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segunda-feira, 28 de abril de 2008

Poesias e Amigos!



Córrego das Letras

Debruçada em poesias
Entrego meus pensamentos
Poderia ser um varal de roupa
Penduradas, estendidas
Cândidas, encharcadas
Num leito de um rio
Primitivas pelo córrego
A espera de um viajante a ler
Como um barquinho de papel
Elas se foram, como frota amada
Em cada canal...
Deixaram de ser barquinho
Colocadas ao sol pra secar
Pra quem sabe predizer
Mañana no estaré en casa,
O horizonte há de abraçá-las.

Claudia Almeida

Condor

Que o amor plane
Dos Alpes aos Andes
Águias e santuários em pane
De lado na árvore seus cantos
Histórias de Davos
Ângulos na mente
No bruxo de Machu Picchu
Superar o futuro das fotos
Esperta manobra selvagem
Armadilhas de roteiros
No destino da aurora
Completar os olhos
Luz, sombra, cor
É possível a viagem no ar?
Por mais que queiram
Pequenos pássaros
Cativeiros
Crescem e viram Condor.

Claudia Almeida


Engano...

Hoje olho pra dentro de mim
Tento juntar os cacos
Caí e tá difícil levantar
Não quero aceitar
Que tudo passou de uma ilusão
Mal avisado coração
Só soube se entregar
Agora chora por tanto confiar
Tento encontrar uma saída
De uma situação incontida
Maltratada e sofrida
Que machuca minha alma
Tirando minha calma
Meus olhos estão
Parados no ar
Traduzindo um vazio
Resultado da desilusão
Por uma demonstração
Do verbo amar...

Anjopoesia

Amor de verdade

Quero um grande amor sim
Que me ame e me queira
Sem amarras,sem correntes
Apenas me querendo bem
Me faça feliz e sorrir
E se eu tiver que chorar
Não seja por ele me magoar
Pois chorar por amar
Dor maior não há
Não quero nem por um momento
Saber que não me tem no pensamento
Saber que me traia ou me engana
Magoando assim meu coração
Me deixando sem eira nem beira
Quero apenas um grande amor
Que me ame e me queira
E que cuide do meu coração
Como se fosse uma rosa
Com carinho e muita emoção
Quero um grande amor....

Anjo da poesia



Flor


Flor
Beleza sem igual
Presente especial
Forma verbal
De mostrar
Um sentimento
De amizade
Amor ou Paixão
Carinho em palta
Pra alguem
Que vive e mora
Em nosso coração...

Anjo da poesia

Renascendo das cinzas...

O sol está a brilhar
Quer me mostrar
Que nada é tão ruim
Quando se acredita
Em si mesmo
Pode chover
Relampear
No outro dia
O sol aparece
Mostrando o início
De um novo dia
E a gente enxerga que tudo
É um eterno renascer...

Anjo da poesia




Flor da pele

Pele
sensibilidade
Dores
Machucados
fora e dentro
Momentos
Vividos
sonhados
Na flor da pele
Cujas emoções
Não esquecemos mais...

Anjo da poesia


Insensatez...

Quanta saudade
Voce me vem na mente
Lembro daquele dia fatídico
Que saiu pela porta
Quanta saudade
Se eu pudesse ter contido
As palavras não terem saído
Da forma que pronunciei
Talvez aqui ainda estivesse
E esse amor mantivesse
Mas sempre olho com esperança
Quando a porta se abre
Um sorriso vem no rosto
O coração acelera
Mas logo volto a realidade
Na porta não é voce
Sinto novamente a saudade
E vejo que por um dia
De insensatez,de mágoa
E cólera,num minuto
Perdi toda minha felicidade...

Anjo da poesia



Deus


As vezes me pergunto
Como surgiu o sol,a lua
O mar,a floresta
Os animais,as pessoas
Que explicação há pra tudo?
O que pode haver de encanto
Magia e beleza por traz
De toda essa maravilha
Quanta criação positiva
Tudo foi dado a nós de graça
E procurando lá dentro de mim
Achei uma alternativa
Pura e verdadeira
Tudo foi feito dessa maneira
Para que entendamos
Que existe uma força perfeita
A nos orientar,a nos mostrar
Os caminhos que são muitos
Mas só um nos leva a entender
Que existe um Pai
Criador de tanta beleza
E olhando para o céu
No meio dessa imensidão
Achei a resposta
Tão sómente
Deus

Anjo da poesia



bilhete

Cheguei com
aquela velha
calça jeans
e pensamentos
de fazer corar.
Mas me calo;
se falo, terei
que explicar
o inexplicável...
Como explicar sonhos?
sou de novembro,
d’um ano que
nem me lembro;
e vou saindo fora;
o tempo é curto
e o meu se esvai;
E estamos conversados.

luizpacheco



ANEMIA
(Karla Júlia)

Quando o vejo me dissolvo em puro enlevo
Enfeito o corpo de estrelas
Pois que ele é a palavra não dita
Meu herói, meu guerreiro,
minha outra face no espelho.


Quando o vejo,
o dia fica azul
Faço-me bonita e pinto a boca
Me perfumo in-tei-ra
E saio com laços de fita amarela
Pensando...
Ah ! Um dia serei dele
um dia serei dele...


E pouco importa minha anemia.
Pois meu sangue, matéria-prima para os seus versos.
feliz, faz tempo doei !
Nossa poesia é feita de amor e de dor
do seu, do meu, do nosso sangue
que jorra em versos de veias profundas
Quando o vejo
me sinto viva,
pulsando,
Sangrando...
Nessa taça que guarda o meu desejo,
que é o meu segredo, fruto do que sinto quando o vejo.

Karla Julia
todos os direitos reservados




Professora de Português e Inglês.Formada pela Universidade Católica de Pernambuco.Entrei na Unicap aos 48 anos e pretendo ainda esse ano fazer Mestrado.
Sou uma pessoa que gosto de escrever desde 12 anos e tenho melhorado com o tempo o fazer poético,devido a forte influência de escritores como Carlos Drummond de Andrade,Clarice Lispector,Mario Quintana,Jean Paul Sartre,Edgar Allan Poe entre outros. Não gosto de ficar presa em tendências apesar de aceitar novas formas do poetar.Gosto de ser audaciosa quando se trata de criar.Fui homenageada agora a pouco em um movimento poético na Universidade onde estudei.A UNICAP.Tenho 3.000 leitores no recanto das letras e no começo do ano estarei editando uma antologia poética que é a Sociedade dos poetas vivos-Mistura de artes.Faço parte dos poetas del mundo e estou buscando representar a falasp em pernambuco,com concurso poéticos para o povo desse estado.Tenho intenção de escrever vários livros e gostaria que meu trabalho fosse reconhecido,lutarei pra isso.




VITORIANA

Terra verde,de água e de sol,
Mar de água doce.
Jurumirim,bica pequena.
Mergulho nessa represa
Pra sarar meu mal de amor.
Salve Nossa Senhora das Dores!
Na capelhinha do Major Vitoriano,
A vida passa sorrindo.
Igreja da Matriz relicário divino.
Levei meus pedidos todinhos,
Também sou sonhador,
Abiré,abaré da vila Rio Novo
Nasceu teu ninho.
Dois sonhadores aqui chegaram,com certeza,
Depois mais e mais beberam da tua beleza.
Terra do sol,Rio dos veados,Ribeira Tamanduá.
Teu rico manto cobre o meu caminho.
Grãos,laranjas,café quentinho.
Cheiro gostoso de Mato.
O céu estende o azul até o Palácio do sabor.
No monte guardei meus segredos,
No horto plantei eucaliptos.
A araucária cresceu em copas
E floresceu nossa esperança.
Avaré não é mais criança.
No largo São João a fonte das artes
Faz o dia amanhecer colorindo
Tua origem vitoriana.

Ecila Yleus
Publicado no Recanto das Letras em 19/03/2008
Código do texto: T907856


Curvas do desejo

Em várias partes me fiz num todo,
Da tua boca salobre cavei meu poço,
Embriaguei-me da tua orgia,
Varri os pontos e as agonias.

Do teu pedaço fiz cobertor,
Matei a ânsia da minha dor,
Deitei nos mistérios da tua rede,
E uivei meus desejos com muita sede.

Manto de pingos escorrem em meu corpo,
São rios que abrem as retinas da alma,
São líquidos que fecundam a semente,
Que se une ao mel,néctar dos deuses.

Manjares de mil sabores na meia porta aberta,
Cantar dos passarinhos no domar da fera,
Um sorriso branco,uma lágrima em êxtase:
Acordam a sinfonia em que a minha alma infesta.


Ecila Yleus
Publicado no Recanto das Letras em 28/03/2008
Código do texto: T920524




TELA FRIA
A tua luz me prende nas noites enigmáticas,
Noites em que pinto o cenário com tinta fresca.
As mãos do tempo soltam ícones,
Caminhos de curvas a serem percorridos.
Que cheiro de tinta nova!
Tinta que agarrei com os dedos para pintar
Na tela fria teu rosto nu.
Pintei o alazão na cocheira,
A noite de lua cheia,cavalos desenfreados.
Tu seguiste teu rumo.
Passaram por mim a galope as mãos do teu passado.
O meu esplêndido e indomável animal partiu
Da serra do Mulungu para as terras de cimento.
Ontem a ausência do fogão de lenha,a montanha do sabugi
Foram deixadas pela distância e focada no imaginário.
Coloco na tela fria a fumaça do café quente,as lutas de raízes,
E a luz que me solta em mente.
Palavras mágicas vêm dos pombos da noite,
Trazem fragâncias soltas,sentimentos aguçados.
No fundo do quintal a roda de samba vara o dia
E o fogão de lenha mantém a chama.

Ecila Yleus
Publicado no Recanto das Letras em 26/02/2008
Código do texto: T876544



SENTIMENTO DESBOTADO
Passo a mão na face da mentira,
Seguro firme o olhar para o ponto,
A cortina cobre o que eu gostaria de ver,
Sinto na ponta dos dedos toda a verdade,

Aperto amanhã com os dentes fortes,
Os olhos correm em direção dos gestos céticos,
Busco adivinhar as minúsculas partículas das ações,
Acompanho segundo por segundo a respiração oscilante,

As paredes da sala empalidecem e enrugam,
O silêncio é quebrado por uma aritmia,
O tempo engole as manhãs,abraça as noites e sufoca as madrugadas.
Os anos se vão sem que o vento traga o que desejo ouvir.

Prendo a respiração com o toque da campanhia,
Rebate falso ,tudo volta a estagnação.
Tantas coisas mudaram:pessoas,casas,avenidas,vidas.

Saio as ruas e entre rostos,vozes e caminhadas,
Vejo-te em outros semblantes,perfis semelhantes,
Imagens que reproduzo na minha busca contida.


Ecila Yleus
Publicado no Recanto das Letras em 07/03/2008
Código do texto: T891562



Amazônia

Duas horas da madrugada.
Hora enrugada.O silêncio foge das copas.
Ouvi-se de longe o eco das árvores,
É um gemido forte,sofrido,repetido.
As sombras das guilhotinas assustam,
Olhos espiam:
O melancólico macucão,
O pássaro assobiador,
Os corurões, as arapongas.
São olhos fundos na escuridão.
Dos ensejos,
Dos desejos,
Dos enredos,
Das feras devoradoras e predadoras
Fogem até as formigas carnívoras.
Desarrumar o cenário é o segredo.
O uirapuru cala a floresta,
A revoada dos corocas saem em retirada.
As sombras respiram ofegantes,
O desejo humano desliza nos dedos.
Está na boca dos que silenciam,
Está nas mãos de quem oculta.
Mãos ocupadas que fazem da floresta
Praças com nomes próprios e buscam flores
Nas salas de estar.

