem?)
Você dorme aonde?
(Numa cama de problemas)
Você come aonde?
(Dentro da televisão)
Você caminha... Mas teu espírito ta aonde?
(Nas discussões?)
Você poe tua energia aonde?
(Em paixões? Em ódios?)
Afinal você vive onde?
Que não habita teu próprio corpo?

E a casa ainda nova
Se deteriora
Se acidenta
Se cansa
Se entristece
se deprime
As células adoecem
Se extinguem as neurônios
Desaba a casa

E você corre pro médico
Corre pro terapeuta
Corre pra igreja
Mas não corre pra tua casa

Volte pra casa!
Sinta teu corpo
Toque teus ossos
Sinta teu sangue correndo
Agradeça as tuas células
Limpe tua casa
Ame teu templo
Descanse em ti
Durma contigo mesmo
Se abrace
Se acaricie
Habite consciente teu próprio corpo!
Volte pra casa.


MEU SILÊNCIO
(Victtoria Rossini)

Meu silêncio
É povoado por milhões de palavras
Que revoam em bandos
Seguindo os ventos do coração

Fecho a boca
Selo os olhos
Tapo os ouvidos
Mas mesmo assim
Ouço o bater das suas asas
Se espatifando contra as grades de contenção
Grades feitas de ilusão
Que às vezes ninguém
Nem eu mesma
Consigo ver

Vejo as plumagens se soltando
Uma a uma caindo em câmera lenta
Morrendo petrificadas
No solo estéril da minha razão

Mas nem sua queda
Quebra o silêncio
Da minha emoção

Ela grita insana
Engasgada
Mesmo sem som
Chora
Mesmo sem lágrimas
Às vezes canta
Sem se expressar
E diz tudo...
Mesmo sem se pronunciar




GUERREIRA
(Victtoria Rossini)

Sou da paz
Mas a vida sempre traz
A guerreira que vive em mim

Minhas lutas
Infindáveis lutas
Se travam em terrenos invisíveis
Em estados indizíveis
Além do bem e do mal


Mesmo sendo pacífica
Às vezes sou maléfica
Mesmo vivendo a fada
Às vezes ajo como bruxa

Porque as fadas só criam
São observadoras frias
Não julgam apaixonadas
Nunca interferem em nada
E SÒ podem ver o lado bom

A bruxa que vive em mim
Reconhece o mal
Percebe o sinal
E tenta intervir
Modifica o posto
Transforma o rosto
E nem sempre está a rir

Às vezes gargalha
E sempre chacoalha
A guerreira que vive em mim
E saio a campo
Entoando o canto
Que é mais grito e pranto
Que pó de pirilimpimpim

Mas cultivo a guerreira
Por mais que às vezes queira
Simplesmente existir...
E me visto pra guerra,
Porque viver aqui na terra
É uma luta sem fim




SEQUELAS
(Victtoria Rossini)

Os sapatos de estrelas
Que tentaram me vestir na infância
Queimaram os meus pés

Hoje sou manca.
Não ando tão rápido quanto gostaria
Nunca fui até onde a minha mãe queria
E sempre pisam nos meus calos

Quem me dera tivessem sido
Apenas sapatos de barro...

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Renascer


Renascer


Dias inteiros de noites intensas
de sonhos e rumos e afãs
e o avesso milagre
de recomeçar tudo, amanhã

E crer que os problemas são como uvas
: no pé: frutos, somente uvas
: compreendidas: insumo, semente e vinho

Voar, quero voar, abrir caminhos
como um pombo branco e ligeiro
pelas manhãs em que eu morrer
eu quero um tilintar de asas
correr pelos campos e trigais celestiais
em surtos matinais de alegria

e ver as noites inteiras virarem dias
intensos de sóis intensos
de manhãs de lençóis límpidos
e janelas infinitas
muito além do ímpio momento
em que perder a vida

No entanto e justo, renasço do amargor da perda ...
E tanto e tão pouco, me busco e renasço do amor

Mauro Veras

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