Ecila Yleus
Publicado no Recanto das Letras em 19/02/2008
Código do texto: T866556


Canção da Alma

Minha alma está crua,
Minha alma está nua
Sedenta da embriaguês da lua.
A minha alma quer festa,
Quer uma bela de uma seresta,
O violão baixinho cobrindo a pauta.
Minha alma tilinta de desejo quando te vê,
Quando te abraça e sabe um pouco de você.
Minha alma quer a canção dos teus lábios,
Quer a canção de Elis com seu sorriso tonto de emoção,
Embriagando os bêbados febris.
Minha alma está ardendo de paixão
E o aviso do navio correu solto aos meus ouvidos,
Lembranças das noites de veneza.
Dançamos na rua e os nossos olhos, quatro holofotes,
Clarearam a noite,a competir com a lua.
Minha alma quer o desejo mágico da música que te entorpece,
O ritmo que te enloquece,que segue dedilhando os meus sentidos.
Quer a multidão como testemunha,
O teu coração acompanhando o tom do ritmo frenético do meu.
Minha alma busca em tua canção uma roupagem nova.




Ecila Yleus
Publicado no Recanto das Letras em 12/01/2008
Código do texto: T813603




O espelho

Busquei o meu amor,
Não vi.Havia partido em silêncio,
Havia caminhado vagarosamente por becos.
Procurei meu amado no quarto não achei,
Procurei na sala,na cozinha,
Procurei através dos amigos,nas revistas,nos jornais.
Suas marcas achei em meus corpo
E na saudade que guardo no peito,
Mas meu amado não é meu é do mundo,
Porque se fosse meu seriam seus olhos,
Da sua boca sentiria os beijos,
Seu corpo eu amaria e belos sonhos teria
Agarradinha ao seu dorso.
Onde está o meu amado?
Meu amado não veio.
Hoje espero outro amor,não aquele que se foi.
Mas aquele que se apaixone por minha passada larga,
Por meu sorriso franco,por minha birra ou falta.
Aquele que ao olhar no espelho me veja.
Ecila Yleus
Publicado no Recanto das Letras em 10/01/2008
Código do texto: T811640



PASSADAS DO TEMPO

Vivo e tudo se acende em minha volta.
No corredor da cidade,nas escadas,ladeiras
Ou no barro pisado.Há uma leveza no ato do andar.

Os sapatos passam e marcam o chão.
Lá vou eu... Em múltiplas passadas.
O pensamento corta a Europa,a escrita, o Japão.

Hoje o dia está confuso,abafadiço,
Uma corrente de ar solta,uma mistura de sabores
Na volta pra casa.Falta um trevo de quatro folhas.

A luz invade a sala e pedaços de sol cruzam a vidraça.
De lá vejo o universo sem fronteiras e paro imobilizado
Pela aparição noturna da bela gota de orvalho.

Enquanto amarro os cadarços,aperto o botão.
Uma arma é apontada dentro de uma condução.
Entre a sala e a porta da rua,ouvirás um barulho.

O relógio volta a marcar o tempo.




Ecila Yleus
Publicado no Recanto das Letras em 20/01/2008
Código do texto: T825434



DENTRO DOS OLHOS
De onde será
Invento os sonhos que não tenho?

De palavras bem ditas e mal ditas
Ao passar da leveza e da brisa
E por elas levadas?

De olhares intrigantes e deixados
Escondidos atrás da porta
Que o vento fechou?

De gestos ímpios e invisíveis
Gravados no deserto da alma
Que as tempestades apagaram?

De onde será vêm
Os sonhos que não consigo ter?

De mim mesmo
desenganado e fragmentado
Ou de minhas imagens
refletidas nos cacos do espelho
Que se quebrou de tantos desencantos?

[Oswaldo Antonio Begiato]



quem ama sente o cheiro
sente o hálito
sente a pele
...o contato
quem ama não faz de conta
acontece
abraça
beija
encarna
quem ama
no outro ser está
e por isso
o tempo todo sente
presença
sensação
aura
tudo envolve quem ama
porque quem ama
é luz que emana
e vive
para ser feliz
quem ama
para existir
necessita respirar
o mesmo ar


Lúcia Gönczy



"Mosaico de mim"

No meio da escuridão, estava triste, calada
Perdendo a fé no amanhã, nem futuro eu almejava
A vida estava sem cor, só pedras na minha estrada
Permanente era o inverno que na alma congelava

Olhei pra dentro de mim e não via esperança
Lágrimas brotaram nos olhos, chorava como criança
A vida estava em pedaços, eu estava agonizando
Por entre choro e dor, vi a minha fé voltando

Acreditei que existe um Deus pra nos socorrer
E um anjo iluminado que nos faz sobreviver
Fui catando os pedaços da vida espedaçada
Fui montando um mosaico, uma vida renovada

Pedaço por pedaço fui encaixando com calma
Precisei ser um artista, renovando a caminhada
Quando juntei os pedaços, pintei com uma nova dor
Fiz um mosaico de mim, troquei a dor por amor.

Jane Rossi




Puro amor


Amor de criança
De nada tem medo.
Mundo de encantamento.

Se doa por inteira
Só quer simplesmente
Viver intensamente.

Não olhar para o relógio
Nem vê o tempo passar
Alegria aos adultos contagiar.

Criança seu nome liberdade
Criança correr livre, como
a águia sem medo de voar.

Elas amam tudo e todos
Seu mundo e de encanto
Seu amor e verdadeiro.

Em seu amor tão puro
A todos vive a beijar
Ninguém a dizer que
não pode se doar.

Pois este anjo e livre para
Amar a todos se entregarem
Este amor que vem do divino
Que em nosso ser vem tocar.




Eliza Gregio


SENTIMENTO CALADO


Em um segundo! Deparei-me com um olhar.
De alguém a me despir, um olhar calado.
Ao surpreende lo ficou meio encabulado
por telo pego aquele olhar tão roubado..

Aquele penetrante olhar como se quisesse falar
como uma criança fazendo algo errado,ficou envergonhado.
Mas foi lindo sentir aquele olhar desesperado.
Olhar mudo que me tocou tão fundo.

Ele me suprendeu! Senti um calor, fiquei a sorrir
Disfarçando aquele momento, de tanto encantamento.
A boca que se calou, olhar que me despiu, o coração ficou a explicar.
Aquele sentimento! Morreu calado no peito.

Eliza Gregio




SILÊNCIO SEM NINHO – Arethuza Viana

Não adianta
lhe mostrar os atalhos
para o meu amor,
com esperança
de que conheça a sutileza
do meu toque.

Enquanto convive
no mundo dos hipócritas
você esbanja encantos,
eu vivo a lhe procurar
noutro carinho,
tendo a certeza
que não tenho espaço
nas suas disponibilidades.

Você não carece de mim.

E se algum dia, seus mimos
não forem correspondidos,
e os encantos de tantos amores
escaparem de suas mãos,
quem sabe, você se lembre de mim?

E talvez ainda me encontre
numa relva verde e macia,
deitada e sentindo
o cheirinho de mato,
onde sempre estive,
num silêncio sem ninho...



Ele é

Meu amor
Louco amor
Minha loucura
Meu prazer
Adoro teu gosto
Ardente
Meu amor
Minha dor
Meu sofrimento
Minha atração
Meu lamento
Minha satisfação
Meu amor
Que desfruto
Do gozo
Do paraíso
Só sensações
E aventuras
Meu amor
Bandido
Sedutor
Sufoca-me
De carinhos
Leva-me em um
Paraíso êxtase...
Autora: Marina Nunes


ADEUS

Só sei te escrever assim, amor meu,
minha palavra sai de mim, em rima:
foi isto que o Cósmico me deu
- e que meu sentimento, enfim, sublima!

Eu me despeço agora, amor meu,
desta estrada por nós percorrida,
sob a Bandeira Azul... toda vestida
de Sol! E da esperança que morreu...

Teu mundo é outro! O mundo teu
não é aquele que de Amor, me inunda:
encontrei uma Porta - está aberta

à minha espera... e ela me acolheu.
Tão doce sinto essa PAZ PROFUNDA...
Agora eu sei o que é estar liberta!


NEFERTARI (Judit Martins)




P É R O L A S


Será
que os diamantes são eternos?
e
as pérolas?

essas
que me deste
em cada dia?

das quais
fiz o colar

que
enfeita meu coração?

Prefiro as pérolas
aos diamantes.

Estes,
já todos os amantes
trocaram.

Me alimento de pérolas
únicas!
brilhantes!
plenas de Luz!

Habito-me
em cada uma!
escavo a mina...
e sempre encontro
Luz lá ao fundo

Pérola - a - pérola...
Tenho o mais belo
colar do mundo!

luizacaetano
21Outubro2006




Louca Sedução

Quanta beleza
Que a natureza criou.
Menina linda!
Ninguém mais imaginou.
Só mesmo Deus!
O nosso pai e criador.

Quanta ternura.
Quanta graça.
Oh! perfeição!
Tu és doçura,
Oh! minha louca
Sedução...

Escrito por elciomoraes


Planetas

Esferas concêntricas
Giravam entre tantas outras,
Coloridas brilhantes e claras,

Meus sonhos atingem altitudes.
Projetando-me no espaço,
Minhas moléculas devolvem-se
Entre as galáxias,

Ao levantar vôos buscando
As belezas do infinito
Que brilham em meu ser
Misturo-me as nuvens vaporosas
Até meu despertar.

Dora Dimolitsas



SOLIDÃO

Estou só!
Lá fora as pessoas riem,
e daqui do meu quarto
escuto somente o barulho da solidão!
Ela chega e se instala sorrateiramente
no coração!
E eu choro, e eu sofro.
E me pergunto:
-Onde andará minha paixão?
Todo mundo parece ser de todo mundo.
Cada qual com seu par, sua alma gêmea!
Só eu que não!
A tristeza se instala, e me faz companhia.
Mas me sinto só, e mesmo no sol,
temo a escuridão.
Vazio é tudo o que sinto!
Meu coração já não bate.
Secou por falta de emoção!
Me tranco no quarto e durmo.
Não é sono.
É falta de opção!

(Mell Glitter)





ALMA MINHA

Eu tenho uma alma que brilha
e emana felicidade de viver!
Uma alma que já teve marcas profundas,
mas as cicatrizes não as deixam ver!

Minha alma é guerreira:
Não desiste perante o difícil.
Ela briga, ousa, bate , xinga!
Sobe paredes de precipício!

Ela chora,mas não lamenta.
Ela ama e compartilha!
É uma alma adulta, experiente, voraz...
Ao mesmo tempo menina!

Ela enxerga através dos sentimentos.
E por isso sofre quando ama!
Ela se ilude, se arrisca, se expõe,
mas não se engana!

Ah...alma perdida a minha!
Por tantos corpos que já viveu!
Corpos que já se foram,
alma que nunca morreu!

(Mell Glitter)








Poeta...


Quem sou eu
Para este título carregar...
Só falo o que sinto,
Nada mais que amar.

Frases perdidas
Em um papel qualquer
Numa luta constante...
Ninguém me quer...

Grito aos sete ventos:
Eu te amo!...
Simplesmente o som se perde
Como grãos de areia no oceano...

No coração espetado fui
Com flechas embebidas de amor
Só sinto, no entanto desamor,
Desencanto e dor!...

(Por:Raul Dias)

Anjo da Poesia!


Doces poemas nos proporcionam encantamento, trata-se de doce poetisa que vem encantando a todos.
Anjo da Poesia, seja bem-vinda à esta coluna, todos os leitores irão se deliciarem, encantarem com a beleza de seus versos.


Aqui é meu lugar

Vivo aqui
Porque aqui
Existe paz
Busco a natureza
Feita de tanta beleza
O mar me seduz
Caminho descalça
Sinto a areia molhada
Me dá impressão
De liberdade
Por um momento
Sinto que tenho asas
Como os pássaros
Olho pro céu
É tão azul
Sinto serenidade
Por um instante
Sinto felicidade
De poder
Falar com Deus
Agradecer
Tanta alegria
Que invade meu ser
Como é bom
Esse cheirinho
Do sal,do mar
Adoro tudo isso
Me fortalece
Me dá enrgias
Pra viver meu dia a dia

Anjo da poesia

Pensamento voa
O pensamento me leva!!!!
Ultrapasso fronteiras
Penso em qualquer coisa
Sou livre chego a voar
Faço viagens no mundo
Imagino cada lugar
Como se eu estivesse lá
Não tenho correntes
Não há prisões
O pensamento vai longe
Não há leis e nem pessoas
Me comandando
Apenas vou caminhando
Por esse mundo sem fim
Pensamento coisa da gente
Trago tudo na mente
Emoções,pensamentos, pessoas
É só clicar, tudo está lá
E penso a hora que eu quero
Sem nada a me atrapalhar
Vamos pensamento, vamos voar

Anjo da poesia


Amor de verdade


Quero um grande amor sim
Que me ame e me queira
Sem amarras,sem correntes
Apenas me querendo bem
Me faça feliz e sorrir
E se eu tiver que chorar
Não seja por ele me magoar
Pois chorar por amar
Dor maior não há
Não quero nem por um momento
Saber que não me tem no pensamento
Saber que me traia ou me engana
Magoando assim meu coração
Me deixando sem eira nem beira
Quero apenas um grande amor
Que me ame e me queira
E que cuide do meu coração
Como se fosse uma rosa
Com carinho e muita emoção
Quero um grande amor....

Anjopoesia



Flor da pele...
Pele
sensibilidade
Dores
Machucados
fora e dentro
Momentos
Vividos
sonhados
Na flor da pele
Cujas emoções
Não esquecemos mais...

Anjo da poesia
Anjopoesia



Isabela
Menina Isabela
De todas a mais bela
Coração puro
Ingênua criança
Cortada foi da vida
Sonhos desfeitos
Deixando a mãe
Com lágrimas
A derramar
Por tão cruel perda
Que culpa teve?
Que mal tão grande fez?
Pra sua vida perder assim
Com tanta insensatez
De alguem
Que em instantes se desfez
De uma vida tão querida
Maltratando a todos
Que hoje choram
Numa dor grande e sentida

Anjo da poesia



Meu bem querer

Voce é meu bem querer
Sem voce não sei viver
Te proibo de partir
Da minha vida não vai sair

No seu coração vou me esconder
Não quero nunca te perder
Agora conheci seu coração
Estou louca de paixão

Vou te contar um segredo
De te perder tenho medo
Nunca me deixe por favor
Não quero ficar sem seu amor

Anjo da poesia
Anjopoesia




O caminhar do tempo
O tempo é engraçado
Não vemos a hora
De ficarmos adultos
E quando alcançamos
Essa fase
Queremos voltar atrás
Pois dá saudade
Dos momentos de outrora
Sentimos falta das pessoas
Que não estão mais aqui
Pelo menos materialmente
E observo que poderíamos
Ter dado mais atenção
Um pouco mais de carinho
Um pouco mais de amor
Compreendido mais
Mas será que
Se voltássemos
Seria mesmo assim?
Será que as coisas
Não são exatamente
Como tem que ser
Pois com o tempo
Vem a maturidade
E só poderemos
Dizer que acertamos
Ou erramos
Se vivermos
Cada segundo,minuto
Hora e dia
Com toda a força
Do nosso amor
Como sendo o último
Fazermos tudo
Que acharmos certo
Sem ter medo de errar

Anjo da poesia





Alma Gêmea
Te busco em todo lugar
Ainda hei de te achar
Meu sonho
Realidade vou tornar
Trago voce dentro do peito
Um amor tão lindo
Quero viver
Ainda vai acontecer
Vou te amar
E me entregar
Só espero
Voce chegar
Beijos,carinhos
Ternuras
Vou lhe dar
Quero esse sonho
Tornar real
Sem te fazer
Nenhum mal
Quero só te encontrar
Pra poder te amar

Anjo da poesia




Paz...
To louca pra encontrar
Um lugar onde eu possa sentar
Poder refletir no ontem,no hoje
E pensar no amanhã quem sabe
Encontrar a sombra de uma árvore
Na sua proteção me deitar
Poder ver toda beleza
Que só nossa mãe natureza
Pode nos ofertar
Queria por um instante
Estar quietinha,calada
Apenas eu,sómente eu
Me encontrar
Poder relaxar
Sem ninguem me cobrar
Apenas por um momento
Eu e a paz

Anjo da poesia

sábado, 26 de abril de 2008

Poesia é Viver!



“Alma Abandonada Que Chora”

Ando cismando, noutras eras me ponho a pensar,
vejo que já ri e cantei, derramei lágrimas por amar
sem ser amada, amor não correspondido, sofrido,
viu passar parte da vida num choro triste e contido.

Meus olhos doloridos, magoados de tanto pensar,
vivem vermelhos, a boca marcada pelo beijo que quis
e não tive, sinto o abandono do tempo, queria amar
em tempos outros, fui esquecida nos tempos juvenis!

Meu pensamento, vaga dentro do lago de solidão,
águas brandas, plácidas que refletem rosto triste
e branco feito cera, não há flores brotando no coração,
se tornou árido, duro e seco, como terra que resiste

a pragas, sofre pensativo e ninguém vê,
ninguém se importa de regar, abandonada
chora a alma dentro de si!

Marta Peres




Sedução

Gosto de olhar seus olhos,
olhar de sedução
que mexe comigo,
me deixa sem jeito
cheia de tentação.
Seus lábios provocam desejos,
seu cheiro entranha em minha alma
tirando o sono e a calma,
deslizo minhas mãos pelo seu corpo
suado, misturando com o meu,
e se for pecado amar, peco
perdendo a respiração
que acelera e arrepia o corpo...
nos entregamos com ânsia de prazer,
no mais puro desejo e paixão!

Marta Peres



Verbo Amar

Não sei se me cabe a mim viver,
o sol nasce e me re-vive quando nasce
dentro de um lindo amanhecer.
Queria aprender o que é amar!

Vivo adormecida e a vida que vive
em mim dorme, sonha sonâmbula
não consigo acordar, sonho com o que não
foi vivido, não aprendi conjugar o verbo Amar!

Acordo, quero re-nascer para que o sonho
sonhe, preciso que em mim se concretize
a alegria de viver, deixando o sonho sonhar!
Talvez aprenda conjugar o verbo amar!

Marta Peres




Ilusão de Amar

Olho para dentro de mim, tento juntar cacos
que caíram, quebraram, jogados ao chão,
não consigo levantar, arrumar, colar pedaços
que se espatifam ao leve toque da mão.

Devo aceitar, diz o lado racional
porém, tudo o que passou inda machuca,
ilusão foi o que meu coração diz, o emocional
não entende, entregou-se, tudo ficou igual

não consigo, só sei chorar, meu coração
mal avisado não encontra saída, por confiar,
me pego em situação incontida, sofro pela ilusão
de amar perdidamente, olhos parados no ar.

Dentro de mim o vazio doloroso,
desilusão e angústia, sofro crueldade na alma,
demonstro meu sofrimento no rosto, choroso
faz doer as fibras do corpo, perder a calma.

Marta Peres


Agradecer

É manhã e o sol brilha,
Valorizar toda manhã de sol
Como se fosse a derradeira,
É fundamental em nossa vida.

Sentir o frescor, a verdura
Como se nunca mais houvesse
Outra igual, sentir o encantamento
Soberano dos raios do sol na face.

Agradecer a benção do dia, prêmio de Deus
A todos os habitantes da Terra, todos os dias
Todas as manhãs!

Marta Peres



“Falando Com as Estrelas”

Ando falando com as estrelas.
Elas me ouvem eu a elas.
De onde estou posso vê-las
bem de perto, ouvir a voz cálida
e mansa, um sossego na voz!
Luzes cintilam no céu, brilham
bordando toalha negra, noites
de céu luxuosamente enfeitado!
Sinto-me feliz ouvindo as estrelas,
rindo ou chorando com elas.
Eu as entendo e elas a mim, a noite
abro a janela e elas já me esperam,
se demoro, elas me chamam, assim
noite a dentro nos falamos.
São minhas melhores amigas
e desejam o melhor para mim,
com elas, aprendi o significado
do amor, de amar...

Marta Peres

Poesias e Amigos!

Olhos de Luar

Olhar feito brilho da lua
Tocou meu ser...
Fez-me nua,
Presa em doce querer.

Encontrei larga rua,
Perdi-me sem saber...
Seria sempre tua,
Esquecida no prazer.

Segura em suave abraço,
Deixei pousar o cansaço...
Libertei tristes ais...

Ficou distante o temor,
Do encanto de um amor,
Que do peito não sai mais!...

(Cida Luz)


No silêncio do teu Grito
No lado sombrio de mim te escondes.
Por entre ruas fechadas de encontro de copas,
Por trás de sombreiros gigantes,
De matas selvagens,de flores silvestres.

No meu lado felino me achas,
Onde minhas garras te cravam,
Onde meus olhos te fitam e arrancam
Os mistérios intrínsecos da tua alma.

No silêncio de mim teu grito,
Teu desejo gemido,compulsivo.
Uma paixão lasciva,uma febre louca,
Que aguça meus sentidos,me cala a boca.

Dentro de mim você dorme,mesmo ausente,
Toda essa imensa loucura me acorda,
Numa latejante convulsão,me transporta
Para um mundo de sonhos e perdição.

Perdição gostosa que em teus braços,
Venci e fui vencido e cansado,
Deitei no teu dorso combatido,
Hoje pela fresta do destino
Te vejo adormecer como menino.



Ecila Yleus
Publicado no Recanto das Letras em 06/04/2008
Código do texto: T933316





No sertão esta chovendo!

A caatinga enverdecendo, animais aparecendo, o sertanejo sorrindo
mesmo desdentado.

A felicidade é tanta que seu sorriso torna-se mais belo que um lindo
sorriso com dentes.
Sei que muitos sorrisos são da boca para fora, mas o do sertanejo é
do coração para fora!

Isso faz a diferença, esconde a feiúra do corpo
É internamente que o sertanejo mostra sua beleza, na passarela do
sertão.
O sertanejo é lindo por dentro!
Isso é comprovado até pelos gringos, que vem conhecer o sofrimento
do sertanejo e voltam tristes porque o sofrimento quem vive são eles
pois moram fora do sertão.
A magia deste local alimenta até uma alma em sofrimento.

Adoro o meu sertão, ele é e foi todo o meu viver!
Foi com a força dele que superei a distancia de seres que amo.
Quando se entende essa magia, a distância torna-se tão próxima
como se estivéssemos ao lado um do outro

Isso, eu aprendi convivendo com a lua.
Sinto-a junto a mim como se estivesse acariciando-me!
Kadu Vaqueiro


...

Vim te lembrar de um beijo antigo,
de muito tempo...
Beijo que viaja só, no ar ao teu redor,
apoiado na solidão do vento.
Vim te deixar a canção de ontem,
que ouvimos, dançamos e pensamos
na lentidão das noites,
do passado que hoje lembramos.
Vim te deixar o canto das luas,
feiticeiras que moram nas estrelas mais bonitas
que se despem sempre e ficam nuas
quando sentimos esta saudade tão querida

(Regis Caserta)



Desejo

Desejo
Que nasce no peito
Que brota na pele
E sonha você

Desejo
Dos teus beijos
Saciando-me essa sede
Imensa de você

Desejo
Que me alucina
Tira-me os sentidos
Maltrata o meu ser

Desejo
Que adormece aflito
E sonha você

Glórinha Anchieta



Camaleão (Marcelo Mourão)



posso ser o que eu quiser:
anjo, santo, flor, menina
ser Buda, Talião ou Maomé.
Posso ser uma mãe
Posso virar minha mãe
Posso ser pessoa importante
ou apenas uma dessas qualquer

posso me pôr nu, vestido
andando, deitado ou em pé
voar, flutuar, me transportar
como um facho, um raio
seja pra China, Conchinchina ou Tibet

posso quebrar as regras
infringir todas as leis
olhar direto e fixo pro Sol
e assim me sentir bem melhor

posso caminhar pro abismo
cravar uma adaga no peito
e até me suicidar sem medo
sem que eu precise morrer

posso estar cego, surdo, mudo
ser pedinte, traste e vagabundo
que reviro o mundo da cabeça aos pés
a poesia me permite tudo
e estou pronto pro que der e vier


10/06/2006



Soneto do verdor do lago

O dia - no assombrar da noite, a manhã desperta, o lago prepondera
Como um baikal verde de poderes, refletindo afazeres naturais.
E tão variados os eventos do dia, no pleno sacrifício da terra.
Aves migratórias, após viagem branda, fazem libações nos ninhais.

Há o crocitar das gralhas e os biguás aos alevinos em tara;
Os pernaltas grous, todos ciscantes no entorno aos larvais;
Andorinhas arrostam a rapina na conservação da cria, coisa rara;
As maritacas, em estrepitoso bando, cruzam em alaridos matinais.

E ainda, verdor intenso das centenárias que ao lago abraçam
Contrastando o teto do celeste anil. Folhas velhas e folhas tenras
Em trama-tessitura, nos galhos, lá pelos altos se entrelaçam.

Mas não me referisse as tonitruantes formigas, nada eu diria
Posto que sejam tão presentes no redor do lago, laboriosas amigas
E sobem por meus pés, à beira d´água, enquanto escrevo poesia.

Ricardo SantAnnAReiS


Suave noite

Tão suave chega a noite,
Silenciosa e tranqüila,
Um convite ao sonho.

A noite repousa
Sobre a luz do luar
E das estrelas que no céu
Ficam brilhando.
Despertar suavemente
Aproveitar e velar.
Os mistérios que encantam

Dora Dimolitsas

Trem da Vida

Nos meus sonhos de criança
Uma viagem de trem fiz
Trago ainda na lembrança
Aquele momento feliz.

O trem, subia e descia altitude
Pois era no meu sertão
No vagão minha inquietude
Era de chamar a atenção.

E nessa viagem risonha
Experiências foram vividas
Deixando às vezes tristonha
Pelas oportunidades perdidas.

Chegando enfim a estação
Na hora da despedida
Cada um seguiu sua direção
Com sua bagagem escolhida.

João Pessoa, 25/04/08
Neneca


Dor na alma...
Minha alma dói, meu coração chora...
Acontece sempre fora de hora,
com uma canção q toca do nada,
com uma paisagem, q eu não esperava,
com a minha própria imagem refletida,
me pega sempre desprevenida...

São sentimentos q tem cor, cheiro e sabor,
mas q não sei de quando e nem de onde vem,
tudo q sei, é q me lembra alguém, um amor!


Sentimentos , de momentos inesperados,
q por mim, não são lembrados,
mas q meu inconsciente, insiste em me trazer,
são trechos de lembranças, q desde criança,
quer aparecer.....Mas não sei se quero saber!

E quando essa saudade me invade,
meu corpo fica a doer, meu coração,
acelera, e minha alma fica na espera,
de q algo maravilhoso vai acontecer.

Sinto uma falta, q não sei definir,
uma angustia, q me tira a vontade de sorrir,
é uma briga minha comigo mesma,
q parece não ter fim!
São sentimentos q ainda não entendo,
mas q estão dentro de mim.
(Valquíria Cordeiro)




O homem é mal

Ao olhar a violência
Seja ela física ou social
Que dá no mesmo,
Pois, provoca o mesmo mal,
Dói dentro de nós
Por ver onde o homem
Que se diz um Ser racional
Tem dentro de si tanto mal.

Esta maldade, é importante dizer
Está enraizada dentro do Ser
Que muitas vezes vive se a esconder
Porém manifestadas
Nas noites escuras e caladas.

Quando achamos que
De tudo já foi visto
Vemos atos escabrosos.
É difícil de acreditar
Como um Ser que diz humano
E também espiritual
Tanta maldade pode praticar.

O homem é mal
Já disse Jesus um dia
E cada vez que deparamos
Com certas cenas de violência
Disfarçada, ou mesmo exposta
Com requinte de crueldade
Mais se confirma esta verdade.

Para o homem não há limites
E isto é muito triste
Apenas algo o inibe
Que é o medo existente.
O medo de sofrer e o de morrer.

Ataíde Lemos



DIREÇÕES OPOSTAS
Oswaldo Antônio Begiato

E pensar que quando arrumei a mesa
Com pratos de porcelana japonesa
(rasos e fundos),
Toalha fina de linho branco
(que eu mesma fiei),
Talheres de prata polidos
(com arabescos entalhados),
Taças artesanais de cristal
(presente de minha mãe),
Guardanapos de fio raro
(com nossas iniciais bordadas),
Velas acesas e incensadas
(luz única a nos separar),
Vinho tinto envelhecido
(“in vino veritas”),
A mais requintada comida
(que eu mesma semeei),
E muitos olhares enternecidos
(que meu coração disponibilizou)
Eu só queria fundir teu abraço
a meu peito ofegante.

Mas tu...
(tu só querias
mudar minhas direções
e perpetuar nossa distância.)



ANINHAMENTO
Oswaldo Antônio Begiato

Aninha em teu colo
meus tropeços e meus cansaços,
meu caráter e minhas impotências,
minhas guerras e meus fracassos,
minhas descobertas e minhas incoerências,
minhas revoltas e minha presença.
minha cabeça e minha sentença,
minhas franquezas e minhas fraquezas,
meus enganos e meus desenganos.

Aninha em teu colo
essa terrível sensação
de não poder nada,
de não sentir nada,
de não ser nada.

Aninha-me em teu colo
e eu poderei assim
adormecer sem pesadelos.




Desejo

Quero estar bem junto a ti, a qualquer hora
Não importa a quilometragem e a distância
Pra saciar a minha sede, a minha ânsia
de ter-te enfim, comigo, aqui e agora.

Todo este tédio, o meu céu descolore
E talvez seja a falta da tua presença
Porém me fica a esperança,fica a crença,
De ter-te, um dia, mesmo que demore.

Quero tua boca, o teu corpo e o teu beijo.
Pra saciar a minha fome de desejo
E apagar este fogo que me inflama.

Depois do gozo, acariciar tua pele nua
E nem me importar, se com ciúme, a lua
Vier deitar junto de nós, na mesma cama.

(Jenário de Fátima)






: Biografia

Jane Rossi, professora graduada em Letras e pós-graduada em Educação Especial, atuo como professora na rede pública de ensino na cidade de Guarulhos – SP, onde ministro aulas de Português, Inglês e Libras. Nasci em Recife – PE, mas foi em Guarulhos- SP que realizei todos os meus sonhos: ser esposa, mãe, avó, professora, escritora e poetisa. Esta é a minha terceira participação em Antologia e atuei como revisora no livro Coração de Poeta. Sou filha de Alzira e José Joaquim, minhas raízes,meu início, minha vida. Amo a Deus e ao próximo, sou uma pessoa que gosta de expressar em palavras o que sente, nos meus poemas procuro retratar a fé, o amor e a esperança.






Estrelinhas

Ao abrir minha janela encontro duas estrelinhas
Me olham alegremente iluminando a paisagem
Aquele brilho penetra, transforma a noite inteirinha
E a doçura de criança me leva a uma longa viagem

E as estrelas me chamam, com voz meiga e suave
Converso com as estrelas é uma bela mensagem
Só com o brilho que reflete, me ilumina, me invade
E esta linda conversa pra mim é uma aprendizagem

Estrelinhas pequeninas que cintilam a imensidão
Vão brilhando pela vida iluminando os caminhos
Dando força e renovando, ascendendo a escuridão
Invadindo o coração, tirando a dor e os espinhos

Ofertam amor verdadeiro, lindas flores brilhantes
No jardim e no canteiro, brilham como diamantes
Enchem a vida de alegria e nos enchem de emoção
São as estrelas queridas que brilham em meu coração.

Jane Rossi


Incondicional

És criança, és menino
Para mim é tudo igual
Se és homem e adulto
Tens o mesmo visual

Minha visão é assim
Serás sempre, meu menino
E sua dores pra mim
É viver em desatino

Sua lágrima sentida
Bate em mim como ferida
E sua paz e felicidade
Me deixa em tranquilidade

Serás sempre me bebê
Milagre celestial
Te amarei, eternamente
Amor incondicional

Jane Rossi



“UM TANGO PRA NÓS DOIS”

É música no ar
É sonho e ilusão
Vamos dançar um tango
Vibrar de emoção

É música no ar
Fetiche e sedução
É coração caliente
Ardendo de paixão

É música no ar
É sonho e prazer
Vamos sentir o tango
Vibrar, desfalecer

É música, é som
Amor está no ar
Vamos dançar na noite
Viver só pra amar

Jane Rossi


“Solidão”

Refletida no espelho
Estava minha imagem
O reflexo penetrava
Eu seguia uma viagem

As lembranças de criança
No espelho eu via agora
Alegria, festa, esperança
Recordações de outrora

Depois seguia a imagem
De jovens entusiasmado
Trabalho, escola, viagens
Vida de enamorados

E as imagens passavam
Como um filme de cinema
De repente apresentavam
Dois adultos numa cena

Apenas os dois abraçados
Em um belo casarão
Foram- se filhos, amigos
Duas almas em solidão

Jane Rossi


“Emoções em família”

È nascimento, é morte
É o começo e o fim
É pessimismo, é sorte
Vida em família é assim

Tem dia que é só tropeço
Outros são, deleite e poesia
Mas sempre tem recomeço
Sonho, ilusão e fantasia

É o ódio e o amor
No combate da jornada
E sentimento de dor
Surge no meio da estrada

Escrevendo os sentimentos
Estivemos em vigília
Nasce um belo rebento
Nasce “Emoções em Família”

Jane Rossi


“Coração de Poeta”

No coração de poeta, tem alegria e dor
Tem o sonho de criança, esperança e amor
Tem ilusão e magia bailando no mar dos versos
E o som das calmas ondas, cantando para o Universo

É belo esse coração, que transforma os sentimentos
Faz a dor virar paixão e acalenta o sofrimento
Abre o elo da corrente e liberta o prisioneiro
Solta as amarras da vida, liberdade em cativeiro

Ele é transformador é sofrido e é carente
Sonha com o perfeito amor, coração onipotente
Vive de sonho e magia, chora de desilusão
É coração sofredor, que almeja a perfeição

O coração de poeta é como um livro real
Cada página um sonho, com orquestra divinal
É coração colorido, cada hora de uma cor
É coração destemido, cravado de amor e dor.

Jane Rossi


“Vi-ver “

Medo do futuro, do dia final
Separação da carne, tristeza sem igual
Pessoas chorando por sua partida
Amores ficando com a vida ferida

Momento tristonho nem é bom lembrar
Vivemos num sonho que vai terminar
Melhor é viver sem pensar no futuro
Viver ou morrer, mistério obscuro

Então vamos viver, todos os momentos
Amar pra valer fluindo os sentimentos
Olhar e ser olhada,tocar e ser tocada
Sorrir, ser feliz, amar e ser amada

Fazer só o bem, ofertar atenção
Vivendo o hoje com muita emoção
Pois se amanhã seu tempo acabar
Se realizou, viveu para amar

Jane Rossi





GRITO ABAFADO


O meu grito é sufocado.
Não parece que é grito.
Parece um grito falado.
Mas ele nunca foi dito.

É a pedra sob as águas
é mágoa de sentimento
é um grito de palavras
retidas no pensamento.

Corpo a corpo desafia.
É faca que cai da mão.
É como pedra que afia
os punhais do coração.

Como resto de festins
sobrevive dos jejuns...
Ele é a fome de todos
e mesa farta de alguns.

Sob a mira dos fuzis
é muralha de granito.
Ressoa a bala no eco
e retorna como grito.

E se me tiram a voz
é daí que me revolto...
O que se fala calado
ecoa muito mais alto.

A. Estebanez


Sufoco
Você meu anjo amado
A força de equilíbrio
Meu temor sem maldade
És minha felicidade

Sou o ser que chora num sorriso
Tenho o mundo e não tenho nada
Não padeço, vivo no paraíso
Minha vida é afortunada

Os passos que caminho
Iguais os compassos da lua
Vem chegando devarzinho
Sinto a sombra, como tua

Meu sonho é tê-la, serena
Dançar livre ao luar
Como seduzi-la, morena
Se meu timbre não vai escutar

Dou-lhe rimas, como louco
Você aspira, como pouco
Vem ao meu deserto
Saciar tua sede, por certo
Carlo Magno 26/04/08

domingo, 20 de abril de 2008

Homenagem à Judith ( NEFER )

RECIFE

Recife, minha saudade,
onde está tua paisagem?
Te mando minha mensagem
de amor e de carinho.
O sol de Boa Viagem
Madeira do Rosarinho
maracatu, caboclinho,
o Galo... os carnavais!
Recife, minha cidade,
longe do teu burburinho
das tuas ruas centrais...
"Rua antiga da Harmonia"
(salve Antonio Maria!)
igrejas e catedrais.
Recife (minha vaidade)
viva o Bloco da Saudade!
Tuas praças, tuas pontes,
tuas ruas, rios e fontes,
o Capibaribe. Os montes
Guararapes... os horizontes
verdes dos canaviais,
o luar nos coqueirais!
Estando longe ou perto
"cão sem plumas", eu desperto...
João Cabral de Melo Neto.
O meu poeta Bandeira,
Capiba e Nelson Ferreira,
a Frevança verdadeira
que os tempos não trazem mais!
Minha terra de beleza,
portuguesa-holandesa,
Ah, Veneza... Brasileira!
Te mando à minha maneira,
a minha saudade inteira,
pois não te esqueço jamais!
(JUDIT/NEFERTARI)



PÁTRIA AZUL

Lá (somente lá) eu serei Tua.
Renascerei enfim - inocente, nua,
por sobre nuvens róseas de cetim.
Lá, onde não há a Dor nem Morte,
lá,sim! eu terei bem melhor sorte
e Tu virás sorrindo para mim.

Lá, na Pátria Azul, no Infinito,
eu terei um destino mais bonito,
do que este que aqui me foi doado.
Lá,onde se diz só a Verdade,
eu viverei feliz na Eternidade,
entre os braços gentis do Ser Amado!

(JUDIT/NEFERTARI)


Libélula de Setembro

Era um domingo... (eu bem me lembro)
em que vi uma libélula adejante,
diáfana, transparente, elegante,
na azulada manhã de setembro!

Setembro!... a lembrança me vem assim
e recordo a libélula esvoaçante,
cortando a vida, o dia, vindo à mim,
na manhã de um setembro brilhante!

Doce domingo... tons e semitons primaveris...
a libélula que veio e que voou,
tão suave como uma flor de lis,
foi um sonho radiante que passou.
Judit / Nefertari

NEFERTARI(Judit) e Suas Poesias!


Judit, ou Nefertari, linda poetisa, belo versejar!
Dentro de sua humildade e da pessoa maravilhosa mora uma poetisa que explode em versos encantando a todos que passam pelo seu caminho. Mais uma poeta que deixa marcas dentro da literatura do país!



TUA VOZ

Deixa que eu ouça tua voz diferente:
a sedução que um dia eu senti...
melodiosa, aveludada e quente,
sensual doçura que nunca esqueci -
evoca luxo, luxúria do Oriente!

A tua voz de seda e chantilly
(dueto de sabiá e juriti...)
de aves, no manto da manhã:
rouxinol, bem-te-vi e acauã...
Vibração inebriante que vivi!

Só isso eu te peço, amor meu:
ouvir a linda voz que me aqueceu
e depois...posso seguir, já nada importa!
Quero sentir que o Amor não se perdeu,
que o Tempo o afastou...mas,não o corta!

NEFERTARI(Judit)


RIMAS SEM ARTE
(Sob o céu de Garanhuns)

Aqui, do Alto da serra,
perto de árvore antiga
que tanta Beleza traz,
eu penso neste viver
(e tudo em volta, é Paz...)
Vou pensando: o que é a Terra?
O que aqui é permanecer?
Que é emoção amiga -
se há por aí, desamor,
tão pouca flor, tanto espinho?!
Tão pouca Felicidade,
tão pouca Sabedoria,
oceano de vaidade,
mares de hipocrisia,
afogando o Amor!
Sob o céu de Garanhuns
- um oásis silente,
de eucaliptos e rosas...
Vejo que existem alguns
de coração inocente,vibrações harmoniosas.
Há, porém, quem só enseja
mesquinharia e dor - sem caridade, carinho.
Deixa o fel da inveja
corroer tudo o que for
diferente, em seu caminho.
Que coisa inglória e vã
essa falta de leveza!
Penso num novo AMANHÃ:
e quero-o com a pureza
de um pássaro que volta ao ninho.

NEFERTARI (Judit)


BOA NOITE!

BOA NOITE,
linda Amizade
diferente,
que me vem de um mundo
que existe - e não existe!
BOA NOITE,
incógnita deslumbrante,
nunca desvendada.
BOA NOITE!
Leio suas palavras,
mas, não escuto sua voz,
vejo imagens enviadas,
mas, não seu rosto
e suas expressões.
QUEM É VOCÊ?
BOA NOITE, Mistério,
que se confunde com o mistério da Vida,
com o Mistério da Noite...
E a noite é uma Mulher Misteriosa...
E a Vida é um DOCE MISTÉRIO ...

Judit (NEFERTARI)




Reencontro com RECIFE

Recife, meu bem-amado,
abre os teus braços de FREVO
e dá-me um abraço apertado
-te suplicar, eu me atrevo.
Recife, amor antigo...
Te levei sempre comigo
por todo canto que andei.
Recife, apenas tu
nos caminhos que trilhei.
Apenas tu - ninguém mais!
O baque do maracatu...
Magia dos carnavais...
Recife, não te deixei!
Recebe a soma dos passos
dos espaços que pisei.
Reato agora os laços,
meu doce amado: VOLTEI!

(JUDIT/NEFERTARI, em:28.12.2007)


Carnaval no RECIFE

Meteram uma peixeira no bucho de Colombina
que a pobre, coitada, a canela esticou!
Deram um rabo-de-arraia em Arlequim,
um clister-de-sebo-quente em Pierrot!

E somente ficaram os máscaras da terra:
Parafusos, Mateus e Papangus...
e as Bestas-Feras impertinentes,
os cabeções e as Burras-Calus...
realizando, contentes, o carnaval do Recife,
o carnaval mulato do Recife,
o carnaval melhor do mundo!

- Mulata danada, lá vem Quitandeira,
lá vem Quitandeira que tá de matá!

- Olha o passo do siricongado!
- Olha o passo da siriema!
- Olha o passo do jaburu!
- E a Nação-de-Cambinda-Velha!
- E a Nação-de-Cambinda-Nova!
- E a Nação-de-Leão-Coroado!

- Danou-se, mulata, que o queima é danado!

- Eu quero virá arcanfô!
Que imensa poesia nos blocos cantando:
"Todo mundo emprega
grande catatau,
pra ver se me pega
teu olho mau!"

- Viva o Bloco das Flores! - Os Batutas! - Apois-Fum!
(Como é brasileira a verve desse nome, Apois-Fum)
E o Clube do Pão Duro!
(É mesmo duro de roer o pão do pobre!)

Lá vem o homem dos três cabaços na vara!
"Quem tirar a polícia prende!"
Êh garajuba!

Carnavá, meu carnavá,
tua alegria me consome...
chegô o tempo das muié largá os home!
chegô o tempo das muié largá os home!

Chegou lá nada...
Chegou foi o tempo d'elas pegarem os homens,
porque chegou o carnaval do Recife,
o carnaval mulato do Recife,
o carnaval melhor do mundo!

- Pega o pirão, esmorecido!


Ascenso Ferreira


Da minha nostálgica lira...
PARA VOCÊ, NO SEMPRE DOS SEMPRES

Para você, que nunca vi
e nem verei,
para você, que nunca tive
e nem terei,
espinho e flor,
meu amor,
meu carinho...
Esta saudade,
de algo que não existe,
que nem sei
se é bom ou triste,
ou só ilusão
de um coração
sozinho.

...Quando meus raros momentos materiais
me aproxima de outro ser, vejo/sinto apenas
tua boca, teu rosto, teu corpo...
amor meu,
assim imaterial, irreal, ideal.

(JUDIT / NEFERTARI)


Diamante Luminoso

numa caixa de negro veludo,
é noite
e tudo
parece de um brilho sem fim.
Na noite
eu me escondo
e não respondo
a quem
chamar por mim.
Judit/Nefertari


ÊXTASE (LUZ)

Mansa é a Luz que me vem,
e no entanto,
toda me inunda de encanto
e me desnuda,
mostra-me um mundo Além,
me deixa muda
e tonta, tonta de espanto!

Que Luz é essa que me vem assim
e toda me ilumina
da Beleza me aproxima,
transformando tudo em mim?
Não sou corpo, nem a sina
de mulher, que me anima...
sou humana ...e sou divina!


Pela Luz que assim me cai
e me deixa inebriada
num frêmito que me percorre...
(a vida é essa que vai,
ou fica estagnada?)
Oh, não entendo mais nada!
Oh, Luz, vem e me socorre!

Luz, vem de novo aqui,
me explode em megatons
(energia total, crua.
Preciso de estar em ti,
porque me deixaste nua...)
quero ouvir os Teus sons...
Mais uma vez toda Tua!!!

(JUDIT/NEFERTARI)


ALEGORIA

Pássaro fugitivo, de asas velozes,
num vôo altivo, vais longe daqui.
Meu olhar (vivo em dúvidas atrozes)
vive pelo ar, à procura de Ti.

Clama por Ti, tudo aquilo que sou:
pele, músculo, sangue e desejo,
minha vida e o caminho onde estou,
tudo isso está em Ti: eu me revejo.

Quisera contigo também eu voar
e alcançarmos, num Tempo Depois,
não exatamente algum lugar...
mas, o Grande Mistério de nós dois!

(JUDIT/NEFERTARI)


QUASE (Uma Experiência Inacabada)

Quase que uma manhã nascia,
pois serena e radiosa era a madrugada.
Quase, repito, houve um belo dia
de sol, de mar, de rosa desabrochada.

Quase que acontece algo sublime:
luz e flor e borboletas num jardim.
Canto de paz, de amor puro que redime
qualquer nuvem escura do sem-fim...

Quase que eu soube navegar e voar...
(talvez não tenha sido uma boa aprendiz.)
Quase que fui terra, fogo, água e ar...
quase!... Quase que fui feliz!

(JUDIT/NEFERTARI)



EM PRETO E PRATA

Ontem à noite saí pela alameda
toda vestida de preto... e de prata...
e, na maciez do vestido de seda...
comemorando... relembrando a data...

O céu também era negro veludo
e a lua, enorme e prateada.
Comemorava-se, ruidosamente, TUDO !
E em meu coração, não havia NADA !

Teu claro olhar já não me arrebatava...
(e até a lua... pareceu-me desbotada.)
Eu, Vesúvio adormecido e sem lava...
Saí liberta,
em preto e prata, na noite aveludada!

(JUDIT/NEFERTARI, em 25.10.2007)


Identidade

Quando eu faço minhas rimas
(as vozes da minha alma)
tudo cá dentro se acalma...
ou se revolve e alucina
por revelar o que penso.

Quando eu faço os meus versos
(pois eles falam por mim)
procuro meios diversos
que dizem do mesmo fim
nesse meu tempo suspenso.

(JUDIT/NEFERTARI)


Véu de Ísis (Sabedoria)

Rendida por Teu encanto,
acho-me eu. Misticismo? Rosacruz?
Abraão, Akhenaton, Maomé, Buda, Jesus?
Todos juntos... nem me espanto:
Teu Mistério me seduz!

O que há por trás do Teu Manto?
O que há por trás do Teu Véu?
Te sinto aqui... e, no entanto,
onde o Paraíso? ... O Céu?
Onde é que a Vida reluz?

Ouço Tua Voz... Teu Canto...
Lótus do Amor... que sei eu?!
Onde tudo me conduz?
Caminhos que acalanto,
na Rosa do corpo Teu!

(JUDIT/NEFERTARI)


Estrela e Rosa do Amor

Numa manhã de longe, vieste, enfim!
Energia esplendorosa,
uma vibrante Rosa,
uma Estrela-guia!
(Riso, pérola, pétalas desfeitas.)
Flamejante, luminosa,
a mais bela rosa,
a exata sinfonia
de ouro, azul e marfim.
(E, de longe, me espreitas...)
Estrela de alfenim.
Estrela e Rosa: uma flor.
Tu, pétalas de rubro cetim,
que em meu peito, cabes.
És todo o meu Amor -
e Tu o sabes!
Estrela de um céu-jardim,
pétalas que ao léu, deitas.
Rosa da mais linda cor
(flor - arcanjo - serafim ...)
És todo o meu Amor -
e Tu, me aceitas?

(JUDIT/NEFERTARI)


Sem Frevo na Alma

Ontem (quando eu te amava)
o mundo parecia uma festa:
em minha rua e em cada avenida
o Frevo (de sombrinha aberta e colorida)
fazia um carnaval em minha vida,
na efervescência
que sonhei!

Ontem (quando eu te amava)
os girassóis murcharam de repente...
o céu em cinzas... a vida, nua.
Desapareceram Frevo, Sol e Lua
em minha rua feia e diferente...

Hoje (que já não te amo)
o mundo não é festa -nem tristeza:
é só dormência...
O Frevo emudeceu (só há frieza...)
E tudo é sonolência,
na calma que inventei.
Hoje (que já não te amo)
nem saudade tenho (e nem alegria.)
A vida corre/escorre,mansa e vazia,
sem ardência,
na alma que deixei.

(JUDIT/NEFERTARI)


BORBOLETA DE OUTONO

Ela enfim surgiu! Tal como a lua...
Apareceu tão linda em meu jardim
(que antes era só todo abandono.)
Ela sorriu! Roçou a asa sua
pela rosa, pelo cravo e o jasmin
borboleta-estrela deste Outono.

É tão bela! E eu só posso vê-la...
Mas eu queria tê-la para mim
(mesmo que o vento seja o seu dono.)
Preciso dela! A borboleta-estrela
de nuvem e asas feito um serafim,
toda de seda, de sonho e de sono.

(JUDIT/NEFERTARI)


RECIFE

Recife, minha saudade,
onde está tua paisagem?
Te mando minha mensagem
de amor e de carinho.
O sol de Boa Viagem
Madeira do Rosarinho
maracatu, caboclinho,
o Galo... os carnavais!
Recife, minha cidade,
longe do teu burburinho
das tuas ruas centrais...
"Rua antiga da Harmonia"
(salve Antonio Maria!)
igrejas e catedrais.
Recife (minha vaidade)
viva o Bloco da Saudade!
Tuas praças, tuas pontes,
tuas ruas, rios e fontes,
o Capibaribe. Os montes
Guararapes... os horizontes
verdes dos canaviais,
o luar nos coqueirais!
Estando longe ou perto
"cão sem plumas", eu desperto...
João Cabral de Melo Neto.
O meu poeta Bandeira,
Capiba e Nelson Ferreira,
a Frevança verdadeira
que os tempos não trazem mais!
Minha terra de beleza,
portuguesa-holandesa,
Ah, Veneza... Brasileira!
Te mando à minha maneira,
a minha saudade inteira,
pois não te esqueço jamais!
(JUDIT/NEFERTARI)



PÁTRIA AZUL

Lá (somente lá) eu serei Tua.
Renascerei enfim - inocente, nua,
por sobre nuvens róseas de cetim.
Lá, onde não há a Dor nem Morte,
lá,sim! eu terei bem melhor sorte
e Tu virás sorrindo para mim.

Lá, na Pátria Azul, no Infinito,
eu terei um destino mais bonito,
do que este que aqui me foi doado.
Lá,onde se diz só a Verdade,
eu viverei feliz na Eternidade,
entre os braços gentis do Ser Amado!

(JUDIT/NEFERTARI)


Libélula de Setembro

Era um domingo... (eu bem me lembro)
em que vi uma libélula adejante,
diáfana, transparente, elegante,
na azulada manhã de setembro!

Setembro!... a lembrança me vem assim
e recordo a libélula esvoaçante,
cortando a vida, o dia, vindo à mim,
na manhã de um setembro brilhante!

Doce domingo... tons e semitons primaveris...
a libélula que veio e que voou,
tão suave como uma flor de lis,
foi um sonho radiante que passou.
Judit / Nefertari

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Poesias e Amigos!

Calo

Me calo para manter a paz
Minha voz triste, chora no peito
Entendo que isto não me satisfaz
Porem é o silêncio que espreito.

Recebo as críticas e dissabores
Tento não me irritar ou encolerizar
A cólera não nos dá louvores
Esqueço os que vivem a acusar.

Quero minha estrada construir
Na harmonia e na luz da oração
Cansei não quero mais me iludir
Alimentarei o amor no coração.

Sinto uma paz invadir o meu ser
Acalentando todo meu interior
Que as sementes possam florescer
E no jardim despontar muitas flores.

Marta Peres e Neneca





De mãos postas...

Junto ao meu leito,
com as mãos unidas,
olhos no céu,
cabelos soltos,
uma sombra de mulher.
Entre nuvens azuis, orando.
É um retrato antigo?
Talvez...
...talvez sonhando.

E sonhando te encontrei.
Sorrindo passei as mãos nos teus
cabelos em desalinho.

Nos teus lábios suspirei tremendo
ansiosa pelo teu beijo.

Foi-se o sonho, acordei.

E restou aquela vaga sombra
na parede.
Fantasma de delírio
que só eu sonhei.

Tão vaga,
tão extinta
como o sonho que sonhei.

De mãos postas,
junto ao leito eu chorei...


Maria Flor!



IGUAL A UM RIO

Neuza Maria Spínola

O dia, em minutos, não se faz,
Nem por horas e horas atrás;
Faz-se por um sorriso ou uma dor,
Faz-se pelo sofrer ou pelo amor;
O tempo não nos espera,
E passando, da vida se apodera;
Simplesmente perfeito, bate como o mar,
Bate constantemente, sem jamais se alterar;
E o relógio da vida não reconsidera,
Mas o homem continua a espera;
À espera de sua vida vazia,
Sem amor, sem olhares nos seus,
Acreditando que é vontade de Deus!
Deixa que o amor vá embora, abnegado,
Olha tristemente só os pedaços do passado,
Vê só uma cantiga vagarosa ao lado,
Como a águia, pelos ares, arremetida,
Como o rio que leva flores na descida,
Deixa passar a alegria desta vida!



LEDO ENGANO

[Oswaldo Antônio Begiato]

Eu esperava
te contar
uma verdade
nova
e ouvir de ti
uma mentira
doce...

...mas foste embora
levando minha ingenuidade
e deixando em mim
a sombra insensata
de uma despedida
sem bocas.
*


"AMOR IMPREVISÍVEL"


além de mim muito mais além de mim
muito além do que muito além de mim

onde jaz sem memória o meu anônimo
amor além do acaso onde é impossível
perecer o imperecível amor de outono

no alvorecer noturno de uma flor tardia
meu desejo insensato ainda aguardaria

que da sombra o crepúsculo emergisse
e nos cobrisse a alvorada de esperança
de reviver o amor do inevitável eclipse

A. Estebanez


FOTO DE PERFIL

Quem me vê com a alma repousada
entre os ângulos perfeitos desta foto
não sabe que ela é resto de alvorada
encarcerada num crepúsculo ignoto...

O que vê são as sombras do remoto
porvir de minha primavera saturada.
É ilha do refúgio em que me aporto
na foto que o amor deixou marcada...

Foi-me o tempo e levou a mocidade
das minhas rosas só deixou saudade
só espinhos me restam de uma flor...

Nem de sonho vivido já me lembro...
Só das saudosas tardes de setembro
como memórias póstumas do amor...

A. Estebanez




Feitos para o amor


Venha para mim...
Venha sem talvez, sem
O amanhã...
Teu beijo agora, nessa
Hora em que coração bate
Louco na paixão...
Venha com demora para
Deixar tudo de ti no
Meu abraço,
No meu laço de desejo,
Onde te envolvo
E te embaraço...
Venha no dengo, gemendo,
Querendo...
Venha para o meu jeito,
Se abrigar no meu peito,
E ver a vida sorrir por que
Para amor fomos feitos!...


(Cida Luz)


Minh’alma reclama.

Minh’alma reclama
Da vida profana
Que tenho vivido.
O que mais me aclama
E o sentimento envolvido,
Dissolvido em mares de prazeres
E de por queres.

Se minh’alma transcende
A vida terrena,
Porque não deixa aproveitar
As noites serenas...

Cheia de amores
E calores, precedentes de odores
Que alimenta os pudores
Desse ser vivente.

Minh’alma reclama
Por ainda não ter encontrado
O bem maior a ser procurado,
O que a deixa extasiado
Que só é deparado
Através de uma alma gêmea.


Flávio Cardoso Reis


NEBLINA DE UTOPIA

Viajando por entre biomas e montanhas
Em meio a uma neblina de sonhos
Surgiam percepções inexistentes.
Uma fantasia com períodos de pura magia.

Concentrado e extasiado pela paisagem
Confundindo sonhos e realidades
A sua imagem predominava.

Ora era fada, ora era rainha.
E o único alívio que eu tinha
É que em meio de tantas oscilações
Você era sempre minha.

Nesse mundo mágico
Onde vivi reis, elfos e magos.
Amores e duelos,
Para manter o reino unido,
Acabei me tornando
Poderoso.

No final da viagem
Após neblinas, sonhos e paisagens
E olhando no seu rosto
Percebi que realmente
Era vitorioso.

Flávio Cardoso Reis









AO ENCONTRO DAS PEDRAS

Dizem que duas pedras se encontram
Após lançadas...
E águas que passam em um rio
Não voltam...
Diante dessas afirmações
Estou confuso.

Sentimentos foram lançados,
Feito pedras no lago...
E amores ainda deságuam,
Feito roda d’agua...

Cheio de altos e baixos,
Rasos e profundos,
Dão-me sensação
De rarefeito...

Que faço?
Construo um reservatório?
Ou lanço pedras no lago?
Talvez aguardar seja o melhor feito...

Através das quedas d’agua
Rolam – se as pedras ao
Encontro perfeito.

Flávio Cardoso Reis 17/04/2008.



As coisas humanas

às vezes
são tão desumanas
tão além de etéreas
que em certos momentos
cegam
quisera como o vagalume
ter na alma a fosforescência
do corpo
deixar de ser parte
para fazer parte do todo
de tudo isso
que eu chamo de triste
só para não ver uma rosa
chorar


Lúcia Gönczy



Eternas Rosas.

Contemplo-te Rosa...
Agora morta, marcando o livro que lhe guarda...

Busco-te Rosa...
Pétalas secas, vida presa entre letras...

Choro-te Rosa...
A mão que ti colheu, enxuga agora as lagrimas de sua própria tristeza...

Pergunto-te Rosa...
Qual tua culpa por tanto perfume e beleza?

Entenda-me Rosa...
Por amar te colhi, como presente te usei...

Perdoe-me Rosa...
Te sacrifiquei por comparar-te a quem tanto amei.

(AlexSimas)


Querer-te...

Te peço apenas...
Que me deixe te amar
Algemei meu coração ao teu, sou agora
Prisioneiro das tuas correntes de paixão.

Te peço apenas...
Que deixe adentrar-te
Não apenas tua carne, mas tua alma
Aquietar em tua luz minha solidão.

Te peço apenas...
Que me permitas andar
Por teus caminhos, passear entre tuas
Loucuras sem roubar-te a liberdade.

Te peço apenas...
Uma réstia de teu brilho
Um pedaço de arco-íris, para iluminar,
Colorir as sombras de minha saudade.

Te peço apenas...
Uma fotografia pequena
Para alimentar meus olhos famintos
Tatuando tua imagem em meus sonhos.

Te peço apenas...
Um tênue beijo roubado
Saciar-me do vicio que tenho de você
No perfume que exala de tua pele.

Te peço apenas...
Um bocadinho de você
Um breve momento de teu tempo
Fará feliz todo o meu viver...

(AlexSimas)


AMANTES
Homenagem a Picasso


Parece que saltavam da sublimada aquarela
umas falas milenares de amantes
que fazem da paixão um arcano tema
nas linhas de romances e poemas.

Surgiam intuitivos contornos suaves
em traço fino a nanquim, e na aguada
a candura criada em rostos branco-prata
helênicas faces quase marfim.

Alma catalã, dos traços à aguada
o contraste viril da criação picassa.
Toques densos , de verde-esperança
amarelo-luz e vermelho-paixão e vida.
Dualidades concebidas no amor e na cor.

Mãos de suave guerreiro finalmente tocam
o corpo, a alma e os sonhos da jovem amada.
Um pintor, um grande artista, um querubim
cria e encena na aquarela, sua vida, seu tema.


de: Vallentine ( poetisa menor)




Metamorforse.

Metamorfoseando nas rimas,
Sem rimas disfarço,

Buscando nas enzimas
A luz que fermenta a língua

Na mitose do verbo
Rimando a gestação
Parida de minha criação

Dora Dimolitsas

MENINA DO SOL


A claridade desse eterno dia
Me fez flutuar feito vagabundo
sem rumo, na carona do mundo,
mãos dadas com a lua vadia

Rabisquei tua silhueta na emoção
e no rastro da grande estrela,
escrevi um pequeno soneto
sobre o sol que nasceu na tua mão

Foi a canção silenciosa da vida
O bater do teu feliz coração
Que deu vida à luz perdida

Olhei o mar de amar
Tracei a imensidão do teu sonho
Na certeza de jamais te acordar

(Regis Caserta)


RESUMO DO DIA

Amanheço.
Algazarra em meu jardim.
Os pássaros do dia sinalizam com o alvorecer,
ruídos circunstantes, profusão geral.
Ainda com sono, acordo.
Mais um dia.
quem diria!
Alegria.
Agenda, contenda, correria...
Olvidos,suspiros, gestos, geometria.
O passo, o laço e o traço
de inovação
pra não fazer da rotina
chateação.
Lençol branco: espelho da vida,
no jarro da sala, a orquídea florida,
a conta, o mercado e está acabado....
Está? O telefone toca, anoitece
e em arabesco o sonho acontece

Basilina Pereira.


Sinta-me Olha-me

Com doçura e amor
Com teus olhos minha vida
Sinto que vou
Ao teu encontro
Eu quero estreitar
Meus sentimentos
Em seu coração

A onde fica o seu castelo!
O meu amor é perfeito
É como uma fonte uma luz
Que abriga brilhos de estrelas
Anjo de pura sedução e luar

Eu sou sua fada em êxtase
Leva-me onde fica teu castelo!
Sua estrada de amor e paraíso
O seu caminho aonde te encontrar!
Abra quero voar, sem pensar
Sinta-me o calor e coração
Toca-me beija-me abraça-me

Permita-me com loucura
Ao menos, só assim
Não morreremos sem
A vida aproveitar
Vamos fazer uma viajem
Amar viver onde quiser
Dá vida não se leva nada
Agora é hora vamos sonhar....
Autora: Marina Nunes::



Condenada

Estou condenada aos seus abraços,
Pelo resto de nossas vidas,
A conhecer-me no seu corpo,
Com essa paixão desmedida...

Estou condenada aos seus beijos,
Cada vez que eu tocar seus lábios de mel,
A saciar seus mais secretos desejos,
Como se houvesse só nós dois abaixo do céu.

Estou condenada a velar o seu sono,
E a descobrir cada gesto seu,
Nas noites de verão, primavera, inverno e outono,
Preciso do seu corpo junto ao meu...

Estou condenada e muito feliz...
Cumprirei minha pena com maestria,
Farei de você o mais feliz dos felizes...
Cuidando da nossa paixão todos os dias.
((Valquíria Cordeiro))



Sua filha mil vezes.


Mil vezes de você eu nasceria,
Só pra receber seu amor,
E herdar sua simpatia...

Mil vezes você eu amaria...
Já que por nove meses,
Meu coração com o seu bateu,
Em pura sintonia...

Mil vezes sua filha,
Mil vezes essa magia...
Juntas...Tantas alegrias!
Nossas conversas, nossos segredos,
Todos os dias...
Sua filha mil vezes eu seria.

((Valquíria Cordeiro))



Garras

eu sei, eu não sei amar
por isso te peço tempo
e uma noite para me ensinar
todos os segredos e manhas,
as diversas artimanhas
para nesse jogo entrar
vem, me ajuda a aprender
como faço para me render
da forma que te agrada
vem, me doma e afaga
acalma um pouco das garras
da selvagem que eu sou


(Cáh Morandi)



DECLARAÇÕES

Com você sonhava
A ti queria
Pedia aos céus
Por sua vinda,
Homem tão lindo,
Paixão que dura
Na alma
Te criei
No corpo
Tatuei
Recriei
Encravado,
Dilapidado
Todo paixão.
Todo desejo.
Todo amor.
Assim sonho,
Assim quero
Peço ao céu
Que venha,
Meu poeta.
Meu amante,
Com versos de amor
A cantar pra mim:

"Mulher tão linda,
Tão cedo ainda,
Rosa rosa,
Branco jasmim,
Acácia, cheia de graça,
Te quero pétalas,
Aroma, textura,
Visões concretas,
Paixão que dura,
Te quero mulher
Fera suave,
Bela intensa,
Sutil, ávida,
Tudo que pensa;
Eu penso em ti.
Seu jeito, sem jeito,
Seu recato,
Meu retrato.
Pudor incontido,
Amor definido
Meu antes,
Infinito.
Semente do amor,
Que brotou em mim.
Planta frutífera,
Pêra mais doce,
Duas pêras,
A olhar pra mim."

Clau Assi e Gustavo Drummond



BAILANDO SOBRE OS TELHADOS

Dançando sob a lua
Em uma corda bamba
Brincando com o perigo
Passos de rumba, frevo, samba
Saltimbanco drama
Holofote de prata
Iluminando o palco
Louco espaço
Entre dois prédios
Jazz concreto
De peito e braços abertos
Para o número eterno, inesquecível
Sozinho sobre o mundo
Tocando fundo, rente à alma
Espetáculo no céu da cidade
Filme musical, sem ator principal
Velhos carnavais
Bloco de um só, folião anônimo
Acompanhado de uma orquestra de estrelas
Mestre-sala alado
Bailando sobre os telhados...

(Gustavo Adonias)


Vitória

Calado percorro mundos
Mergulho fundo e fico nu!
Nas terras de pouca gente
Vou penitente, procurar por ti

Calo-me e aprofundo!
Sob juras de outro ser
Na calda deste cometa
Percorro o mundo por você

Basta-me qualquer data
Se me for grata, eu vou!
Caladinho, vou sozinho
- Diga-me meu amor.

...........” Catarino Salvador “.



Sertanejo sereno

E nos montes
Eu me encontrei

E nos vales
Nas grandes arvores
Nos cantos dos variados pássaros
Que tem aqui
Eu me encontrei

Sobre as pedras
Eu repousei

Sobre galhos
E límpidas águas
Nas cantigas que tem as fontes
Naturais deste lugar
Eu repousei

Longe da orla
Eu cresci

Dos muros de arranha céu
Das torres de babel
Dos caminhos negros
Que tem por lá
Eu cresci

Por um amor
Eu vivi

Daqueles que causam dor
Que estrangula sem pesar
Sem duvidas
Sem dó
Eu vivi

Eu busquei
Eu achei...

Cavando!
Desbravando...
Cada palmo deste chão.

...........” Catarino Salvador “.





posses

tenho a sorte
de um amor tranqüilo,
tenho a fruta,
tenho a comida,
tenho a vontade
e a disposição;
tenho os filhos,
a saúde e a razão,
tenho a música,
a pintura,
tenho a poesia,
meu bom remédio
antimonotonia.
(inspirado numa poesia do Cazuza)
luizpacheco


Resíduos

De tudo ficou:
A festa da noite,
que não aparecestes.
Da cantiga que
não ensaiastes.

Ouço o bolero de Ravel,
navego em minha alma.
Lembranças vagas passeiam,
solitárias e solidárias.

Engasgada no porão da vida,
soluço momentâneo pelo
vazio, do que não foi!


Sandra Almeida


Meretriz


Ela achava que seria feliz
Que todo o tormento do passado
Havia ficado lá trás
Tola ilusão de uma mulher tola
Acreditou em um amor de momento
Acreditou que enfim seria feliz
Mas como pode
Sendo ela uma meretriz?
Foi usada abusada na iminência de
Sentir-se amada
Deixou que fosse feita de gato e sapato
Até ficou de quatro
Foi dominada ao invés de dominante
Sentiu-se amante
Mulher, desejada
Achou que seria diferente
Por vezes até sentiu-se contente
E ela achava que seria feliz
Tola meretriz
O homem que com ela se envolveu
Nem ao menos disse adeus
Seguiu seu destino
Seu caminho
Sem ao menos olhar pra trás
Deixando com a nobre meretriz
Apenas o lamento de não a querer mais.

Rosane Silveira
(dir.reserv. a autora)

“Palco iluminado”

Era um céu iluminado
Estrelas lindas a brilhar
Tinha um brilho azulado
Luzes e flash no ar

Tudo tão encantador
Tanto amor, tanta união
Ambiente acolhedor
Repleto de emoção

E parada eu olhava
As estrelinhas brilhando
A alegria me inundava
Eu pensei estar sonhando

Olhei pra todos os lados
Percebi que era real
Estava entre as estrelas
Com um brilho fenomenal

Jane Rossi




ALEGRETO

não é festa
ou romaria
ou sombra
virando luz
na fogueira
do clarão...

é a noite
chegando
cedo para
o baile de
verão...

A. Estebanez


Somente Lembranças

Coração em estranho caminho...
De tudo, o que não poderia ser...
Vê-lo chorar na ausência de carinho,
Encolhido na tristeza que faz tudo doer...

Falta coragem para retirar o espinho,
Deixar sangrar sentimento até morrer...
Conviver com saudade em desalinho,
Procurando motivos para não sofrer...

Talvez o tempo faça o melhor que for,
Desfazendo um desencontro de amor,
E no peito restem somente lembranças...

Momentos que não serão vividos,
Desejos sepultados, esquecidos...
Eternizados assim, em findas esperanças!...

(Cida Luz)
Repasse com os devidos créditos.



Censura
Jenário de Fátima

Nálguma noite quando o sono falta
E o olhar passeia em todo quarto escuro.
Em meu resmungar, ansejo, procuro
Só uma razão pra angustia que me assalta.

Porque tanta ânsia se impõe e se exalta
Quando já me sinto assim tão maduro?
Seria o reflexo em trabalhar duro
No desalento de uma vida malta?

Sei não!...sei apenas que nestes dias meus
A agonia faz-se como um castigo
E creio a soma ser de uns tempos ateus,

Em que me via um Rei e não busquei abrigo,
E agora quando eu quero falar com deus,
Eu acho que Deus não quer falar comigo



Sonhei o Amor

Quando te conheci, sonhei o amor
quisera com você, ter vivido
meus anseios, desejos...
Minha alma por ti se apaixonou
por tanto te amar, esqueceu-se de mim
incauta, abandonou-se aos sonhos

Ousada, entregou a você meu coração
hoje, os sonhos de minha alma
estão em pedaços, destroçados...
Pequenos fragmentos de meu EU
esvaindo-se por meus dedos
feito areia fina, jogada ao vento

Com você, vivi um amor breve
minha alma entristecida, acordou...
Vê seus sonhos, aos poucos
sendo naufragados, ondas turvas
de um mar revolto de saudades...
Meus sonhos desejados, não vividos!
(Van)







Soneto do Amor Eterno


Amar-te é pura e simplesmente!
A melhor coisa que já me aconteceu.
Pois passei a ver a vida diferente,
Nesta nova vida que você me deu.

O que era tão triste, se fez contente.
O que era dor, nunca mais doeu.
A alegria em mim se fez presente,
Depois que você me apareceu.

E deste amor eu vivo plenamente!
E hei de amar-te amor, eternamente.
Amor! que Deus me concebeu.

E desfrutar eu quero juntamente,
Com você, não mais que de repente,
Tudo o que ele nos ofereceu...

elciomoraes

Ainda choro

Recordando antigas penas que vivi,
Meu Deus...Tantas que não esqueço
Com o coração ferido, a tudo venci!

Sensível demais, ainda padeço!
Desde muito nova aprendi,
Que tudo tem seu preço!

Que a vida é feita de escolhas
Que a plantação é opcional
Mas é preciso que se colha

Aquilo que semeou, enfim
Quando lembro, ainda choro
Feridas abertas dentro de mim!

Resignação... Curvar-se, aprender!
Tirar das lições que hoje rememoro
O verdadeiro sentido de viver!

Mara Andréa Machado
Contando estrelas


Da janela do meu quarto, eu posso ver o quanto a noite está linda ...
As constelações mais parecem dançar, embaladas ao som daquela nossa
canção ...
E a lua, amante dos apaixonados, desfila toda a sua majestosa graciosidade,
vestida em seu melhor prateado ...
E diante tamanha sintonia celestial,o que eu mais queria, era você aqui, do meu lado ...
Deitada em nossa cama, observando e sendo observados pelos astros ...
Mergulhados em nosso universo particular ...
E se por ventura, o céu ficasse nublado, isso não faria mais nenhuma diferença ...
Porque eu já estaria de olhos bem fechados ...
Contando as estrelas ...
Do céu de sua boca ...

Marcelo Roque



ANTE A TUMBA, OS ARDORES

Da magistral manhã em que o sopro venta
Ao sinuoso e estreito coche em que silencia
A vida, que se já não houve, mais se ausenta
Por entre o verde denso e alheio que vicia.

O poeta civil a fenecer, depravando em rude.
Tenazes bardos, putains, hijos, de vívida solidão
Se verão imortais amores, qual ilhas de solicitude.
Resta-lhe ao augure, à campa, fulgor assaz invenção.

Levitem-se as taças, senhores! Ante a definitiva maça
E a analogia ébria com grandes calangos, tais horrores
Quadra livre que restar, dê-la a intensos ósculos, ardores.

A existência inteira a teve, a evitar-se os desmazelos.
Ao confluir dos rios, a afluência ascendente dos desejos.
Assim, compartir no coevo, a sumula diversa de tais beijos.

Ricardo SantAnnAReiS



Frango ao Curry para dia de tango Argentino
Em homenagem à Márcia leite.

Filés de frango em cubos
Um quilo e qualquer coisa...
Sal o quanto baste.
Um beijo...
Alho em filetes,
Passos de falsete...
Manteiga derretida,
Já fiquei perdida...
Fogo brando,
Música alta...
Quinze gramas de curry,
Frite os cubos de frango na manteiga,
Doure em fogo alto e chega,
Baile, baile, rodopie,
Conhaque, Só para flambar...
Um frio desce,
atinge o calcanhar...
Saltos em apuros, pés no chão...
Ponha creme de leite, pimenta branca,
Só para aguçar,
o sabor é claro...
Deixe esquentar, ponha o curry
Pronto, esquece o fogão!!!
Pratos prá depois,
Tango no sofá...

Euridice Hespanhol


Intimação

Me alcance
Me movimente
Me respire
Pelo avesso
E me atente

Me altere
Me sustente
Me remexe
Feito moinho
E me reivente

Me assente
Me desoriente
Me engedra
Teu complemento
E me freqüente

Me aufere
Me sacramente
Me suspende
No teu altar
E me benze.

[ Cris Poesia ]





A flor e o beija-flor

Passeando pelo jardim
Beijando de flor em flor
De repente o beija-flor
Viu de rosto abatido a rosa
E logo lhe perguntou
Porque tão triste a flor estava.

Com seu rosto em prantos
Entre lágrimas falou:
É a saudade do meu amor
Que se foi e não mais voltou
Estava tão juntinho de mim
Neste lindo jardim
Mas alguém o levou
Deixando-me infeliz assim.

O beija-flor saiu calado
E deu uma volta do lado
Logo derruba uma semente
Que em pouco tempo
Ao lado daquela rosa
Num belo cravo se transformara

Ao ver aquele lindo cravo
A rosa se transformou
Seu perfume passou a exalar
E aquele jardim perfumar.
A rosa que vivera tão triste
Voltou a sorrir,
Bela ficou novamente.

Depois de certo tempo
O beija-flor retornou
Beijando de flor em flor
E com a rosa deparou.
Viu que estava feliz
Porque novo amor encontrou.
Porém, jamais ela soubera
Que foi seu amigo beija-flor
O protagonista autor
Que aquela proeza fizera.

Ataíde Lemos


Quem sou eu!?

Sou o tempo...
Sou o momento...
Sou as emoções que vivo
Sou a mistura do amor e da dor...
Sou a combinação da realidade e do sonho
Sou um pouco de cada um que passa por mim.

Sou dose de ilusão
Sou um percentual de frustração.
Sou mistura das estações
Sou o impacto dos sentimentos.
Sou a construção daqueles que me educarão.
Sou o resultado dos verões

Sou o que plantei
Sou os amores que vivi
As alegrias e traumas que passei
Sou parte de cada um dos meus
Sou o resultado da combinação do sol e da chuva
Sou a fé que recebi
As experiências de Deus que tive
Sou as respostas ou não
Das perguntas que fiz.

Ataíde Lemos




Gostamos de sofrer

Deus nos ama por demais
Pena que somos cegos
Burros e completamente egoístas.
Temos tendência
À gostar de sofrer.
A custa de viver emoções
Que nos levam as prisões
E sofrimentos sem necessidade.

Ele sempre nos liberta
Mostra os caminhos
No entanto, insistimos
Em continuar errando
Querendo seguir nossos instintos
Não saindo do abismo
Que sempre estamos a cair.

Ele sempre nos corrige
Permite a dor menor
Pra evitar o mal maior
Mas Sua Mão não é vista
Nem é entendida
Pelo Ser tão humano
E desligado do alto que somos.

Ataíde Lemos





Onde o homem pode chegar!

Às vezes fico sem palavras
Sem resposta para me dar
Com tantos acontecimentos
Que é difícil de explicar
Tão doloroso ter que aceitar.

Uma delas é a insanidade.
Como dentro de alguém
Pode haver tanta maldade?
Onde o homem pode chegar!
De um sentimento mal resolvido
É capaz de matar seu própria carne
Arquitetar horríveis planos
Fingir em prantos
Fazendo-se de vitima
Pra todos enganar.

Quem é o homem?
Onde ele pode chegar?
Apertar um gatilho de uma arma
Deitar, dormir, acordar
Como tudo estivesse do mesmo jeito.
Ir para festa e se divertir
Sem uma dor sequer sentir.

Quando olhamos o homem
E vemos o que ele pode fazer
Mas insano vemos o amor de Deus
Por este homem ser capaz de morrer.

Ataíde Lemos





E depois?


antes, a dor que nos move
o calor que nem sempre chega
o desvario que nos libera como rio
o torpor que exclama

antes,a calma que não chega
o caminho longo e frio
a espera inexata
o folego que falta

antes,a rotina que arde
o rosto que grita
as mãos que tremem
o corpo que não reage

antes,só e crua
nua em paixões
doente na alma
insegura e trágica

antes,até que depois
e depois?


Neguinha Mucelli


DEIXA-ME IR – Arethuza Viana

Deixa-me ir... por favor,
deixa-me... Eu preciso!
Meu coração está sangrando
na tua companhia.
Por favor, eu necessito
ter no rosto, um sorriso,
quero de volta a minha vida
e minha alegria!

Não me detenhas
mais ao teu lado, eu imploro!
Eu te amei um dia,
mas diante da tua crueldade,
meu coração te rejeita
e se me tocas eu choro
pela humilhação
de sentir por mim, só piedade.

Preciso partir antes
que de fato, eu enlouqueça,
para outros caminhos
onde esta dor, esqueça
e a minha paz, tenha de volta
numa vida amena!

Deixa-me partir
e esqueças que fui tua um dia...
Não suporto mais expor
a todos a face de “Maria”,
e dentro de mim,
implodir os atos de “Madalena!”




A graça da vida.


Muitas vezes não compreendemos a dimensão de nós mesmos, nossos acertos, nossos erros. Nem uns nem outros podem ser descartados, pois, o certo pode estar errado.
Essa é a graça da vida, nunca saber se já esta definida!


Santaroza

Vozes do Amor

Vozes enevoadas me chegam do passado,
Mistas, tintas, vagas de écos cansados,
São vozes empoeiradas que foram risos,
Hoje não são mais que pequenos frisos,
Que dividem meus dias como fazes de lua,
Me ferindo de morte de saudades tuas,
Sopros de cinzas sopradas ao vento,
Passos de um poema que caminha lento,
Acordes de uma canção que ficou na mente,
Pólen que se espalhou em mim feito semente,
Frações de um sentimento que ainda se sente,
Calo a voz, pois sei, meu coração não mente!


Santaroza

Isabela

Vi o riacho das almas...
Era de águas correntes...
Era cercado de cedros...
Em leito de pedras azuis...
Carregando pétalas de rosas...
Corria num vale de sombras...
Tinha cheiro de hortelã...
E sussurrava baixinho.
Lá eu vi Isabela
Agora inda mais bela
Tinha um sorriso de flor
Num olhar de puro amor!
Caminhava de mãos dadas
Com duas formas aladas
Disse: vou viajar
E lá se foram pro mar!
Antes porém, disse Adeus
Mandou abraços pros seus
Disse que vai voltar
Sempre que alguém a sonhar!


Santaroza



Vive!


Guarda-te,
Mas nunca te acovardes,
Poupa-te,
Mas nunca te renegues,
Recolha-te,
Mas nuca te escondas,
Mesmo porque não é possível,
Te conheces quem te sonda!


Santaroza



QUE PAÍS É ESSE?

Na minha inocência de coração aberto!
Cheia de esperanças me encantei e cantei em VERSOS O MEU BRASIL! E agora me pergunto... Onde foram parar tão lindas inspirações? Meus versos ruíram, enxergo um povo sofrido, com fome sem emprego sem lugar pra morar, apenas os viadutos, favelas, e bancos de praça. Um País totalmente abandonado por falta de governantes com pulso e vontade em fazer algo glorioso pelo crescimento!

Berioliveira



O Oco de Mim

Cai a noite
e a tristeza bate forte.
Eu..sem eira, nem beira,
sem rumo, sem norte!

Desencontrada,
onde a solidão me encontrou.
Ruída,
num mundo que desmoronou.

Espectadora de uma tela em branco,
de uma página virada.
Tão pequena diante do tudo,
tão vazia diante do nada.

As lágrimas dos meus olhos
regam as feridas do coração.
Aqui tudo é deserto.
Não há brasas, nem carvão.

Vejo uma luz
e busco de mim um pouco.
E atonita, descubro,
que de mim, só restou o oco!

(Mell Glitter)